Diário do Amapá - 16 e 17/02/2020
/ Senador emexercício / desse atendimento então? Paulo – Com a tabela desatualizada, mui- tos laboratórios estão deixando de atender o SUS, o que atrasa os diagnósticos e dificulta o tratamento para câncer. O Tribunal de Con- tas da União fez um longo estudo, em que aponta, entre outros fatores, a baixa remune- ração como causa desse atraso no diagnóstico. A Sociedade Brasileira de Patologia vem comunicando o Ministério da Saúde, desde 2016, que esse problema precisa ser resolvido, entregando estudos de impacto e alertando para o fato de que os pacientes estão ficando desassistidos. Diário – O senhor também participou de dois eventos ligados a logística de transporte em Brasília, como o fórum Brazil Export e a posse da nova diretoria do Conselho Nacional da Praticagem. Como o senhor observa este setor? Paulo – Pra mim foi uma grande honra par- ticipar de tudo isso, principalmente vendo uma pessoa do Amapá assumindo um órgão de tamanha relevância não só para o Amapá, mas para o Brasil também, daí então a gente estar apoiando e empunhando essa bandeira do desenvolvimento e agregação de valor, pois com isso melhorias virão para o nosso estado sem dúvida nenhuma, e para o Brasil, pois somos uma potencial zona de escoamento de alimentos do Centro-Oeste, com toda certeza. Diário – Neste sentido os especialistas do setor vislumbram ainda que todo esse modal de transporte que foi preparado para escoar a produção do Centro-Oeste, que inclui, car- reta, barcaça e navio, possa também fazer o caminho inverso, com insumos para a agricultura. Paulo – Sim, e levando também as rique- zas do Amapá para o resto do Brasil, não tenho dúvida. Então por isso a importância de virmos aqui cumprimentar o prático Ricardo Falcão que assume a presidência da entidade. Nada mais justo ao ver o patamar que ele alcançou, então a expectativa é enorme de potencializar tudo isso e contribuir muito para destravar a economia do nosso Amapá e com isso benefi- ciando a nossa população. Diário – Obrigado pela entrevista e um bom trabalho ao senhor em Brasília. Paulo – Eu que agradeço. / Servidor... / Saúde... Perfil... / Diário do Amapá – O senhor foi cha- mado no final do ano passado para cobrir a licença do seu amigo e aliado Lucas Bar- reto que teve que se submeter a uma cirur- gia. Como tem sido essa experiência como senador da República? Paulo Albuquerque – É um desafio, pois a gente tem que agregar tantas pessoas e ins- tituições que o mandato dele conquistou. O Amapá merecia um senador do nível do sena- dor Lucas Barreto, graças a Deus, e agora juntando com a força do senador Davi [Alco- lumbre] e o restante da bancada você torna o Amapá muito mais forte, então a gente vem aqui com a mesma determinação e linha de pensamento para contribuir com o estado e fazer o melhor para a sociedade, seus inte- resses e a nossa representatividade. Diário – O senhor foi prefeito de um município do interior, Cutias do Araguari, quando decidiu não disputar a reeleição por se dizer insatisfeito com o mundo da política, então o que foi decisivo para acei- tar o convite de Lucas Barreto, com um projeto novo para ser seu suplente e de alguma forma retomar a carreira política? Paulo – Na realidade, muito particular- mente falando, eu sempre reconheci o Lucas como um grande político, não me arrependi de apoia-lo e estar hoje a seu lado, então foi por isso que eu voltei para a política. Foi por acreditar na competência e na qualidade dele, especialmente pelo compromisso que o Lucas tem com a sociedade amapaense. Diário – Brasília tem sua história intrin- secamente ligada à figura de JK [Jusceli- no Kubitscheck], que era médico como o senhor e que enveredou pelo caminho da política. Então como é essa relação entre a medicina e a política para o senhor? Paulo – Para mim é tranquilo, pois eu con- sigo administrar muito bem as duas coisas, logicamente sem causar prejuízos nem para uma, nem para a outra atividade. A gente faz apenas um sacrifício a mais para se dedicar tanto à medicina quanto à política, embora seja um curto período [a cobertura do afasta- mento de Lucas Barreto], mas a gente vai se dedicar da melhor forma possível para reali- zar as coisas que precisam ser realizadas em prol do Amapá e em prol do Brasil. Diário – Ainda sobre saúde, fale então desse projeto de medicina diagnóstica que o senhor mantém no Estado, isso requer muito estudo, atualização e investimentos, como está este setor no Amapá hoje inclu- sive para fidelizar os pacientes e clientes? Paulo – Sem dúvida alguma, na hora que o paciente pisa lá para nos procurar o com- promisso é total, é cem por cento, portanto é fazer o nosso melhor e fazer tudo o que for possível para restabelecer a saúde deles, con- duzindo adequadamente para tratarar os pro- blemas que por ventura existirem. Diário – Por falar na população, tem uma parcela importante dela que é forma- da pela categoria dos servidores públicos e o senhor esta semana recebeu mais uma vez uma delegação deles em seu gabinete. Tem muitas demandas reprimidas que pre- cisam a atuação dos nossos congressistas, não é? Paulo – Sem dúvida, disse a eles que esta- mos à disposição de todas as categorias fun- cionais, são valorosos homens e mulheres que servem à nossa população, mas que possuem interesses como a própria questão da Trans- posição [para os quadros da União], como também as demandas dos professores, Pla- no Collor, enfim, são várias situações que nos fazem estar focados no compromis- so com as pessoas do meu estado. Diário – No final da semana o senhor ocupou a tribuna do Sena- do para chamar a atenção para a necessidade da atualização em rela- ção ao custeio do tratamento do câncer para os pacientes do SUS [Sistema Único de Saúde]. Qual o caminho? Paulo – Foi um pronunciamento que tinha a ver com as reflexões pela passagem do Dia Mundial de Combate ao Câncer, cele- brado no dia 4. Cobrei a atualização da tabe- la de valores pagos aos laboratórios de diag- nóstico de câncer conveniados ao SUS. Somente com a atualização da tabela será pos- sível cumprir a Lei 13.896, de 2019, que exi- ge o diagnóstico da doença em hospitais públicos em até 30 dias, após a suspeita levan- tada pelo médico clínico. Diário – Há o risco de descontinuidade O novo integrante da bancada federal do Amapá no Congresso Nacional analisa essa experiência. CLEBER BARBOSA DA REDAÇÃO
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