Diário do Amapá - 22/05/2020

LUIZ MELO Diretor Superintendente ZIULANAMELO Diretora de Jornalismo Circulação simultânea em Macapá, Belém, Brasília e em todos os municípios do Amapá. Os conceitos emitidos em artigos e colunas são de responsabilidade dos seus autores e nem sempre refletem a opinião deste Jornal. Suas publicações são com o propósito de estimular o debate dos problemas amapaenses e do país. O Diário do Amapá busca levantar e fomentar debates que visem a solução dos problemas amapaenses e brasileiros, e também refletir as diversas tendências do pensamento das sociedades nacional e internacional. ZIULANAMELO Editora Chefe MÁRLIO MELO Diretor Administrativo DIÁRIO DE COMUNICAÇÕES LTDA. C.N.P.J: 02.401.125/0001-59 Administração, Redação e Publicidade Avenida Coriolano Jucá, 456 - Centro CEP 68900-101 Macapá (AP) www.diariodoamapa.com.br odos os dias em nossos smartp- hones, computadores e TVs, temos uma verdadeira chuva de informações, e nem sempre é possível conferir a veracidade delas. Se achar- mos que ela faz sentido para nós e pode ajudar o próximo, tratamos de encami- nhar imediatamente para nossas redes de contato e, assim, a informação se dissemina (em uma velocidade absur- da), seja ela verdadeira ou não. Real- mente, não pensamos nas consequên- cias disso, afinal, é só uma mensagem sobre um assunto polêmico ou que vai alimentar ainda mais uma discussão interessante, não é mesmo? Não é bem assim. O termo “infodemia” significa epi- demia de informações falsas. As pes- quisadoras Emma Spiro e Kate Star- bird, da Universidade de Washington (Seattle/EUA), estão investigando como a desinformação está se espalhan- do durante a pandemia da Covid-19 e como os conhecimentos científi- cos influenciam as percepções públicas. O coronavírus, por exem- plo, já foi tratado como arma biológica produzida em labo- ratório, já foi uma conspiração dos mais ricos do planeta para alterar os valores de compra e venda de ações, já veio do mor- cego, do pangolim, já foi culpa dos chineses, dos italianos, já foi letal e agora não é mais — até atribuíram ao Papa Francisco a culpa pela dissemi- nação desse vírus quando ele deu um tapa na mão de uma asiática. Brinca- deiras à parte, tudo isso aconteceu em apenas dois meses, e isso nos revela um vírus não apenas como o causador de uma doença, mas como uma verda- deira arma de guerra de informações. Essas incertezas nos trazem ainda mais angústia e ansiedade. No caso do coronavírus, as situações apresen- tadas no início da pandemia, por exemplo, levaram a desencon- tros de atitudes e ações entre os diferentes líderes mundiais. Até agora, não sabemos exata- mente qual o grau de perigo em abandonar a quarentena para reacender a economia. Estamos entre a cruz e a espada. Então, como podemos minimi- zar essa situação? Primeiramente, refletir criticamente sobre a informação e, sempre que possí- vel, checar a sua veracidade. Você tam- bém pode avaliar qual o grau de contri- buição que aquela informação terá na vida das pessoas que você pretende com- partilhar, ou seja, será que elas já sabem aquilo? É algo novo e que realmente trará algum benefício? Por fim, ter bom senso! Afinal, o que mais precisamos nesse momento são união e solidariedade. stamos vivendo uma nova situação devido à pandemia e às medidas de iso- lamento social para combater o contá- gio. Esta situação tem exigido grandes mudan- ças em nossos hábitos: novas formas de fazer compras, de trabalhar, de acompanhar os estu- dos dos filhos, entre outros. É preciso flexibi- lidade para lidar com esses desafios impostos pelo fechamento de estabelecimentos e pelas restrições de circulação. Tais cuidados são necessários e, felizmente, temos a internet que passa a ser o pivô desta transformação, man- tendo a rotina de trabalho, as compras online para o abastecimento da casa e, principalmen- te, a educação online e o entretenimento dos nossos filhos. Mas será que é só isso? Pois bem, é importante falar em "universo da internet", pois existe ali ummundo de coi- sas acontecendo, principalmente quando fala- mos de crianças e adolescentes. E ainda que, num primeiro olhar, possa parecer um lugar protegido de muitos dos perigos do mundo real, o universo virtual está cheio de ameaças e longe de ser um ambiente totalmente seguro, o que exige cuidados ao navegar por ele. Quem são os amigos virtuais que os filhos estão fazendo? Será que os conteúdos que estão acessando são indicados considerando sua idade e maturidade? Como explicar para uma criança o que são golpes online? E nos jogos online, há alguma armadilha que eles devam estar cientes? Essas são algumas ques- tões que passam pela cabeça dos pais neste momento de isolamento social e em que a educação escolar e a interação passaram a ser totalmente digital. E o principal desafio é como lidar com tudo isso sem res- tringir a liberdade e aproveitar as tan- tas coisas boas que a internet pro- porciona. A Kaspersky, em parceria com a consultoria CORPA, ouviu cerca de 2.300 mães e pais de jovens até 18 anos, em seis países da América Latina - entre eles, o Brasil - e iden- tificou que a grande maioria está ciente dos riscos da internet . Nesse contexto, destaco a conversa franca como um ponto fundamental e a recomendação de levar a discussão sobre a vida digital para dentro de seu lar, tornando-se uma referência positiva também em relação a isso. Explique que os riscos virtuais existem e ensine as crianças a ter cautela - como, por exemplo, com aquilo que ela compartilha na internet. Explique que contar sobre a expe- riência vivida numa viagem no fim de semana é algo comum, mas que não se deve enviar a pessoas desconhecidas fotos daquele momen- to. Alerte sobre a existência de locais (sites) seguros e outros duvidosos e oriente-as sem- pre a pedir ajuda a um adulto para aprender a identificar essas diferenças.Ainda, abra portas para conversar sobre as situações vividas na internet, perguntando especialmente se houve alguma situação estranha ou que os fizeram sentir desconfortáveis ou ameaçados, como assédio, bullying, mensagens de conteúdo obsceno ou aliciamento. Falar sobre cibersegurança de uma forma leve e simples é um grande desa- fio para os pais (66,9%) . Pensando nisso, desenvolvemos um livro cha- mado "Kasper, Sky e o urso verde" para ajudar nesta educação digital das crianças por meio de uma his- tória lúdica. A leitura infantil é, além de um momento agradável em família, uma ótima maneira de levar esse conhecimento a eles. Para quem tiver interesse, o livro está disponível gratuitamente para download . Além da conversa, nós, pais, também tomamos outras medidas para lidar com a questão da segurança de nossos filhos e, de acordo com nossa pesquisa, a mais comum é estabelecer limite de tempo para navegação. Em segundo lugar, está a educação sobre cibercrimes, seguida da revisão do histórico de navegação. Já uma parcela pequena instala programas nos dispositivos dos filhos para manter a supervisão quando a criança navega por conta própria. Todas essas medidas são valiosas para que as crianças tirem o melhor proveito da internet e, principalmente, mantenham sua rotina de estudos sem se preocupar com ciberameaças. Recentemente, tivemos um exemplo de como a segurança deve ser levada a sério. Em pleno isolamento social com as crianças se adaptan- do ao ensino à distância, foi descoberto uma vulnerabilidade relevante na plataforma de videoconferência que se tornou o xodó dos internautas, o Zoom.

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