Diário do Amapá - 09 e 10/02/2020
/ Secretáriode Estado da Saúde / / um quantitativo de servidores de um município, com uma complexidade até maior, pois enquan- to um município tem um foco na área da saúde e vários em outras esferas, o nosso é com a saúde da população. Nós trabalhamos com o carro rodando então a gente troca o pneu com ele em movimento, pois não podemos deixar de com- prar medicamentos, pagar pessoal, honrar com os contratos continuados, mas por outro lado tem que ir atrás dos recursos, fazer licitação, prestar esclarecimentos aos órgãos de controle, enfim. Mas felizmente essa equipe tem a confiança do governador, que acredita em nossa proposta e nas nossas ideias, então estamos prontos e aguar- dando toda essa atenção que está sendo dada para a Secretaria de Saúde do Estado. Diário – E tudo com austeridade, afinal já passaram por essa pasta um promotor de jus- tiça, uma delegada, um coronel da PM, e ago- ra um auditor fiscal, uma demonstração da preocupação do governador em acertar na saú- de. Como é isso para o senhor? Diário – A Secretaria da Saúde, assim como todas as outras, tem um olhar direcionado para a população, então nenhum recurso pode ser des- viado, nenhum recurso pode ser investido que não seja de forma legal, pois de todas as pastas a da saúde é a que tem um olhar maior dos órgãos de controle. Nós recebemos por dia algo em tor- no de dez mandados judiciais para prestar escla- recimentos, ao Ministério Público, o Tribunal de Contas, tanto na esfera estadual como federal, temos reuniões com os organismos de controle internos da sociedade, como sindicatos, associa- ções, comissão Inter gestora bipartite, enfim, um controle gigantesco que a gente tem que se sub- meter, além de prestar o atendimento à saúde, controlar pessoal, todas as complexidades, como estrutura predial, enfim, costumo dizer que a saú- de é um quadripé que não se sustenta se tirar um deles: gasto com pessoal, compra de medica- mentos, compra de correlatos e estrutura predial. Diário – Ainda sobre a mensagem do gover- nador, ele falava sobre mais que remediar, é preciso evitar que a população adoeça, daí também lançar um projeto de saneamento, universalização de água tratada e esgotamen- to sanitário. João – Com certeza. A gente sabe que a estru- tura predial é responsável por uma parte impor- tante do controle para evitar o agravamento den- tro de nossas unidades hospitalares, que na sua maioria tem uma idade superior a 50 anos, por- tanto as discussões sobre saneamento também passam por esse debate da infraestrutura. / Coronavírus... / Proteção... Perfil... / Diário do Amapá – Durante a semana o senhor foi à Brasília junto aos demais secre- tários de saúde dos estados, para alinhar estratégias sobre o coronavírus, como foi? João Bittencourt – Na verdade nós temos uma reunião mensal em Brasília para tratar das questões de saúde pública de todos os estados. Essa reunião seria inicialmente no dia 12, mas o ministro Mandetta nos convocou para que fizéssemos uma reunião emergencial em razão dessa problemática que está se avizinhando com relação ao coronavírus. Inicialmente detectado na China, na Província de Hubei, cuja capital é Wuhan. Dos casos detectados no mundo 99,2% estão dentro do território chinês, e desses detec- tados lá 70% estão dentro dessa província, então a China em uma decisão muito acertada e pro- tetora inclusive da humanidade, resolveu cercar duas províncias, então ninguém entra, ninguém sai, sem autorização do Exército chinês. Diário – Um mal necessário? João – Isso tem feito com que essa enfermi- dade não se alastre numa velocidade como se imaginava para o resto do mundo. Lógico que antes dessa decisão de fechar suas fronteiras, alguns chineses saíram, infelizmente, portando esse vírus. Daí se observar algo entre 20 a 24 países que já confirmaram casos de coronaví- rus. O Brasil, graças a Deus, ainda estamos livres dessa enfermidade, apesar de oito casos suspei- tos, que felizmente ainda não se confirmaram. Diário – A letalidade da doença é preocu- pante secretário? João – Hoje temos uma transmissibilidade mais rápida, através da saliva, mas uma letali- dade um pouco menor do que aconteceu em 2002 quando esse vírus se apresentou pela primeira vez. Mas em todos os países do mundo, e o Bra- sil não é diferente, estamos tratando disso como prevenção de alta complexidade, tanto que aqui no Amapá a nossa Vigilância em Saúde, coman- dada pelo companheiro Dorinaldo [Malafaia] tem capitaneado todos os esforços, acatando todos os comandos nacionais para que a gente possa em qualquer momento tanto detectar quan- to fazer o isolamento e o tratamento [de alguma pessoa infectada]. Diário – O pesquisador amapaense José Carlos Tavares, estava trabalhando exata- mente em Wuhan e voltou ao Amapá dizen- do não ter percebido nenhuma barreira ou controle nos aeroportos, até porque não apre- sentada sintomas da doença. João – O primeiro caso comprovado se deu no dia 8 de dezembro, portanto a gente já hou- ve falar de coronavírus há mais de ummês, com medidas de proteção muito acirradas em todos os estados. Felizmente com a tecnologia hoje e a capacidade de se informar, tirando as fake News que a gente tem que ter cuidado, então como não temos um caso sequer confirmado no Brasil, não podemos também criar um pânico em nossas unidades, nossos hospitais. Mas sobre o professor Tavares, com o conhecimento que tem, decidiu submeter-se ele próprio a uma qua- rentena. Mas, de fato, quando ele veio [da Chi- na] ainda não se tinha todo esse cuidado, mas imediatamente as centrais e os órgãos de defe- sa começaram a tratar desse assunto com a gra- vidade que realmente requer. Diário – Então o maior contingente de pes- soas acometidas está mesmo em Wuhan? João – Sim, especificamente nessas duas pro- víncias citadas anteriormente, só que a gente fala província e pode parecer algo menor, um pequeno interior, só que apenas na província de Hubei a população é de 12 milhões de habitan- tes, equivalente a população de São Paulo. Diário – Existe uma preocupação também sobre aspectos xenofóbicos secretário? João – Sim, pois isso aconteceu na China, mas poderia acontecer em qualquer país, inclu- sive aqui, portanto nós brasileiros não gostaría- mos que nenhum país agisse de forma hostil conosco, então nós não vamos em hipótese alguma permitir qualquer coisa neste senti- do com o povo chinês, que contribui com a humanidade, em tudo que faz, princi- palmente dentro da área do comércio, daí termos uma tratativa leve. Até por- que temos outras enfermidades, igual- mente graves, como a febre amarela, a malária, a dengue, o H1N1, com trans- missibilidade igualmente rápida e letal que não podemos esquecer. Diário – O governador na mensa- gem ao povo transmitida no Parlamen- to falou sobre todas as áreas da gestão, mas concentrou uma atenção especial à saú- de. Como o senhor recebeu essa atitude? João – A gente fica feliz em saber que o governador Waldez, após ter dado um tratamento diferenciado para a educação, para a segurança pública, hoje, como sempre fez, mas agora um olhar mais específico para a saúde. A nossa equi- pe tem um entendimento total das nossas res- ponsabilidades, do que precisa ser feito e dos passos que já estamos dando, um trabalho árduo de coletar dados dentro de uma área da dimen- são de um município, de uma capital, pois temos O titular da Secretaria Estadual da Saúde foi ao programaConexão Brasília de ontemna Diário FM (90,9). CLEBER BARBOSA DA REDAÇÃO
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