Diário do Amapá - 10/07/2020

LUIZ MELO Diretor Superintendente ZIULANAMELO Diretora de Jornalismo Circulação simultânea em Macapá, Belém, Brasília e em todos os municípios do Amapá. Os conceitos emitidos em artigos e colunas são de responsabilidade dos seus autores e nem sempre refletem a opinião deste Jornal. Suas publicações são com o propósito de estimular o debate dos problemas amapaenses e do país. O Diário do Amapá busca levantar e fomentar debates que visem a solução dos problemas amapaenses e brasileiros, e também refletir as diversas tendências do pensamento das sociedades nacional e internacional. ZIULANAMELO Editora Chefe MÁRLIO MELO Diretor Administrativo DIÁRIO DE COMUNICAÇÕES LTDA. C.N.P.J: 02.401.125/0001-59 Administração, Redação e Publicidade Avenida Coriolano Jucá, 456 - Centro CEP 68900-101 Macapá (AP) www.diariodoamapa.com.br setor de energia fotovoltaica teve uma parada abrupta emdecorrência do avanço da Covid-19 pelo mundo, afetando a importação, a distribuição e a consequente expansão do mercado. Antes da pandemia, era esperado para este anoum crescimento de 260% na geração solar fotovoltaica distribuída no Bra- sil em comparação ao volume anual de 2019. Os dados são daAssociação Brasileira de Ener- gia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), que tam- bém estimava a geração de mais de 120 mil empregos no mesmo período, além de novos investimentosprivadosque poderiam ultrapassar a cifra de R$ 19,7 bilhões. De acordo com Alex Magno, CEO da We Brazil Energy, rede de franquias especializada em importação e distribuição de equipamentos fotovoltaicos, todos os setores estão passando por dificuldadese o de energia fotovoltaica não é diferente, contudo sua empresa tem na criati- vidade sua principal aliada: “nós tínhamosuma vasta programação estabelecida com algumas fábricas quando tudo isso começou. Fomos então para home office e passamos a investir ainda mais no marketing com toda a equipe comercial focada emvendasfuturas,dando con- dições especiais a nossos clientes e parceiros. Estamos também negociando junto aos nossos fornecedores para melhores condições de paga- mento, além de desenvolver e incrementar fer- ramentas tecnológicas para assistência à distân- cia aos franqueados”, ressalta. Segundo Magno, as fábricas chi- nesas já têm disponibilidade de embarque, mas ainda não na veloci- dade que ofereciam anteriormente. “Algumas fábricas estão 95% auto- matizadas na produção. A retomada entãoé maisrápida. O que pode afetar a decisão de novos pedidos, além da disponibilidade das fábricas,é a dispa- rada do dólarglobalmente em reação aos efeitos da crise dovíruse da queda de pre- ço do petróleo. Com isso, o preço dos equi- pamentos fotovoltaicos pode aumentar ou, ao menos, não sofrer a forte desaceleração prevista anteriormente”. O gerente de engenharia daWe Brazil Ener- gy, Sílvio Carnieri, explica que o mercado de energia fotovoltaica é totalmente dependente da China, mesmo que existam fabricantes também no Brasil, nos Estados Unidos e na Alemanha. “Para que as vendas sejam viáveise vantajosas, os custos precisam ser equilibrados. O custo da produção nacional, por exemplo, chega a ser 25% superior ao importado.Alemanha e EUA, dentre outros, poderiam suprir essa demanda, mas o custo se torna inviável para o mercado ainda mais com a alta do dólar”. Mesmo com tais obstáculos, Magno ainda projeta expansão em 2020. “O setor sem- pre mostrou sua força e potencial. Mes- mo em momentos de forte recessão no país, como em 2015 e 2016,por exem- plo,crescemosa taxas muito elevadas, de 300% ao ano.AWe Brazil Energy, em particular, cresce 800% desde o início das suas operações, em 2015. O cenárioatual é desafiador,mas apos- tamosque há como crescer. Existe uma fortíssima demanda retraída no nosso setor – avalia Alex Magno. Para Rodrigo Sauaia, presidente do con- selho de administração da ABSOLAR, mesmo emmeio a um cenário incertodepandemia global, o setor solar fotovoltaico deverá continuar cres- cendo em todo o mundo, incluindo o Brasil. “O crescimento será menor do que o inicialmente projetado, nãohá dúvidas disso. Mas,ainda assim, o ano de 2020 deverá apresentar um resultado final positivo. Com isso, não há dúvidas de que a fonte solar fotovoltaica, se bem incorporada como parte das medidas de recuperação da eco- nomia brasileira, será um instrumento chave para alavancar e acelerar a retomada de nossa socie- dade”, assegura. A fonte solar fotovoltaica já trouxe, no total, maisde R$ 26,8 bilhões em novos investimentos privados ao Brasil e gera cerca de 130mil empre- gos acumulados desde 2012. emos acompanhado nos últimos meses a tentativa dos mercados glo- bais em digerir os efeitos do COVID- 19, que se prolifera ao redor do globo. Na vida prática um número enorme de empresáriosde pequenas emédias empresas, deficitários em termos de liquidez, tem per- dido o sono em decorrência de uma pergunta objetiva: “Como devo me preparar aos efei- toseconômicos da COVID-19, quando estes efeitos ainda se mostram incertos e as opções referentes à tomada de decisões ao combate destes efeitos se demonstram escassas?!”. Longe de termos uma resposta objetiva a esta pergunta, podemos tentar o ensaio de uma resposta que eventualmente poderia trazer alguma luz sobre o tema. Vejamos, em seu livro “The Black Swan”, NassimNicholasTaleb o autor refor- ça a necessidade de fortalecemosos cenários considerados frágeis de modo a criarmos uma mola propulsora para a criação de cená- rios positivos. Em “Principles”, Ray Dalio destaca a importância do diagnóstico e exe- cução de um plano bem fundamentado como fator de sucesso a qualquer negócio. Nesta linha, longe de querermos compa- rar o quadro vivido na crise de 2008, em seu ensaio, Joseph E. Stiglitz em“Freefall:Ame- rica, Free Markets, and the Sinking of theWorld Economy”, menciona que como combate à crise de 2008, pre- cisávamos ter o fomento de ideias mais criativas entre os economis- tas como forma de reestruturar as ineficiências de mercado. Notamos, a partir de diversos posicionamentos sobre eventos crí- ticos que a criatividade é um passo fundamental na elaboração de um pla- no de ataque bem ponderado contra os efeitos econômicos de crises. Veja, sem um plano eficiente que traga melhores chances de sobrevivência, dificil- mente será possível a que empresários ultra- passemmomentos de crise. Por exemplo, um plano de endividamen- to empresarial pode desencadear em fracasso e total perda de controle, ao passo que quan- do bem estruturado e costurado de modo criativo pode ser a chance de ultrapassar a crise com fôlego. Outra chave ao sucesso destacada de qualquer crise é a resiliência, aquela habili- dade de caminhar em uma estrada com neblina dentro de um túnel escuro. Grandes figuras públicas nos ensinam que em cená- rios onde as chances de fracasso eram altas, a resiliência foi a pedra angular do sucesso.Aresiliência que precisamos incorporar em nossa cultura é sem dúvida uma resiliência de longo prazo, com planejamentos mais adequadosa uma nova ordem eco- nômica mundial. Como uma pauta sugestiva, porque não nos questionarmos se novas parcerias estratégicas com menos chances de ganhos não seriam uma tática de sobrevivência durante a crise? Ou, se um reposicionamento de mercado com chances reduzidas de ganhos durante a crise não poderia alavancar novos produtos futuramente? Longe de estarmos perto de uma resposta objetiva, ao analisarmos que o mundo se pre- para para um novo contexto de conjetura eco- nômica, aprendemos que se caso quisermos sobreviver, precisaremos criativamente estar dispostosa executar um plano de contingência estratégico bem estruturado, criativamente analisado, visando médio e longo prazo, e possuir uma habilidade essencial ao lidar com nossos problemas durante a crise, a resiliên- cia, que nos tornará mais resistentes ao com- bate dos efeitos econômicos do Coronavírus, apesar dos cabelos brancos.

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