Diário do Amapá - 11/02/2020

/ / / / enquanto todos ao meu redor envolviam-se num manto de tristeza. Já experimentei viver sem angústia, mesmo quando a vicissitude da vida conspirava para não ser assim. Fiz da vida um poema sem escrever no papel qualquer palavra. Já acariciei crianças doentes em um hospital, como crianças alegres brincando em um parque. Já li o quepude ler. Naveguei nas páginasescritaspelos melhoresautores, delas tirei exemplos devida e inspiração para escrever. Ouvi as mais belas canções. Visitei o Louvre e fiquei embevecido nas combinações das cores que aqueles pin- toresusarame pensei nas cerdas daquelespinceis que obe- deceram a genialidade mágica daqueles artistas e também na singeleza sutil do cinzel que modelou àquelas geniais esculturas de mármore. Enfim, mergulhei nas águas profundasdaemoção. Con- templei de perto um Renoir, Da Vinci e Rembrandt. Entrei no túmulo vazio do Mestre da Galileia, em Jerusalém. Apalpei aspedras que há vinte eumséculos, numcoló- quio silencioso, testemunham o milagre do universo. Piseinas pedras onde o Nazareno pisou, quando entrou no Templo. Numa escalada de fé, cheguei ao pico do Sinai, numa madrugadagélida, apósescalarumapenosa subida de 2.800 metros. Subi o Monte Hermon e peguei a neve do seu pico sagrado e eternamente nevado. Vi o Ballet Imperial Russo, privilégio de poucos. Protagonizando o “Lago dos Cisnes”, onde narra a estó- ria sobre ambição e traição, em que o poder do amor pre- valece. Mergulhei nas águas de cor azul-esmeralda do Mar Vermelho e como também fiquei insubmerso nas águas salgadas do Mar Morto. Já li Dante, Camões, Kant, Virgilio, Maquiavel, Rous- seau e tantos outros como “A Origem das Espécies pela Seleção Natural” de Charles Darwin. Mas, quando criança, já andei no caçoá num lombo de um boi nos pântanos acreanos, na costa de jumento nas caatingas nordestinas, viajei emcanoas à remo eà vela, de trem e navio a vapor. Mas, já cruzei o 6 vezes o Atlântico abordo de um 737. Viajei por três continentes. Vi Pelé, Euzébio jogarem como também Getúlio Var- gas eBilly Grahamdiscursarem. Vi as pirâmidese as rique- zas dos Faraós. Vi a justiça triunfar, o covarde sucumbir e o humilde ser exaltado. lasmei a emoção para subtrair das ínfimas coisas um espetáculo eloquente para o deleite dos olhos. Con- gelei no vídeo da emoção da mente, cada momento vivido no caleidoscópio da vida. Lapidei a percepção e fui capaz de discernir que as gotí- culas de orvalho regam as flores, e as gotas das lágrimas o coração. Perscrutei além das imagenspara desvendar os mistérios que se escondem atrás do que vemos. Pensando que a água era insípida, encontrei o seu deli- cioso sabor. Descobri na minha musa chamada brisa, ao soprar certo dia o meu rosto, o aroma que exalava de uma flor sem odor. Veio a inspiração de escrever esta crônica no dia em que a brisa ao perpassar, balouçava as tenras folhas de um rosei- ral numa saudosa tarde de primavera. O ciciar da brisa entre as folhas, era como um cântico sinfônico para o coração. Antevi o que as imagens não conseguem traduzir e con- segui ouvir o que os sons não traduzem. Já experimentei deixar de ver com os olhos físicos, e olhar pelas lentesdo coração. Assim ouvi no silêncio, enxer- guei naescuridão, apalpei a áurea do escultor que burilou um cavaleiro montado no seu cavalo do Louvre. Imaginei-me rico sem ter algum dinheiro e ser alegre, O comandante da Marinha do Brasil, almirante Ilques Barbosa Junior, informou quea autoridade marí- tima vai chancelar um novo aumento do calado opera- cional na Barra Norte do Rio Amazonas – equivalente a 2 mil toneladas a mais de carga na foz do rio-mar. Arquivo

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