Diário do Amapá - 19/06/2020
LUIZ MELO Diretor Superintendente ZIULANAMELO Diretora de Jornalismo Circulação simultânea em Macapá, Belém, Brasília e em todos os municípios do Amapá. Os conceitos emitidos em artigos e colunas são de responsabilidade dos seus autores e nem sempre refletem a opinião deste Jornal. Suas publicações são com o propósito de estimular o debate dos problemas amapaenses e do país. O Diário do Amapá busca levantar e fomentar debates que visem a solução dos problemas amapaenses e brasileiros, e também refletir as diversas tendências do pensamento das sociedades nacional e internacional. ZIULANAMELO Editora Chefe MÁRLIO MELO Diretor Administrativo DIÁRIO DE COMUNICAÇÕES LTDA. C.N.P.J: 02.401.125/0001-59 Administração, Redação e Publicidade Avenida Coriolano Jucá, 456 - Centro CEP 68900-101 Macapá (AP) www.diariodoamapa.com.br esiliência é a capacidade de recu- peração psicológica dos seres humanos quando são submetidos a adversidades, para suportarem o estres- se e superarem catástrofes. A definição é de Christiane Wolf e J. Greg Serpa, auto- res de A Clinician’s Guide to Teaching Mindfulness: The Comprehensive Ses- sion-by-Session Program for Mental Health Professionals and Health Care Providers.Muitas vezes, essas adversida- des são situações que parecem simples para algumas pessoas, mas que, para outras são difíceis de superar. Em alguns casos raros, entretanto, esses contratem- pos podem realmente ser chamados de catástrofes - como é o caso da situação pela qual o mundo passa desde que foi descoberto o novo coronavírus. Apalavra é bastante forte, mas infelizmente pode ser uma forma definir a situação. O esfor- ço é coletivo e mundial para tentar deter os efeitos do novo vírus. Quem pode está em casa, em nome de sua própria saúde e da saúde das outras pessoas. E, por mais que esta situação seja desa- fiadora, saber que não estamos a sós nesta jornada - ainda que estejamos fisicamente distantes - já oferece um certo conforto mental. Mesmo assim, o cotidiano muda e exige adaptações, às vezes, drásticas. Pais e mães tentando se adaptar ao home office, crianças precisando aprender a aprender em um novo sistema de aulas online, professores se des- dobrando para criar meios de pas- sar o conteúdo de maneira efeti- va, em um contexto completa- mente novo. Apenas criatividade não bas- ta. É preciso resiliência para navegar nesta nova realidade da maneira mais serena possível - um verdadeiro desafio para muitas pessoas. Os autores Wolf e Serpa, inclusive, apontam que resiliência não significa "gostar de desafios", mas sim saber que todos passamos por momentos difíceis. Ao despersonalizar o problema (porque ele não está acontecen- do apenas com você, mas sim com todas as pessoas) torna-se menos doloroso lidar com ele. "Nossa medida de resiliência é quanto e quão rápido voltamos ao nosso estágio inicial" (de antes do problema), apontam. Sob este aspecto, a prática de mind- fulness pode ajudar de maneira muito efe- tiva, para que percebamos nossa situação de maneira mais compassiva. Assim, podemos ver a situação como uma opor- tunidade para fortalecer nossos recursos mentais, emocionais e psíquicos. Por isso, compartilhamos a seguir algumas sugestões para realçar a nossa resiliência em tempos tão desafiadores quanto os que vivemos: • Neste momento, fica mais cla- ro perceber que a mudança é ine- vitável e faz parte da vida: a impermanência é um dos aspec- tos mais importantes que a meditação pode nos ensinar. Se pudermos levar isso para outras áreas da vida, vamos fortalecer nossa resiliência. Aproveite para, na medida do que for possível no momento, cultivar com bondade, a cada oportunidade, uma visão posi- tiva sobre você mesmo • Aceitar e oferecer ajuda para as pes- soas cria laços importantes e ajuda a cul- tivar conexões que permanecerão para além deste momento. • A crise pode ser vista como desafio para o crescimento. Esta é uma visão mais suave do que se a enxergarmos como um problema insuperável. • Que tal manter-se em perspectiva? Mindfulness nos ajuda a nos manter aber- tos e flexíveis, olhando para um panorama mais amplo, e a perceber que aquele não é um problema particular, mas geral. • Olhe para você mesmo neste momen- to, não se esqueça de si! Atenda a seus pró- prios sentimentos e necessidades: medite, faça atividades físicas, seja autocompas- sivo. E não se esqueça: tudo vai passar! s construções de nossas vidas são intermináveis.E sua solidez é pro- veniente dos erros consertados no seu desenrolar.Perfeição deve ser uma busca e não um resultado real. Na primeira fase da vida temos entu- siasmo sem experiência.Agimos mais com o instinto do que com a inteligên- cia.As estratégias nascem do coração e sua vinculação com os sonhos camufla a possibilidade de acertos. Absorvemos o arco íris com intensi- dade e os nossos problemas serão des- feitos na velocidade das nuvens passa- geiros.Inocentes nas ações e milionários de sonhos só podem dar num céu ima- ginário.Com o desenrolar de nossas vidas somos obrigados confrontarmos as fragilidades de nossos sonhos com a consistente realidade.Esta não entra em nós de uma vez.Cada utopia morta faz ressurgir uma fonte intensa que caminha velozmente em direção ao riacho ainda raso.A perda dos sonhos nos entristece como a absolvição da realidade nos agi- ganta. Se a primeira fase da vida é de plantar sem planejamento a segunda é de colher. Sabemos da existência da fruta da melancia.Sua parte supe- rior é doce e gostosa ao caso que a base é amarga.Não devemos ser voraz consumidor da parte superior na primeira fase da existência.Temos que ser come- dido deixar para segunda fase resquícios substanciais para enfeitar nosso fim. Primeiro tem que conscientizar que somos responsáveis pela pro- dução da parte superior da melancia.Nós devemos fazer sua logís- tica e nós mesmos devemos plantar.Na vida não existe melhor plantador do que nós mesmo,pois somos responsável dire- to de nosso destino. Sabemos que não devemos abdicar da base da melancia,porém ela é inevitável cabe então degustar com resignação. Não existe ainda na vida melancia transgenica, ou seja, só com a parte supe- rior ou só com a parte inferior.Algumas existências têm predominância de uma ou outra,mas nenhuma é isenta de ambas. A proporção será como tempera- mos nossas vidas individuais.A possibi- lidade de uma colheita com maior densidade da parte superior dependerá de varias condicio- nantes inclusive de nosso tempo interior. Amaldiçoar a existência por achar que esta é só constituída da base da melancia é ser cons- trutor permanente de canteiros inférteis. Se a primeira fase da vida foi só de sonhos e a segunda sem resul- tados cabe acreditar numa terceira fase transcendental onde recebemos a melancia como dádiva,sem trabalho e também só com a parte superior gostosa e doce. Enquanto permanecermos na segunda fase e balsamo existencial não aparecer devemos ser piratas do otimismo e da ação.Acreditar sempre que o tempo é bom para plantar e que a parte superior com- pensa a inferior. Se você está na segunda fase da vida só saboreando a parte amarga perceba que existem ainda muitos canteiros vazios e que o sol nasce todos os dias para você iniciar uma nova plantação.
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