Diário do Amapá - 02/07/2020

LUIZ MELO Diretor Superintendente ZIULANAMELO Diretora de Jornalismo Circulação simultânea em Macapá, Belém, Brasília e em todos os municípios do Amapá. Os conceitos emitidos em artigos e colunas são de responsabilidade dos seus autores e nem sempre refletem a opinião deste Jornal. Suas publicações são com o propósito de estimular o debate dos problemas amapaenses e do país. O Diário do Amapá busca levantar e fomentar debates que visem a solução dos problemas amapaenses e brasileiros, e também refletir as diversas tendências do pensamento das sociedades nacional e internacional. ZIULANAMELO Editora Chefe MÁRLIO MELO Diretor Administrativo DIÁRIO DE COMUNICAÇÕES LTDA. C.N.P.J: 02.401.125/0001-59 Administração, Redação e Publicidade Avenida Coriolano Jucá, 456 - Centro CEP 68900-101 Macapá (AP) www.diariodoamapa.com.br stamos passando por um momento crítico na saúde e na economia, os hospitais estão cheios, alguns já sem leitos, muitas empresas estão demitindo, suspendendo o contrato ou reduzindo o salá- rio de seus funcionários para tentar sobre- viver a esta crise. No entanto, muitas empresas que pos- suem dinheiro em caixa o suficiente ou que não foram tão afetadas pela crise, além de tentar manter seus colaboradores, estão aju- dando a combater a pandemia fazendo doa- ções, alterando suas linhas de produção para criar produtos essenciais para o combate à pandemia - como máscaras e álcool em gel, ou patrocinando iniciativas para arrecadar alimentos. Um bom exemplo destas iniciativas são as lives de música patrocinadas por compa- nhias e que vêm coletando doações para várias pessoas impactadas pela pandemia. Com apresentação da dupla Sandy& Junior, as Casas Bahia arrecadou mil toneladas de alimentospara famílias carentes durante live de quase 3h da dupla no Youtube. AAmbev, empresa brasileira de bebidas, muito conhecida pela produção de algumas marcas de cervejas, começou a fabricar álcool em gel durante este período e está doando a hospitais públicos de várias capitais do país como São Paulo, Rio de Janeiro, e Distrito Federal. Em um momento como este é muito importante que a solidarie- dade esteja presente em nós e em nossos negócios também. Apesar de importante, o lucro, as vendas, o sucesso, tudo isso pode ficar para depois. Agora é hora de olhar além dos limites das empresas, ver quem precisa de ajuda e o é possível fazer para ajudar. É tempo de olhar para os valores e missões que defini- mos na criação do negócio e refletir o que pode ser realizado na prática. E se engana quem pensa que só ajuda quem doa toneladas de alimentos ou valores exorbitantes. Tudo o que for feito para amenizar as consequências desta pandemia é válido como fazer o possível para manter seus cola- boradores empregados e priorizar o home office para que eles evitem riscos. Estude sua empresa, veja se alguma área pode oferecer cursos gratuitos de aprimoramento ou tente criaralgo que não foi feito ainda e que possa ajudar em qualquer problema que a pandemia vem causando. Se tiver condições, patrocine iniciativas de outras empresas ou pessoas que estejam encabeçando ações impor- tantes para combater a crise. Mais do que como empresários, precisamos pensar como seres humanos e aplicar a solidariedade em todos os âmbi- tos da vida. Como representantes de negócios ou mar- cas, podemos influenciar outras pessoas a fazer o mesmo. Colaborar com uma gorjeta maior para o entregador de delivery, continuar pagando normalmente a diarista mesmo que ela não prestando serviços no momento, perguntar para um vizinho de grupo de risco se ele pre- cisa de algo quando você for ao mercado. São pequenas atitudes que podem ser tomadas por muitos de nós e que fazem toda a diferença em momentos de grande turbu- lência como este que estamos passando. quase uma unanimidade entre os teó- ricos, técnicos e especialistas nas diversas áreas que afetam o ser huma- no, enquanto integrante de uma sociedade, em afirmar que nada será como antes. Até aí, tudo bem. Entretanto, a partir daí, já não se pode apresentar, com certeza, o que será implan- tado nas relações entre as pessoas. Tudo o que afirmado é mera especulação. Um dos fatores para que isso ocorra é que não se teve um tempo hábil para realizar estudos que possam comprovar a implantação, per- manência, adequação e/ou exclusão de determinado comportamento. Na busca pela sobrevivência, as empre- sas reagirammuito rapidamente à condição imposta pela pandemia. Aliás, esse está sen- do um fator preponderante para que as empresas possam continuar operantes: a adequação aos novos tempos, realizando mudanças profundas na sua operação, em prazos extremamente curtos, sem planeja- mentos prévios e com a mínima chance de erros. Tarefa difícil, mas que vem sendo realizada com um certo grau de suces- so. Possivelmente em algum momento, os gestores pensaram: “eu não sei o que fazer”. “Vivemos em ambiente de incerteza radical. Amodernidade é tão complexa que não a com- preendemos, e então precisamos aprender por meio de experiências, de tentativa e erro”. Quem afirmou isso recentemente, já no período de pandemia, foi o Sir Paul Col- lier que é professor de Economia e Políticas Públicas na Universidade de Oxford e que está entre os economistas de desenvolvi- mento mais conhecidos domundo. Quando ele fala em aprender e em tentativa e erro, fica claro que ele também não sabe. E isso não gera falta de credibilidade na sua atua- ção profissional. Aliás, anteriormente o profissional que afirmasse que não sabia de algo, tinha a sua capacidade técnica colocada em dúvida. Atualmente, em um mundo tão complexo e devido a essamesma complexidade, e usado com moderação, o “eu não sei” já não há esse aspecto negativo. Afinal, se você não sabia, saiba que a previsão é de que em 2020 sejam gerados 350 zettabytes de dados, ou 35 trilhões de gigabytes. Mesmo considerando que todos esses dados não são utilizados de uma maneira generalizada, entende agora por que não é possível um pro- fissional saber de tudo? Observem que eu usei o termo “com moderação”, pois isso não dá o direito ao profissional usar essa expressão de forma corriqueira, pois não ter o conhecimento necessário para desenvolver as suas ativida- des vai comprometer a sua imagem, a sua reputação e porque não dizer, a sua vida. E tenha a certeza: não é de profissionais assim que as empresas (caso você seja um colabo- rador) ou os clientes (caso você seja um empresário) estão precisando. Até quando essa condição de usaro “eu não sei” vai continuar? Eu, sinceramente, não sei.

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