Diário do Amapá - 18/07/2020

LUIZ MELO Diretor Superintendente ZIULANAMELO Diretora de Jornalismo Circulação simultânea em Macapá, Belém, Brasília e em todos os municípios do Amapá. Os conceitos emitidos em artigos e colunas são de responsabilidade dos seus autores e nem sempre refletem a opinião deste Jornal. Suas publicações são com o propósito de estimular o debate dos problemas amapaenses e do país. O Diário do Amapá busca levantar e fomentar debates que visem a solução dos problemas amapaenses e brasileiros, e também refletir as diversas tendências do pensamento das sociedades nacional e internacional. ZIULANAMELO Editora Chefe MÁRLIO MELO Diretor Administrativo DIÁRIO DE COMUNICAÇÕES LTDA. C.N.P.J: 02.401.125/0001-59 Administração, Redação e Publicidade Avenida Coriolano Jucá, 456 - Centro CEP 68900-101 Macapá (AP) www.diariodoamapa.com.br m outubro de 2013 recebi do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o IPEA, interessante estudo sobre alguns sistemas de governança observados no Canadá e Estados Unidos da América. Trata-se de estudo científico balizado que vale à pena refletir nestes tempos atuais de pandemia, desacertos administrativos, má gestão e corrupção ativa e passiva: Vancouver, terceira área metropolitana mais importante do Canadá, historicamente sempre apresentou interessantenível de coo- peração entre os entes, isso desde meados de 1886. De 1886 em diante foram instituí- das importantes parcerias para a gestão da água e o tratamento de recursos sólidos e líquidos. Em 1913 foi formado o Greater Vancouver SewerageandDrainageDistrict 17 e, em 1926, oGreater VancouverWater- District. As experiências históricas de coo- peraçãometropolitana voluntária foram ins- tituídas, em grande parte, por ações setoriais. No ano de 1967 foi instituído oGreater Van- couver Regional District, sendo composto por 21 municipalidades. A estrutura de ele- gibilidade para o MetroVancouver foi basea- da na colaboração, ou seja, estruturado por um conselho de diretores, com presidente e vice, eleitos entre seus pares. Os conselhei- ros, integrantes do Metro Vancouver, são eleitos e indicados pelo conselho das municipalidades locais, isto é, é a municipalidade que elege os seus representantes na Metro, levando- se em consideração o critério populacional. Acada 20 mil habi- tantes a municipalidade tem direi- to a um voto, e o número máximo de votos por municipalidade é de cinco. Esta estrutura permite que cada municipalidade adquira o direi- to ao voto na Metro Vancouver. As municipalidades commaior quantitativo de habitantes adquirem o número máximo de representantes previsto nos aparatos legais. Atualmente, Vancouver é considerada a 5ª melhor cidade do mundo para se viver. Acidade deToronto, tambémno Canadá, já foi apontada por pesquisadores como a estrutura metropolitana canadense mais con- solidada, e considerada uma das melhores experiências de governança do mundo. Des- de a década de 50 que a cidade de Toronto se destaca em ações de planejamento, finan- ciamento, infraestruturas e serviços urbanos compartilhados, na escala doMetro Toronto, instituído em 1954.AestruturaMetroToron- to era representada por dozemunicipalidades e foram devidamente organizadas e for- talecidas em 1967, o que resultou em um arranjo metropolitano de dois níveis de governos: O provincial e as seis municipalidades,denomi- nado de Greater Toronto Area. Durante a década de 70 o aperfei- çoamento dos mecanismos geren- ciais de coordenação e concertação propiciaram importantes investi- mentos em saneamento, ampliação e instalação de empresas, conexão de redesde transporte e comunicação e gera- ção e qualificação demão de obra.Acidade de toronto atualmente é considerada a quarta melhor cidade para se viver no mundo (the economist) A estrutura do arranjo de Portland, nos EstadosUnidos, configura como um dos raros arranjos metropolitanos, com eleição reali- zada de forma direta. Sua estrutura de gover- nança é representada pelo Presidente do Con- selho do Greater Portland Area e por seis comissários que representam distritos e inte- gram o arranjo. Inegavelmente são exemplos históricos de como se deve bem aplicar o dinheiro públi- co através da boa indicação para gestão com fiscalização popular. esses tempos de pandemia, o mundo inteiro parou para refletir, ponderar, repensar…Coisas que pareciam tão fundamentalmente importantes, praticamen- te, perderam o seu valor. Pessoas e relacio- namentos passaram a ser mais valorizados e até priorizados. E nessa conjuntura do “novo normal”, um outro aspecto de nossa existência passou a assumir papel de desta- que: o autocuidado! Entenda-se por autocuidado tudo o que refere-seaos hábitos de higiene pessoal, esti- lo de vida (prática regular de esportes), hábi- tos mais saudáveis (livre do cigarro emode- ração no consumo de bebidas etílicas), bem como uma alimentação equilibrada (dieta saudável). Por outro lado, muitas pessoas imaginam que comem bem, porque alimentam-se até sentirem-se mal (estão “cheios”); ou, comem bem, porque comem muito e repetem um ou dois pratos no almoço e jantar; ou ainda, porque costumam comer tudo o que gostam: batatas fritas, lanches, pizzas, refrigerantes, docinhos… todos os dias. Todos esses comportamentos, motivados por crenças equivocadas e, às vezes, como reflexos de ensinos repassados geração após geração; vem transformando o Brasil em um país de obesos. Segundo dados do Ministério da Saúde, 60% de nossas crianças e adolescentes, em fase escolar, estão com sobrepeso ou mesmo obesos (números próximos de paí- ses como EUA)! E NÃO TEM SIDO MUITO diferente entre a população adulta. Conforme o CDC- “Center forDesea- sesControl”, Centro paraControle de Doen- ças, agência do governo Norte-Americano, alimentação saudável faz parte dos itens de autocuidado, que ajudam na prevenção da infecção pelo vírus COVID-19. Inclusive, a mesma publicação recomenda o uso de suplementos vitamínicos (ex.: vitamina C e vitamina D) e minerais, tais como o zinco, visando reforçar as defesas orgânicas. No texto, publicado este mês nas redes sociais, chegama indicaroacessoa uma pági- na daweb (noidioma original, que é oinglês), para maioresdetalhes do que eleschamaram de “nutrição para a saúde“ (Nutrition for health), onde explicam melhor como forta- lecer o sistema imunológico humano diante dessa crise da saúde pública mundial. Logo, chegamos a uma conclu- são: pode-se comer muito… e ali- mentar-semuitoMAL! Nem sem- pre, em termos de substâncias nutritivas, a quantidade é sinônimo de qualidade. Melhor exemplo? Um ovo cozido, em termos nutri- tivos, não irá satisfazer um adulto jovem, porém, sabe-se que pode subs- tituir um bife de carne… e por ai vai! Durante alguns séculos antes de Cristo, Epidaurus, entre asilhas gregas, foi umcentro de tratamentos multidisciplinares, para onde afluíam doentes de varias nações, em busca dos melhores médicos e terapêuticas daquela época.Alijáhaviaespecialistasemalimentação / nutrição, os quais corrigiam maus hábitos e ofereciamalimentosmaisnutritivosaospacien- tes internados naquele avançado nosocômio. O maior dos esculápios da Grécia, autor de 35 tratados de ciências médicas, conside- rado até hoje, o “Pai da Medicina”, em nome do qual fazemos nosso tão famoso juramento, já vaticinava naqueles tempos: “que seu remé- dio seja seu alimento, e que seu alimento seja remédio” (Hipócrates, 460-377 aC).

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