Diário do Amapá - 21/05/2020
LUIZ MELO Diretor Superintendente ZIULANAMELO Diretora de Jornalismo Circulação simultânea em Macapá, Belém, Brasília e em todos os municípios do Amapá. Os conceitos emitidos em artigos e colunas são de responsabilidade dos seus autores e nem sempre refletem a opinião deste Jornal. Suas publicações são com o propósito de estimular o debate dos problemas amapaenses e do país. O Diário do Amapá busca levantar e fomentar debates que visem a solução dos problemas amapaenses e brasileiros, e também refletir as diversas tendências do pensamento das sociedades nacional e internacional. ZIULANAMELO Editora Chefe MÁRLIO MELO Diretor Administrativo DIÁRIO DE COMUNICAÇÕES LTDA. C.N.P.J: 02.401.125/0001-59 Administração, Redação e Publicidade Avenida Coriolano Jucá, 456 - Centro CEP 68900-101 Macapá (AP) www.diariodoamapa.com.br fato que a pandemia causada pelo novo coronavírus (Covid-19), o isolamento social e a paralisação do comércio provocaram grandes pro- blemas e continuam impactando nega- tivamente a economia brasileira. Por consequência, dívidas e prazos para pagamento vêm sendo renegociados, haja vista que credores e devedores ain- da estão tentando entender quais serão os reais impactos dessa pandemia e até quando perdurarão as medidas para o seu enfrentamento. Essa renegociação poderá salvar diversas empresas da falência ou de uma recuperação judicial. Entretanto, para a maioria delas, sobretudo para as de pequeno e médio portes, o fôlego de alguns meses talvez não seja suficiente, uma vez que a paralisação do comércio está levando-as a utilizarem a reserva que possuem (ou possuíam) em caixa, o que, aliada à indefinição sobre o tér- mino da quarentena e retomada das suas atividades, torna a situação ainda mais crítica. Apesar da existência de pro- jetos legislativos na tentativa de contenção desse cenário caótico, já é lugar comum den- tre especialistas que esses moti- vos farão o Poder Judiciário enfrentar uma verdadeira enxur- rada de processos, principalmente de novos pedidos de recuperação judicial, no segundo semestre de 2020 ou, infelizmente, até antes, apesar de também estarem de certa forma con- tidos, devido ao isolamento social. A situação é ainda mais preocupante se considerado que a ausência de reser- va em caixa poderá dificultar ou até mesmo comprometer o sucesso de eventual recuperação judicial, já que não basta realizar o pedido: a empresa precisa de crédito para seguir operando e, assim, cumprir o plano de pagar os seus credores. Daí porque, mais do que a renegociação de dívidas e pra- zos para pagamento, e mesmo que provavelmente ainda não seja possível apurar o prejuízo total, o momento é de buscar alternativas. Enquanto o auxílio do Governo Federal às empresas ficar só na teoria, os empresários terão que ter criatividade para garantir saídas e, claro, nesse sentido, necessariamente procurar por formas de resolução extrajudicial de eventuais dis- putas/impasses. Se os profissionais da saúde talvez nunca tenham sido tão exigidos para socorrerem tantas vidas num mesmo momento, o mesmo parece ser verdade sobre a necessidade das empresas conta- rem com advogados e assessores finan- ceiros capazes de lhes ajudarem a salvar os seus negócios. uitos negócios têm se reinventa- do na crise e resistido no merca- do Em um momento tão atípico como o vivenciado nos últimos meses por conta da pandemia do novo coronavírus, muitas empresas estão vivenciando pesadelos que eram apenas parte de uma possível simu- lação em um caso “hipotético”. Porém a crise está presente no mundo e, diante dela, o que pode ser feito? Com 35 anos de vivência corporativa e desde 2015 à frente da MORCONE Con- sultoria Empresarial, atendendo a diversos segmentos e portes de empresas, hoje trago um artigo apontando algumas alternativas para negócios na crise, com base no que tenho visto em minha trajetória como con- sultor empresarial e até mesmo em minha coluna na Jovem Pan News Bauru, sanando dúvidas e apontando caminhos para empre- sários da região. Esse problema de saúde pública mun- dial pegou todo o globo de surpresa e dian- te dessa situação caótica, o que precisa ser feito, por hora, é pensar em ações emer- genciais. De maneira geral, o recomendado é que os administradores priorizem aquilo que é mais importante para manter as operações da empresa, como, por exemplo, os fun- cionários que restaram. Também não se pode deixar de manter os poucos fornece- dores estratégicos que mantêm a empresa funcionando. Fora o que é considerado priori- dade, o restante precisa ser nego- ciado. Em um caso de excesso de estoque, por exemplo, a empresa pode até mesmo tentar negociar a devolução de parte desse esto- que (capital parado). Alternativas para negócios na crise – segmentos que têm encon- trado oportunidades Um dos caminhos para muitos segmentos de negócio na crise por conta do Covid-19 é apostar forte- mente no online, no digital, em estreitar laços com clientes nesse período de qua- rentena, manter as atividades no online e por meio dos serviços de entrega. As empresas que já investiam com força na internet, têm conseguido driblar com muito mais facilidade esse momento caótico que estamos vivendo. Mas hoje quero dar algumas dicas, com base em relatos de empresários que tenho ouvido nas últimas semanas, dos mais variados segmentos de atuação. Mercado Imobiliário Uma das principais crises no mercado imobiliário é que, por conta da pandemia, as pessoas não estão conseguindo arcar com os alugueis, a inadimplência nesse setor está alta. Algumas empresas desse setor têm ado- tado a medida da compra de imóveis com dívidas, trata-se de um grupo de investi- dores que compra o imóvel. Em alguns casos é até mesmo negociado com a pessoa para que continue no imóvel pagando um valor mais barato no formato de aluguel. Franqueados Aqueles que são franqueados têm encontrado muitos problemas para conseguir renegociar prazos juntos às franqueadoras, o reco- mendado nesses casos seria o auxílio junto a um advogado. Há, inclusive, decretos federais e estaduais que podem ser favoráveis em casos de dificuldade de renegociação com a franqueadora. Já em relação ao pagamento de impostos (problema entre todas as empresas), o reco- mendado é tentar segurar o quanto for pos- sível, e para isso, até mesmo o Governo Federal tem revisto prazos para o recolhi- mento de impostos para julho. Construção Civil Dentre as alternativas para empresas na crise, acho interessante também mencionar o ramo da construção civil. Por conta da pandemia, houve redução de demanda oca- sionada pela paralisação das atividades. Acho importante mencionar que muitas construtoras estão conseguindo driblar bem a crise, por conta de sua trajetória focada também no digital, o que reforça o já men- cionado sobre a importância do investimen- to no online.
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