Diário do Amapá - 29/07/2020
LUIZ MELO Diretor Superintendente ZIULANA MELO Diretora de Jornalismo Circulação simultânea em Macapá, Belém, Brasília e em todos os municípios do Amapá. Os conceitos emitidos em artigos e colunas são de responsabilidade dos seus autores e nem sempre refletem a opinião deste Jornal. Suas publicações são com o propósito de estimular o debate dos problemas amapaenses e do país. O Diário do Amapá busca levantar e fomentar debates que visem a solução dos problemas amapaenses e brasileiros, e também refletir as diversas tendências do pensamento das sociedades nacional e internacional. ZIULANA MELO Editora Chefe MÁRLIO MELO Diretor Administrativo DIÁRIO DE COMUNICAÇÕES LTDA. C.N.P.J: 02.401.125/0001-59 Administração, Redação e Publicidade Avenida Coriolano Jucá, 456 - Centro CEP 68900-101 Macapá (AP) www.diariodoamapa.com.br / / presidente Jair Bolsonaro, acossado por seus equívocos ao lidar de forma não cordial com seus ministros, com os profissionais da imprensa e desrespeitar as recomendações de isolamento social da OMS, agora sente a sua imagem se desgas- tar e resolve se socorrer, inclusive para não ser cassado, do colchão do Centrão, rechea- do de más intenções não republicanas. De fato, política não é para gente séria. Política no país é a coisa mais sórdida que existe. Veja só, Bolsonaro em campanha empinava a bandeira de combate à corrup- ção, ao fisiologismo espúrio do toma lá, dá cá, mas não durou muito para o capitão se indispor com Sérgio Moro, considerado o inimigo número um da corrupção e descer ao submundo da política para pedir apoio. E foi bater na porta do que pior existe emmatéria de composição política, o Cen- trão, ao qual o general Augusto Heleno integrante do governo, em vídeo de 2018, fez as seguintes considerações pejorativas: “Se gritar pega Centrão (ladrão), não fica um meu irmão”, cantarolou o general. Assim, depois dessa adesão ao Centrão, a sociedade gostaria de saber se o general Augusto Heleno vai continuar no governo. Mas vamos a alguns comentá- riossobre as seguintes manchetes: (1) Em troca de apoio, “O governo nomeou o ex-chefe do Procon de Pernambuco para dirigir o Dnocs, o DepartamentoNacional de Obras Contra as Secas, que tem um orçamento de R$ 1 bilhão, indica- do pelo senador Ciro Nogueira e depu- tado Arthur Lira, do PP”. (2) Em troca de apoio, “Um ex-assessor do ex-ministro Geddel Vieira foi nomeado nesta quinta-feira (28/5) a chefe de gabinete do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A nomeação de Marco Antônio Ferreira Delgado foi assinada pelo ministro do Turismo, Mar- celo Álvaro, e publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira (28/5).” (3) “Datafolha: 43% acham governo Bolsonaro ruim ou péssimo. A rejeição é recorde. É o pior índice de aprovação de presidentes desde 1989 a esta altura de um primeiro mandato.” Quem acredita na seriedade e hon- radez de políticos brasileiros está bêbado ou sofre de alguma enfer- midade mental, tal é a canalhice de suas atitudes. E a afirmação do presidente Bolsonaro que iria combater a velha política era tudo conversa fiada pra boi dormir. Da mesma forma que o presidente traiu a palavra dada ao ex-ministro Sér- gioMoro de que não interferiria na pasta da Justiça, Bolsonaro, ao se aproximar do Centrão, trai a promessa feita de que comba- teria a corrupção e a velha prática política. E vejam os exemplos de elementos do Centrão, alguns deles já condenados por cor- rupção ou ainda respondendo a processos na Justiça: Ciro Nogueira, Arthur Lira, Val- demar Costa Neto, Roberto Jefferson etc. O país é vítima da manutenção do imoral instituto voto obrigatório, que elege e ree- lege essa corja de políticos compromissada apenas com os seus interesses solertes. Tra- ta-se de políticos pérfidos e que depois de eleitos se comportam como se fossem donos de seus mandatos. Respeitamos, no entanto, algumas exceções. emos acompanhado nos últimos meses a tentativa dos mercados glo- bais em digerir os efeitos do COVID- 19, que se prolifera ao redor do globo. Na vida prática um número enorme de empresáriosde pequenas emédias empresas, deficitários em termos de liquidez, tem per- dido o sono emdecorrência de uma pergunta objetiva: “Como devo me preparar aosefei- tos econômicosda COVID-19, quando estes efeitos ainda semostram incertose asopções referentes à tomada de decisões ao combate destes efeitos se demonstram escassas?!”. Longe de termos uma resposta objetiva a esta pergunta, podemos tentar o ensaio de uma resposta que eventualmente poderia trazer alguma luz sobre o tema. Vejamos, em seu livro “The Black Swan”, NassimNicholas Taleb o autor refor- ça a necessidade de fortalecemos os cenários considerados frágeis de modo a criarmos uma mola propulsora para a criação de cená- rios positivos. Em “Principles”, Ray Dalio destaca a importância do diagnóstico e exe- cução de um plano bem fundamentado como fator de sucesso a qualquer negócio. Nesta linha, longe de querermos compa- rar o quadro vivido na crise de 2008, em seu ensaio, Joseph E. Stiglitz em “Freefall: Ame- rica, Free Markets, and the Sinking of theWorld Economy”, menciona que como combate à crise de 2008, pre- cisávamos ter o fomento de ideias mais criativas entre os economis- tas como forma de reestruturar as ineficiências de mercado. Notamos, a partir de diversos posicionamentos sobre eventos crí- ticos que a criatividade é um passo fundamental na elaboração de um pla- no de ataque bem ponderado contra os efeitos econômicos de crises. Veja, sem um plano eficiente que traga melhores chances de sobrevivência, dificil- mente será possível a que empresários ultra- passem momentos de crise. Por exemplo, um plano de endividamen- to empresarial pode desencadear em fracasso e total perda de controle, ao passo que quan- do bem estruturado e costurado de modo criativo pode ser a chance de ultrapassar a crise com fôlego. Outra chave ao sucesso destacada de qualquer crise é a resiliência, aquela habili- dade de caminhar em uma estrada com neblina dentro de um túnel escuro. Grandes figuras públicas nos ensinam que em cená- rios onde as chances de fracasso eram altas, a resiliência foi a pedra angular do sucesso. A resiliência que precisamos incorporar em nossa cultura é sem dúvida uma resiliência de longo prazo, com planejamentos mais adequadosa uma nova ordem eco- nômica mundial. Como uma pauta sugestiva, porque não nos questionarmos se novas parcerias estratégicas com menos chances de ganhos não seriam uma tática de sobrevivência durante a crise? Ou, se um reposicionamento de mercado com chances reduzidas de ganhos durante a crise não poderia alavancar novos produtos futuramente? Longe de estarmos perto de uma resposta objetiva, ao analisarmos que o mundo se pre- para para um novo contexto de conjetura eco- nômica, aprendemos que se caso quisermos sobreviver, precisaremos criativamente estar dispostos a executar umplano de contingência estratégico bem estruturado, criativamente analisado, visando médio e longo prazo, e possuir uma habilidade essencial ao lidar com nossos problemas durante a crise, a resiliên- cia, que nos tornará mais resistentes ao com- bate dos efeitos econômicos do Coronavírus, apesar dos cabelos brancos.
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