Diário do Amapá - 16/06/2020

LUIZ MELO Diretor Superintendente ZIULANAMELO Diretora de Jornalismo Circulação simultânea em Macapá, Belém, Brasília e em todos os municípios do Amapá. Os conceitos emitidos em artigos e colunas são de responsabilidade dos seus autores e nem sempre refletem a opinião deste Jornal. Suas publicações são com o propósito de estimular o debate dos problemas amapaenses e do país. O Diário do Amapá busca levantar e fomentar debates que visem a solução dos problemas amapaenses e brasileiros, e também refletir as diversas tendências do pensamento das sociedades nacional e internacional. ZIULANAMELO Editora Chefe MÁRLIO MELO Diretor Administrativo DIÁRIO DE COMUNICAÇÕES LTDA. C.N.P.J: 02.401.125/0001-59 Administração, Redação e Publicidade Avenida Coriolano Jucá, 456 - Centro CEP 68900-101 Macapá (AP) www.diariodoamapa.com.br pandemia provocada pela Covid-19 reforçou a importância de acelerar- mos o processo de universalização dos empreendimentos e serviços de sanea- mento básico. O país convive com 35 milhões de brasileiros que não têm acesso a água potável e outros 100 milhões com moradias sem conexão à rede de coleta e tratamento de esgoto. Além de servir para a expansão de doenças relacionadas à vei- culação hídrica, essas condições não per- mitem que as pessoas cumpram a higieni- zação mínima de lavar as mãos para evitar a proliferação do novo coronavírus. Essa população abandonada tem con- vivido ainda com graves problemas de saú- de como dengue, diarreia, cólera, febre tifoide, esquistossomose, hepatite infec- ciosa, entre muitos outros. Além dos pre- juízos causados aos cidadãos afetados por essas doenças, elas impactam nos gastos da saúde pública. O próprio IBGE (Insti- tuto Brasileiro de Geografia e Estatística) já realizou estudos mostrando que 34,7% dos municípios brasileiros registram avan- ços de epidemias ou endemias relacionadas à transmissão hídrica nos últimos anos. O novo marco regulatório do sanea- mento, em discussão no Congresso Nacio- nal, traz importantes avanços para o setor. Porém, da maneira como está, a nova proposta corre o risco de não aten- der às demandas urgentes da população que mais precisa de água limpa e esgotamento sani- tário. A pandemia vai provocar mudanças profundas no cenário de investimentos a curto, médio e longo prazos. O texto em dis- cussão pelos parlamentares impõe aos municípios a obrigatoriedade da universalização dos serviços de esgotamento sanitário e abastecimento de água até 2033. Em condições econô- micas normais já era uma tarefa inviável, agora com este novo panorama, a proposta se torna claramente intangível. A previsão financeira para a universa- lização do saneamento chega a R$ 700 bilhões até 2033, com uma média de R$ 53 bilhões anuais. Nosso histórico nas últi- mas décadas alcançou recursos de, no máximo, R$ 15 bilhões por ano. O cenário de investimentos em infraestrutura também é desolador. Em 2019, por exemplo, apli- camos apenas 1,87% do PIB (Produto Interno Bruno) em obras de infraestrutura. O panorama não esteve muito distante entre 2001 e 2013, quando alcançamos uma média de 2,15% de investimentos públicos e privados. Mas tudo isso é muito pouco para construir estradas, aero- portos, estações de tratamento de água e esgoto. Para os próximos 20 anos, deveríamos investir 4,2% do PIB para melhor atender às demandas urgentes do país. Precisamos repensar no modelo proposto pelo novo mar- co legal e evitar decisões de afo- gadilho. Caso contrário, corremos o risco de aprovar uma nova legis- lação que acabará inviabilizando qualquer contrato de concessão nas pró- ximas décadas, afastando as empresas dian- te de um cenário de insegurança jurídica. Por isso, o Congresso precisa ter muita res- ponsabilidade na finalização e aprovação desse marco legal. O saneamento precisa se tornar uma política de Estado, independentemente da cor partidária do governo de plantão. Pre- cisamos afastar as propostas amadoras e investir no planejamento, incluindo os mais de 5.500 municípios brasileiros. Somente com o avanço na infraestrutura de abaste- cimento de água e esgotamento sanitário vamos contribuir para o desenvolvimento socioeconômico de milhares de brasileiros e reduzir drasticamente a propagação de muitas doenças. omo em todos os lares, pudemos vivenciar, ao longo de nossas vidas, momentos felizes, assim como os tristes, mas de qualquer forma, a presença de nossos pais tornava a vida um fardo mais leve e alegre. Vagando no tempo e no espaço, podemos recordar nossos primeiros madrugais, nos- sos primeiros sonhos, nossas saídas, e, a certeza da volta, para um lar pobre, mas decente e abençoado por Deus. Como era bom aqueles tempos, como é bom saber que eles existiram. Nas madrugadas, junto de meus irmãos, fazíamos reuniões inocentes e interminá- veis, trocando vivências e buscando o con- forto na experiência individual, na certeza de que o futuro nos aguardava, o que nos levava a viver um presente solidificado no amor fraterno e na obediência aos ensina- mentos de nossos pais. O corredor de nossa casa, dentro das devidas proporções, parecia a RuaAugusta, em época deNatal, visto a agitação dos ami- gos e o constante ir e vir, na busca do melhor caminho. Éramos, na verdade, uma fábri- ca de sonhos, que se transformava em uma família fraterna e pater- nal, cujo ponto central, acontecia no almoço em dia de domingo. Naqueles tempos, assistíamos o seriado “Bonanza”, que marcou pro- fundamente, nossas vidas, assim como de todas as crianças e adolescentes. Hoje, o mundo mudou, a realidade é outra, assim como nossos sonhos e nossas esperanças são outras, mas de qualquer for- ma o saudosismo permaneceu. PERCEBEMOS QUE A CAÇA DOS SONHOS É MELHOR DO QUE A PRE- SA DA REALIDADE DOMADA. Nosso pai, em outros tempos, dirigiu caminhão, mas o que realmente sabia fazer, e o fazia como ninguém, era dirigir a famí- lia, hoje em outra dimensão, nos deixou como maior presente e herança a estrada de nossas vidas toda asfal- tada pela felicidade e certeza de que chegaremos aos nossos des- tinos. Pensamos, sinceramente, que somos mais uma família, mas uma família do Brasil que deu certo, que galga, com paciência, os degrausda existência, que tenta atingir o alvo maior, que centraliza e se concretiza no amor, na fé e na esperança. Se de um lado, a vida é uma continuidade evolutiva, de outro, envolvidos que estamos, nesse processo de crescimento vivencial, entendemos que nossos pais foram funda- mentais neste crescimento, embora tenham partido para a eternidade, ficarão eternamente em nossos corações, domesticados que estão pela gratidão infinita. PELO QUE SE VER LEITOR NÃO TENHOMOTIVO PARAAPAGAR OPAS- SADO, APESAR DE VISLUMBRAR UM FUTURO IGUAL.

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