Diário do Amapá - 09 e 10/02/2020

As estradas da América do Sul ganharam esteano doispersonagenscarismáticosesoli- dários, FernandoeGirlany,quesãodeMaca- pá. Mas a harmonia da dupla será interrom- pida nos próximos dias, pois irão se separar para poder atravessar a Venezuela, país que viveamaisgravecriseeconômicadesuahis- tória, deixando o ambiente para viajantes extremamente instável. Falando à reportagem nesta semana, o casalconfirmouestardeixandooEquador em direção à Colômbia, última escala – para ela – nacompanhiadomarido.“OFernando está procurando uma companhia para o restante da viagem, pois não vou atravessar a Vene- zuela, está muito perigoso e mulher chama atenção”, dizacabeleireiraqueatendeoutros viajantespelocaminho,umaaçãoderespon- sabilidade social desta aventura. Fernando seguirá pelaVenezuela deixan- do o país caribenho por Santa Elena de Uai- rén, na divisa com o Brasil, retornando ao país pela cidade de Pacaraima, em Roraima. “De lá o Fernando seguirá de volta a Maca- pá, passando pela República da Guiana, o Suriname e a Guiana Francesa, depois Oia- poquee,finalmente,nossaMacapáCity”,diz, descontraída, amicroempresáriaamapaense. O começo OcasaldeaventureirosdeixouMacapáno início deste ano com o propósito de literal- mentesairpelomundo. FernandoPintoFaria e sua esposa Girlanny de Cassia dos Reis Faria, juntos há quase 11 anos, logo que se conheceram já foram fazer sua primeira via- gem internacional,passandoumano emLon- dres. Após isso, não pararam mais, realizan- do várias viagens, mas nunca descobriram o querealmentequeriamconhecer. “Comessa ânsia por conhecer todos os lugares resolve- mos dar a volta ao mundo de carro”, diz ele na descrição do canal de vídeos que abriram para compartilhar suas aventuras. Jánaprimeiraetapadaviagem,foram lon- ge mesmo, Ushuaia, na Argentina, a cidade mais ao sul do mundo. “Estamos a bordo da Azulinha, umaSaveiro maisoumenosadap- tada,quenosdámuito trabalho porserpeque- na e pouco prática. Nosso intuito é visitar a maior parte de países possível, maso princi- pal é conhecer gente”, diz Girlany. O casal dizamar conhecernovaspessoase descobrir um pouco sobre sua cultura, como vivem, onde foram,o quefazem. “Euprincipalmen- te como um bom filho do interior de Goiás, adoro conversar e investigar a vida de todos em volta, por isso tento aprender o maior númerode línguaspossívelparaestar sempre me comunicando”, diz Fernando. Uma característica marcante dessa grande aventura, éaexperiênciahumana,oconvíviodeumcasalquepode- ráfazervárias“DRs”pordiaeaindaassimestarcadadia maisunidoeencantadocomaspossibilidadesqueavida proporciona. Fernando e Girlany dizem que os planos sãoparachegaratéoextremoNortedoplaneta,noAlas- ca(EUA)noiníciode2019eapósumaparadaemMaca- pá pararever afamília, osamigoseosnegócios, preten- dem seguir para a segunda etapa, de aproximadamente doisanos,percorrendoosdemaiscontinentes,nasequên- cia: África, Europa, Ásia e Oceania. “Quando a gente disse para nossa família e os amigos que iria partir para essaaventuratodomundodiziaqueagenteestavamalu- co, masnaverdadenessaprimeiraetapa lá emUshuaia, na Patagôniaargentina agente encontrou muitosoutros viajantes, gente de todos os lugares, que percorrem o mundo das mais diversas maneiras, de carro, moto, de bicicleta,demotorhomeousimplesmentecomomochi- leiros”, dizo empresário Fernando Pinto. Segurança E a troca de experiências também proporciona uns cuidados adicionais em relação à prevenção de aciden- tes, assaltos ou mesmo outras situaçõesaté mais graves afinal a viagem deverá passar por países que vivem em situação mais sensível do ponto de vista político ou até deconflitos,comoColômbia,VenezuelanaAméricado Sul e outros países da América Central. “A gente tem simtodaacautela, issoemtodo lugar,masagenterecor- rea todo tipodeinformações,sejacomosaplicativos,na internet erelato de outrosviajantes parasaber dos luga- res que a gente pode ir para não entrar numa roubada, né?”, diz bem o aventureiro Fernando. Mais informa- çõesno canal ‘ Égua do Mundo Porrudo ’ no YouTube. Eles saíram de Macapá exatamente no dia 11 de janeiro deste ano, deixando para trás suas empresas – uma marmoraria e um salão de beleza – e todo o con- fortodeumacasade300metrosquadradosporummini Motor Home adaptado na caçamba deumaVWSavei- ro, onde instalaram prateleiras para guardar poucas peças de roupa e uma cama de casal bem espremida entre os equipamentos e mochilas. “O maior objetivo da viagem é conhecer pessoas que vão aparecendo no caminhoqueagentevai levarparaavidaehistóriaspara contar”, diz Girlany. Amaior partedo tempo elespassammesmono car- ro, dirigindo e também é onde dormem a maioria das vezes, apesar de que tambémencontrammuitosoutros viajantesepessoaspelascidades jáacostumadasarece- beressesaventureiros. “ExisteumacomunidadedeVia- jeiros, que se identifica e se ajuda, afinal existem pes- soas estão na estrada há muito tempo, então o dinheiro vai ficando escasso, mas ninguém tem avereza, mes- quinharia, ao contrário, a gente encontra muitas pes- soas boas que te acolhem emsua casa, commuitahos- pitalidade e você forma um vínculo, umaamizade que a gente quer levar para a vida toda”, diz Fernando. Foto:Ábrasel-AP

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