Diário do Amapá - 24/07/2020

LUIZ MELO Diretor Superintendente ZIULANA MELO Diretora de Jornalismo Circulação simultânea em Macapá, Belém, Brasília e em todos os municípios do Amapá. Os conceitos emitidos em artigos e colunas são de responsabilidade dos seus autores e nem sempre refletem a opinião deste Jornal. Suas publicações são com o propósito de estimular o debate dos problemas amapaenses e do país. O Diário do Amapá busca levantar e fomentar debates que visem a solução dos problemas amapaenses e brasileiros, e também refletir as diversas tendências do pensamento das sociedades nacional e internacional. ZIULANA MELO Editora Chefe MÁRLIO MELO Diretor Administrativo DIÁRIO DE COMUNICAÇÕES LTDA. C.N.P.J: 02.401.125/0001-59 Administração, Redação e Publicidade Avenida Coriolano Jucá, 456 - Centro CEP 68900-101 Macapá (AP) www.diariodoamapa.com.br / / ada vez mais a ideia de competitivi- dade dentro das empresas tem ficado para trás. As organizações do mundo todo já notaram a importância de humanizar os processos, assim como ajustar a comuni- cação e as relações interpessoais, tanto com clientes como com os próprios colaboradores. Historicamente, a sociedade tem se desen- volvido baseada em relações de abuso de poder, tanto o financeiro como o intelectual e o biológico. Entretanto, finalmente, começa- mos a discutir a empatia, ou seja, a atitude de colocar-se no lugar do outro. Não há época mais propícia para colocar- mos esta atitude em prática. Estamos atraves- sando um dos momentos mais frágeis do sécu- lo. A crise, impulsionada pelo novo corona- vírus, não escolheu gênero, classe ou região, ela veio e reconfigurou toda nossa vida, a roti- na, a forma de trabalho e de nos relacionarmos. A saúde e a tecnologia ganharam a linha de frente do protagonismo positivo e atitudes vol- tadas ao outro passaram a ganhar mais espaço, inclusive, nas empresas. O local de trabalho, mesmo que ainda tenha um potencial violento no ponto de vista psicológico, teve que quebrar as barreiras e dar espaço a empatia. Em um momento onde as pessoas têm acessado emoções até então nunca experimentadas, como medo, ansiedade, insônia, incertezas e vul- nerabilidade, estar disposto ao outro virou sinônimo não só de gentileza, mas também de sobrevivência e bem estar no meio corporativo. O que nos torna humano é justamente a capacidade de sentir, de gerar conexões e de nos importarmos com o outro. Por isso, agir com empatia aumenta nossos vínculos sociais e melhora nossa capacidade de regular emo- ções durante um período de estresse e ansie- dade. Por outro lado, mesmo que de uma forma inconsciente, uma liderança empática significa segurança e confiança para colaboradores, além de ser uma atitude positiva para a inteli- gência emocional. A longo prazo, isso ainda pode significar a retenção de talentos dentro da empresa e a consolidação da cultura interna que é tão difícil de se criar. Ser um líder e ter uma equipe que ouve, observa, busca manter o auto- controle e o equilíbrio é a chave para a sustentabilidade empresarial, quando a empatia entra em uma organização, ela abre espaço para uma série de valores e ainda, tem a capacidade de elevar resultados, assim como o engajamento e confiança para tomada de decisões. Os laços também ficammais ricos e firmes o que é ótimo para o trabalho em equipe. Por isso eu digo: a empatia tem um papel fundamental para o bem estar das empresas. Mesmo que sozinha ela não resolva todos os problemas e barreiras do universo corporativo, andar com sapatos alheios e colocar-se no lugar do outro, buscar diálogo, se colocar em um local de escuta vai contra a maré da violência, daquilo que nos ameaça psicologicamente e reforça aquilo que mais sentimos falta: a nossa huma- nidade, inclusive e principalmente, dentro do ambiente de trabalho. stamos frente a um cenário que não estava dentro de nenhuma previsão. Além do risco da Covid-19 como epi- demia, as pessoas e as empresas têm outro motivo para se preocupar: o considerável aumento dosataques cibernéticos. Alguns espe- cialistas em cibersegurança apontam o aumento de dispositivos conectados, principalmente pelos acessos remotos das atividades via home office, responsáveis pelo aumento da vulnera- bilidade das empresas. Milhões de pessoas estão fazendo uso de computadores, notebooks, laptops e smartp- hones pessoais, para continuar a exercer suas atividades de trabalho em suas conexões domésticas, normalmente desprovidas de segu- rança. Nestes dispositivos, normalmente estão contidas informações confidenciais e dados pessoais e agora com informações da empresa onde atua. Esse cenário é o sonho de consumo para os criminosos cibernéticos! Dados da Fortinet Threat Intelligence Insi- der Latin America, conhecida ferramenta que coleta e analisa incidentes de segurança ciber- nética em todo o mundo, revelam o registro de 85 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos no ano de 2019. Só no Brasil, ocorreram mais de 24 bilhões de tentativas de ataques, uma média de 65 milhões de tentativas ao dia. Números assustadores. Companhias elétricas acabam se tornando alvos preferidos dos criminosos, pois por serem serviços sociais imprescindíveis, podem forçar pagamentos, normal- mente cobrados em criptomoedas. Também a Avon, do segmento de cosméticos, e a Cosan, conglomera- do de açúcar, combustíveis e logís- tica do país foram vítimas desses cri- minosos. Em casos recentes, como da maior fabricante de produtos militares do mundo, a Lockheed Martin, teve sua rede invadida por hackers que tinham como alvo os trabalhadores remotos. Isso é bem preocu- pante, pois se os hackers conseguem invadir um sistema desses, podemos imaginar o que eles podem fazer com conexões com pouca ou desprovidas de segurança. A Organização Mundial de Saúde (OMS), o Departamento de Saúde dos Estados Unidos, além de outras organizações foram alvos dos hackers nos últimos meses. ACyfirma, empre- sa de segurança, afirma que houve aumento de 600% de ataques que tem o coronavírus como tema, isso apenas entre fevereiro e março. No Brasil, a Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), Cosan, Aliansce Sonae e Arteris tam- bém foram vítimas do ataque cibernético, de acordo com o El País. Como funciona esse golpe? Os cibercrimi- nosos invademossistemas,sequestramosdados e deixam a rede interna criptografada, ou seja, os donos dos dados não conseguem acessá-los. Na sequência pedem resgate para liberar essesdados, pois casocontrário as infor- mações roubadas podem ser vendidas ou se tornarem públicas na deep web. Algunsnúmerossãoassustadores. Só no Brasil já ocorreram mais de 1,6 bilhãode ataques cibernéticos em três meses no Brasil.Outro problema é que durante a Covid-19 aumenta- ram, e muito, osataques hackers contra empresas.As ferramentasque permitem o acesso remoto tiveram um aumento de 333% em nosso país, de acordo com levan- tamento da Kaspersky. Alertam ainda que não podemos saber, desse percentual, quantos evoluíram para o crime de dupla extorsão. Nesse golpe, os hackers sequestram dados, pedem res- gate e, caso não recebam o dinheiro, leiloam as informações em tempo real. Quem está por trás desses golpes? Os hackers! Alguns estudos, realizados por sites especializados, apontam que existem no mínimo 11 gangues atuando só neste tipo de cibercrime. Foram atacadas pelo menos 100 empresas, e destas, 22, que não quiseram pagar pelo resgate, estão com seus dados sen- do leiloados em tempo real. Os dados da pop star Mariah Carey, por exemplo, têm lance inicial em US$ 600 mil. Os dados da atriz fazem parte do pacote da Grubman Shire Mei- selas & Sacks, de Nova York, que é um escri- tório de advocacia do ramo do entretenimento, que também tem como clientes Madonna, Lady Gaga e Elton John.

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