Diário do Amapá - 16 e 17/02/2020

/ / / / / / / / existência de duas amplas praças, tituladas como Lar- go de São Sebastião (Praça Veiga Cabral e Largo de São João (Praça Barão do Rio Branco), Ruas e Traves- sas. Nos dias atuais, o perímetro compreende as Ave- nidas Professora Cora Rola de Carvalho/FAB e Ruas Cândido Mendes deAlmeida eTiradentes. Acriaçãodo Território Federal do Amapá, no dia 13 de setembro de 1943 e sua implantação a 25 de janeiro de 1944, atraí- ram um considerável número de trabalhadores e a implantação de novas atividades comerciais. Assim, lojas, botecos, biroscas, vendas, portas e outros pontos empresariais com denominações variadas foram sur- gindo e motivando a ocupação de espaços à direita e esquerda da Avenida Cândido Mendes na direção da Fortaleza de São José. O panorama era bem interes- sante. No centro da área foi montada uma longa passare- la. Dela partiam estivas ligando-a as casas comerciais. Mesmo havendo um projeto de aterro elaborado pelo Serviço Especial de Saúde Pública (Fundação SESP), a Prefeitura Municipal de Macapá não exigiu a edifi- cação de imóveis com aalturarecomendada. No inver- no, notadamente por ocasião das marés laçantes (lan- çante ou lava-praia), os assoalhos das vendas ficavam debaixo d’água Era um transtorno medonho. Depois que a via publica ganhou aterro e os veículos motori- zadospuderam transitarno sentidodosemergentes bair- ros da Fortaleza e Trem, o governo mandou instalar uma ponte de madeira sobre o igarapé do Igapó, que a população chamava igarapé da Fortaleza. Mais tarde, a pontedemadeiracedeuespaço para outra construídaem concreto, cuja base serviu para a configuração atual do citado bem sobre o canal da Avenida Joaquim Francis- co de Mendonça Júnior. A ponte de concreto foi obra da empresa Platon Engenharia e Comércio, concebida, segundo alguns críticos, com as borda mais elevadas queos pontos deencontro delacom aCândido Mendes. Meu pai,Francisco TorquatodeAraújo, amigo dos Pla- ton,aproveitouuma reunião do Rotary ClubedeMaca- pá, no espaço “Hora do Companheirismo” para fazer uma saudável gozação, dizendo,que a ponte da Cândi- do Mendes era capaz de dizer o nome de quem a cons- truiu.Quando umcarrosubianaponte fazia“pla”.Quan- do descia gerava um “ton”: PLATON. Os construtores afirmavam que a culpa do desnível foi de quem asfaltou as cabeceiras. Outras pontes de Macapá são como “escambaus ilustrados”, entre elas a “Sérgio Arruda”, que teria custado cinco milhões de reais e outra, sobre o canal do Jandiá, onde carros bai- xos ficam entalados no ponto mais alto. Agora, a cam- peã de esquisitice é a ponte sobre o Rio Matapi. Quem fez aquela barbaridade de lançar uma de suas cabecei- ras no rumo de um terreno baldio precisa passar por reciclagem profissional. urgido no platô de terra firme onde está edificada a Fortaleza de São José, o povoado de Macapá enfrentou sérias dificuldades para expandir-se. O espaço era reduzido, delimitado pelas atuais Avenidas Maracá e Coaracy Nunes, Rua São José, Elesbão e Rio Amazonas. Quando a maré enchia tudo ficava cheio d’água impedindo o deslocamento das pessoas por ter- ra. A partir de 1758, quando o povoado foi elevado à categoria de vila, o Senado da Câmara precisou mobili- zar um bom contingente de trabalhadores para aterrar uma estradinha, cujo inicio era o final da atuar Avenida Cândido Mendes, que em diagonal demandava no sen- tido da Rua Vereador Binga Uchoae seguiaaté alcançar a margem direita do igarapé do Igapó ou Bacaba. Sobre ele foi construída uma ponte de madeira relativamente robusta. Isso se fez necessário porque a vila de Macapá tinha sido delimitada em área de serrado, com elevação comparável ao nível do platô em relação ao Rio Ama- zonas. Por volta de 1761, quando a maioria dos prédios erigidos em tornodo LargodeSão Sebastião jáestavacom suas obras prontas,apenas os soldados do Forte deFaxi- na e os agricultores que mantiveram suas plantações na antiga área residencial faziam uso da ponte, transitando em cavalos e carros puxados por bois. O tempo foi passando, mas a ponte permaneceu sen- do utilizada, haja vista que os limites da vila não foram ultrapassados. A planta da Vila de Macapá indicava a

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