Diário do Amapá - 08/07/2020

pesar do distanciamento social, ainda necessário como forma de prevenção e controle à contamina- ção do Coronavírus e das dificuldades de acesso à tecnologia, um grupo de 23pessoas –em sua maioria mulhe- res – de quilombos, representantes de movimentos sociais e servidores de secretarias municipais de educação do Ama- pá têm participado de um curso sobre identidades negras, educação e gênero. “Há participantes de comunidades onde o acesso à rede é feito somente à noite, quando é ligado o motor a diesel que fornece energia ao local”,conta Ruth Cor- rea, analista socioambiental do Instituto Internacional de Educação doBrasil (IEB) e uma dasresponsáveispela ação. O curso está dividido em unidades que debaterão, entre outros temas, relações raciais no Brasil a partir da realidade da Amazônia amapaense e o contexto atual das desigualda- des raciais. A capacitação acontece num momento impor- tante, em que populações negras e não negras de várias par- tes do mundo se voltaram para a discussão e à luta pelo fim do racismo e a valorização da vida dos negros, com o movi- mento“Vidas negras importam” que ganhou asruas de cen- tenas de cidades da América do Norte e Europa e, também, aqui no país, após a morte de George Floyd,o homem negro morto depois de um policial branco de Minneapolis (EUA) se ajoelhar em seu pescoço por mais de oito minutos. O conteúdo dessa capacitação vem sendo trocado por meiode um aplicativode mensagens instantâneaspara celu- lar. “A equipe teve que sintetizar conteúdos e adequá-los para diferentes tiposde aparelhos.Estamos aprendendo jun- tos a lidar com a tecnologia”, pontua Ruth. A formação é desenvolvida pelo IEB por meiodoprojeto Mulheres Negras e Quilombolas pelo Direito à Educação, que tem o finan- ciamentoda UniãoEuropeia(UE) e oapoiodoGrupo deTra- balhoda Sociedade Civil paraaAgenda 2030,queé umacoa- lizão que reúne51entidadesdediferentes setorese que moni- tora, acompanha, difunde e mobiliza pessoas e instituições para a implantação da agenda de desenvolvimento susten- tável, aqui no Brasil. Agenda essa ratificada por 193 países – incluindo o Brasil – e definida em 17 Objetivos de Desen- volvimento Sustentável (ODS), que devem ser alcançados até o ano de 2030.

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