Diário do Amapá - 28/05/2020
LUIZ MELO Diretor Superintendente ZIULANAMELO Diretora de Jornalismo Circulação simultânea em Macapá, Belém, Brasília e em todos os municípios do Amapá. Os conceitos emitidos em artigos e colunas são de responsabilidade dos seus autores e nem sempre refletem a opinião deste Jornal. Suas publicações são com o propósito de estimular o debate dos problemas amapaenses e do país. O Diário do Amapá busca levantar e fomentar debates que visem a solução dos problemas amapaenses e brasileiros, e também refletir as diversas tendências do pensamento das sociedades nacional e internacional. ZIULANAMELO Editora Chefe MÁRLIO MELO Diretor Administrativo DIÁRIO DE COMUNICAÇÕES LTDA. C.N.P.J: 02.401.125/0001-59 Administração, Redação e Publicidade Avenida Coriolano Jucá, 456 - Centro CEP 68900-101 Macapá (AP) www.diariodoamapa.com.br as últimas semanas, não foram poucas as oportunidades onde escrevi, e falei, sobre as incertezas quanto à realização das eleições municipais, em virtude da pan- demia que nos assola. Isso porque, com base nos preceitos do arti- go 14, e seguintes, da Constituição Federal, além das determinações da Lei 9.504/97, o Tribunal Superior Eleitoral editou em dezem- bro do ano passado as resoluções aptas a reger o processo de escolha das autoridades muni- cipais, especialmente a de número 23.606, que estabelece o calendário eleitoral 2020. Conforme indicado, esta vigora desde o final de dezembro de 2019, período onde os nossos passos futuros não estavam sujeitos a um cenário nebuloso e complexo, ou seja, o Tribunal Superior Eleitoral estabeleceu todas as datas eleitorais imaginando que 2020 seria um ano normal, o que definitivamente não está acontecendo. Em relação às datas dos principais atos, cumpre indicar: - 05 de março até 03 de abril, para o início da troca de partido pelos candi- datos sem que haja risco ao mandato atual (infidelidade partidária); - 04 de abril (06 meses antes do pleito), é a data final para que os candidatos tenham domicílio eleitoral no município onde pretendam disputar as elei- ções, também é a data final para que estejam filiados aos partidos onde terão legenda para a disputa; - 07 de abril é a data à partir da qual os pretensos candidatos devem estar desincompatibilizados dos cargos onde sejam ordenadores de despesas ou que possam aumentar os subsídios dos servidores; 15 de maio é o início do período onde os pré-candidatos podem começar a arrecadação de fundos para a campanha; - 30 de junho é o último dia onde candidatos podem apresentar programas nos canais de comunicação de massa; - 04 de julho ( 03 meses antes do pleito) é a data à partir da qual os candidatos que sejam detentores de mandato eletivo não podem nomear ou exonerar funcionários sem as devidas justificativas, realizar despesas, exceto à pré-existentes, participar de atos de publicidade institucional ou equivalente e tam- bém inaugurações públicas; - 20 de julho até 05 de agosto é o prazo para a realização das convenções para a escolha dos candidatos e formalização das coligações; - 15 de agosto é o prazo final para o registro das candidaturas; - 16 de agosto é a data à partir da qual tem iní- cio a campanha eleitoral; - 04 de outubro acon- tece o primeiro turno e; - em 25 de outubro o segundo turno, e, após os demais atos. Importa frisar, sobre os atos indicados, que parcela deles já está superada e, em relação aos faltantes, há a pressuposição de aglome- ração e a consequente exposição à riscos dos participantes. Diante de tudo isso, inúmeras foram as discussões e as hipóteses trazidas pelos congressistas, pelos estudiosos do Direito Eleitoral e até pelos pró- prios ministros do TSE. As principais foram: - unificação dos mandatos municipais, estaduais e federais e a realização de um único pleito em 2022. Esta foi defendida mais contundentemente pelos sena- dores em início do mandato, mas tam- bém foram objeto de proposta de emen- da constitucional pelo Deputado Federal Aécio Neves (que, apesar de viver um cer- to ostracismo, ainda dispõe de força nos bas- tidores); - a segunda hipótese aventada foi a mais radical, e só aconteceria no caso de não ser alcançada uma solução por parte dos con- gressistas, razão pela qual os mandatos atuais seriam encerrados e, em virtude da sua vacância, os juízes das comarcas assumiriam temporaria- mente o exercício do cargo máximo municipal ( em simetria ao que dispõe a Constituição Fede- ral em relação ao Presidente do Supremo Tri- bunal Federal assumir a Presidência da Repú- blica); - como as duas alternativas anteriores são bastante complexas e dificilmente alcançá- veis, surgiu uma mais plausível e condizente com o calendário eleitoral atual, que é a insti- tuição do voto a distância, através de aplicativo desenvolvido e controlado pelo Tribunal Supe- rior Eleitoral. magine que você receba uma mensagem de seu gestor informando que no próximo dia primeiro — pode ser de qualquer mês —você deve retornar às suas atividadesem seu ambiente de trabalho físico, ao local onde tra- balhava antes do home office.O que você espera encontrar? Como será o reencontro com seus colegas? E, em termos de gestão, o que será que mudou ou mudará? Nossa intenção neste artigo é discutir o papel da área de gestão de pessoas no que diz respeito à volta do colaborador, às tendências e possíveis ações que poderão ser tomadas após o controle da pandemia do coronavírus. As mudanças em função da Covid-19 ocor- reram de forma muitorápida. Não houve tempo hábil, como profissionais de gestão de pessoas, para refletir e estudar as melhores alternativas, escolher as mais adequadas e discuti-las com os envolvidos. Tudo aconteceu de maneira tão veloz que tem gente que ainda nem se cons- cientizou das mudanças pelas quais passamos, estamos passando e, principalmente, pelas que virão no tocante ao trabalho e à gestão das pes- soas. Se outras áreas sofreram impacto — a de gestão de pessoas, posso afirmar — foi uma das mais atingidas, pois todas as empresas mexeram em seus quadrosde pessoal, alterando atividades e colocando a maior parte, quando possível, em home office; algumas já fizeram demissões, outras estão planejando isso agora e muitas outras as farão após o retorno dos tra- balhadores aos seus postos. Logo, se a área de gestão de pessoas sofreu de forma muito mar- cante neste processo de mudança, tam- bém deverá responder de maneira ainda mais contundente às necessidades da empresa e dos colaboradores em todo esse processo. A tendência é que se perceba o trabalho a distância de forma mais positiva do que se via até então, que se reconheçam as vantagens desta categoria de labor —entendidas antes da pandemia como pouco significati- vas. Muitos torciam o nariz quando se aventava instituir o home office. Hoje, entretanto, empregados e empregadores, com certeza, já pensam diferente. Não cabe discutir se o trabalho remoto é positivo ou nega- tivo ainda, mas sim que foi possível e que foi factível fazer a alteração do local e tipo de tra- balho executado até então. Outro olhar recai sobre as tecnologias que temos disponíveis: as que funcionaram, as que precisam ainda de muito investimentoou aquelas quesó necessitamdepequenosajustesparaservir aos objetivos de se mudar a forma de como e onde o trabalho é ou será realizado. Ficou claro o quanto somos dependentes delas e como nos tornaram independentes de uma cadeira e uma baia dentro da empresa para produzirmos. Essa área, a de TI, aliada à gestão de pessoas, con- quistará grandes espaços em um breve futuro. A volta dos colaboradores à empresa, aos seus postos de trabalho, não se dará de forma única e irrestrita, ou seja, cada empresa está decidindo quando e como isso ocorrerá. Mas, voltaremos todos, em tempos e formas diferen- tes. E, diferente também, será nossa per- cepção de como é trabalhar ao lado de outras pessoas, de ter um lugar fixo numa empresa, de ter uma rotina mais controlada e menosflexível. E, talvez isso faça com que as pessoas passem a inquirir suas empresas do porquê não poderem ter mais flexibilidade. Cabe à gestão de pessoas pensar nesse momento de retorno,como o de um recomeço. Alguns colaboradores regressarão commais dores e perdas do queganhos. Outros,maismadurose segu- ros, outros ainda, desconfiando de tudo e de todos. Assim, se quem tem a responsabi- lidade de cuidar das pessoas dentro da empresa ignorar todos esses impactos, nossa volta pode ser mais traumatizante do que nossa vinda para trabalhar em casa. Alguns se questionam se haverá aumento de pessoas que atuarão em home office depois do controle da pandemia. Para Fabiana Marin, con- sultora empresarial com 20 anos de experiência em Gestão de Pessoas, a resposta é positiva. “Haverá um misto entre presencial e teletraba- lho. No passado as empresas não acreditavam que os colaboradores pudessem ser produtivos se trabalhassem de seus lares, mas isso mudou”, explica. Desta maneira, cabe à gestão de pessoas ensinar seus colaboradores a como atuar longe das instalações da empresa, capacitá-los não apenas na área técnica, mas especialmente, visando seu lado humano, pois precisam estar preparados psicologicamente para essa nova etapa de suas carreiras.
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