Diário do Amapá - 23/05/2020

LUIZ MELO Diretor Superintendente ZIULANAMELO Diretora de Jornalismo Circulação simultânea em Macapá, Belém, Brasília e em todos os municípios do Amapá. Os conceitos emitidos em artigos e colunas são de responsabilidade dos seus autores e nem sempre refletem a opinião deste Jornal. Suas publicações são com o propósito de estimular o debate dos problemas amapaenses e do país. O Diário do Amapá busca levantar e fomentar debates que visem a solução dos problemas amapaenses e brasileiros, e também refletir as diversas tendências do pensamento das sociedades nacional e internacional. ZIULANAMELO Editora Chefe MÁRLIO MELO Diretor Administrativo DIÁRIO DE COMUNICAÇÕES LTDA. C.N.P.J: 02.401.125/0001-59 Administração, Redação e Publicidade Avenida Coriolano Jucá, 456 - Centro CEP 68900-101 Macapá (AP) www.diariodoamapa.com.br ão é incomum hoje, emmeio à crise do COVID-19, presenciarmos diversos indivíduos se manifestan- do a favor de Jair Bolsonaro. Inúmeras cidades brasileiras têm lotado as ruas com seus veículos e promovido palavras de ordem como "ditadura já"; "a economia não pode parar"; "o coronavírus não existe, é coisa da esquerda" e por aí vai. Por outro lado, quem não apoia o Gover- no e vai contra as ideias desses manifes- tantes os têm considerado psicopatas, pois parece inconcebível: defender uma ditadu- ra, se lançarmos o olhar na História para conhecer as consequências que esse regime já provocou; defender a economia, enquan- to parte da população está definhando nos hospitais; e, principalmente, negar o vírus ou politizá-lo, já que é um problema mun- dial e não somente da direita ou esquerda brasileira. Tudo isso não somente coloca a vida do próprio indivíduo em risco como a do próximo. O perfil de quem nega o coronavírus, que acredita que ele seja de esquerda e que quer a volta da economia, nada tem de psi- copata. São indivíduos altamente morali- zantes, sociáveis e empáticos com seus semelhantes, diferente do psicopata, que apresenta uma falta de moralidade, socia- bilidade e empatia. A maioria dos indiví- duos desse movimento em prol do Governo e de negação do vírus tra- balham, têm famílias, muitos são bem-sucedidos, possuem uma escolaridade acima da média do brasileiro, ou seja, são mais pri- vilegiados que grande parte da população. Então, a única con- clusão a que se pode chegar é que eles são indivíduos normais. Essa normalidade é simples: está na frase "sempre foi assim"; é o que denominamos de status quo, ou melhor, aquilo que está estipulado como bom, belo e correto, para determinado grupo. Este grupo de manifestantes entende o presi- dente como um herói messiânico. Seguem seus comentários radicalmente, mesmo que ele volte atrás depois. Sabemos bem que só existe um herói quando seu arqui-ini- migo é criado para que nele seja projetado tudo o que é ruim, feio e errado. Reduzindo a consciência humana a uma dualidade de bom/ruim; certo/errado; bonito/feio. Tudo o que for novo para a realidade desses indivíduos será julgado e colocado ou na caixinha do bom ou na caixinha do ruim. Para estes indivíduos, a esquerda sempre esteve na caixinha do ruim/feio/errado. Agora, colocaram nela o Mandetta e o Moro; não à toa, as imagens do Moro como Che Guevara tomaram a internet, recentemente. Não exis- tem, para estes indivíduos, as nuan- ces, os vários tons, a furta cor, etc.. Quem está nessa dualidade sempre irá enxergar e entender o seu grupo como o correto, o bom e o belo, e não será capaz de enten- der que em si também existe o erra- do, o mal e o feio. Ao não perceber em si tais características, acaba por deixar o próprio mal correr à solta, jus- tificando com a frase "sempre foi assim"; ou "mas isso é ruim/errado mesmo", etc.. Eles banalizam o mal que os habita. Acaba também por enxergar o mal somente no outro sem olhar para si mesmo, o que o leva a uma maior dualidade. Esses indivíduos normais, escolarizados e inteligentes têm tudo, menos um grau con- siderável de consciência. Não usam sua inte- ligência para pensar e discernir sobre o mun- do, mas para cumprir ordens; não conse- guem perceber que o mundo não é feito de caixinhas, mas de complexidades; temmedo de ter consciência, pois é muito melhor ficar no conforto de se julgar como bom, correto e belo e não enfrentar o mal que os habita. Contudo, é somente reconhecendo o ladrão, o esfomeado, o violentador em nós que ire- mos minimizar os danos ao próximo. logística é responsável pelas ati- vidades de transporte, movimen- tação, armazenamento, produção e distribuição de produtos, tendo como principal objetivo facilitar o fluxo de materiais na cadeia produtiva, unindo produtos e serviços aos consumidores finais. A partir da década de 1990, com o advento da internet e a consolidação da globalização, a logística vem passando por grandes transformações e novos ter- mos e metodologias vão sendo incorpo- rados a esta área. Um deles é a logística urbana, também conhecida pelas termi- nologias city logistics (logística da cida- de) e last mile (última milha), a qual trata do processo de otimização das atividades logísticas e de transportes em áreas urba- nas. Tal conceito vem ganhando força nos últimos anos em consequência das evo- luções tecnológicas e informacionais e do aumento da demanda de consumo, associado ao sistema de produção puxada e à necessidade de redu- ção de estoques por parte das organizações e da explosão do e-commerce. Fatores estes que alteram a dinâmica de distribui- ção de cargas nos centros urba- nos, onde as entregas passam a ser de volumes cada vez meno- res, com maior frequência e for- ma pulverizada. De acordo com a E-bit, uma empresa Nielsen, os principais produtos comprados no e-commerce brasileiro são artigos de moda e acessórios, com ticket médio de R$ 169,00; juntamente com o setor de perfumaria, cosméticos e saúde, com ticket médio de R$ 197,00 — o que torna as entregas mais fracionadas com volumes de menor porte. No entanto, neste cenário de pande- mia enfrentado atualmente, em que mui- tas pessoas passaram a realizar isolamen- to social e teletrabalho (home office) a fim de evitar aglomerações, a logís- tica urbana se tornou ainda mais evidente. E enquanto presencia- mos a redução de veículos e pes- soas circulando pelas ruas, vemos o expressivo aumento do uso de aplicativos de delivery de refeições, alimentos e pro- dutos em geral, como forma de evitar idas aos supermercados, restaurantes, farmácias e serviços em geral. E assim, vemos um novo cenário, pós-pandemia, sendo desenhado também na logística, onde serão necessários cada vez mais profissionais capazes de traba- lhar com softwares de roteirização e oti- mização de entregas/veículo, priorizando entregas por motos, bicicletas e até mes- mo a pé. Pensando neste cenário do “novo normal”, ideias de formas alterna- tivas de entregas que, até então, soavam como futurísticas, começam a ganhar for- ça, como é o caso dos drones e veículos autônomos.

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