Diário do Amapá - 28/05/2020
azul 3>6 magenta 4>8 É da natureza huma- na dar mais atenção às tra- gédias, daí os destaques nas estatísticas para mortes e novas confirmações de Covid-19 —razão de sobra para desespero, sofrimento, tristeza e desconsolo de entes, com lágrimas, muitas lágrimas derramadas... Mas, ainda ofuscado pelos outros números, de doen- tes e mortos, existe um exército vencedor, de muitos heróis que, depois de longas internações em UTIs, e lutando com poucas armas, mesmo assim venceram. E, portanto, merecem que suas alegrias sejam comparti- lhadas! Ministério da Saúde informa que 67% dos municípios brasileiros registraram casos de Covid-19. O número representa 3.771 dos 5.570 municípios do Brasil. Há um mês, o número de cidades afetadas pela pande- mia era de 1.721. O Disk Denúncia da PMM recebeu mais de 100 recla- mações de uso de pipas por crianças e adolescentes. AGuarda Civil tem fiscalizado, mas é muito importante que as famílias orientem para as medidas restritivas de cir- culação e para o perigo de transmissão e contágio do coro- navírus, sugere prefeitura. O Brasil fechou 860.503 postos de trabalho em abril deste ano, segundo dados do Caged divulgados nesta quar- ta-feira (27). Inegável: são terríveis e devastado- res os efeitos do coronavírus. Ferido de morte pelos efeitos da Covid, Bar do Abreu fecha as portas. Tradicional reduto da boemia macapaense, Abreu se despede de sua fiel clientela, mas com esperança de que ainda possa retornar, pra continuar história já contada há mais de 38 anos, informa a jor- nalista Tica Lemos. MaisumenfermeiromorrevítimadaCovid-19emMacapá. EltonCamiloatuavana linhadefrentedecombateaovírus na UPAZona Sul. Amigos e colegas lamentaram a morte precoce do profis- sional. Polícia Militar informa que durante o lockdown ja foram fiscalizados mais de 10 mil veículos nas barreiras sanitárias e de monitoramento. E que também foram registradas mais de 280 pessoas com temperatura acima do normal. Acaba sexta, 29, o ‘para tudo’na cidade, que começou terça, 19. E tem dado certo, avaliam otimistas, “porque até últimos dados, domingo, taxa de isolamento em MCP havia chegado aos 60%, nem tão distante dos 70%, previstos pela OMS.” Prefeito Clécio, que avalia medida no rádio nesta quinta 28, nada diz ainda se isolamento será ou não prorrogado por mais 10 dias. Circulou notícia nas redes da exoneração do diretor da UBS Lélio Silva, Emanoel Martins; mas os boatos logo foram desmentidos pelo prefeito Clécio Luís. Em entrevista, WGóes enalteceu o esforço conjunto do GEA e prefeitos, mas criticou postura de pessoas que fazem acusações infundadas e distorcem a realidade, subes- timando tofo um esforço no combate à Covid-19. Disse também que irá processar os que acusam sem provas e espalham fake news. No que está corretíssimo. As redes sociais definitivamente viraram tribuna onde “filósofos” autodidatas tratam dos males da humanidade e do Brasil sem na maioria das vezes dominar o tema em pauta e com escorregões assombrosos na coitada da gra- mática. Todos, via de regra, têm a solução para as dores do mundo. WGóes quer que órgãos de controle acompanhem compras da covid-19. É por mais transparência nos pro- cessos licitatórios de aquisição e contratações de serviços para enfrentamento da Covid-19. Na esteira da operação contra fake news, Davi (DEM/AP) garante que Senado vota, semana que vem, projeto com ferramentas de combate às informações falsas —dito pelo próprio em sua conta no twitter. “Aqueles que espalham fake news devem ser punidos com rigores da lei”, aditou. ONU defende “linguagem neutra” e orienta substituir marido e esposa por ‘cônjuge’. “É por um mundo mais igualitário, quando não se tem certeza quanto ao sexo de alguém ou não se sabe como se referir a um determinado grupo”, orienta em mensagem no twitter. m Presidente da República, cujo nome não é preciso mencionar, declarou, numa entrevista, que vai retirar o título de Patrono da Educação Brasileira concedido a Paulo Freire. É compreensível essa decisão. Embora Paulo Freire seja conhecido, admi- rado e seguido em todo o orbe terráqueo, esse Presidente não sabe quem é essa pessoa. O livro “Pedagogia do Oprimido”, de Paulo Freire, foi traduzido em dezenas de idiomas. É pena que esse Presidente não saiba Inglês. Poderia ler essa grande obra, nesse idioma, já que não a leu em Português. Permanece absolutamente atual o legado que Paulo Freire nos deixou. As propostas desse educador brasileiro foram acrescidas pela contribuição de outros pensadores e, mais que tudo, pela prática mili- tante de educadores populares. A Educação pode jogar um papel decisivo na construção da cidadania, na preservação da dignidade humana e, num estágio mais avan- çado, na celebração da grandeza de todos os seres, como expressão cósmica da Criação, como ensina Frei Leonardo Boff. A educação não é uma doação dos que jul- gam saber aos que se supõe nada sai- bam. Deve ser recusada, como acanha- da, a concepção que vê o educando como arquivista de dados fornecidos pelo educador. Rejeite-se, por imprestável, a pas- sividade do educando, na dinâmica do processo educacional. Tenha-se presente o anátema de Paulo Freire à visão da palavra como amuleto, independente do ser que a pro- nuncia. Esteja-se atento a seu libelo contra a sono- ridade das frases. Mais importante é entender que a força da palavra está na sua capacidade transfor- madora. Aeducação libertadora vê o educando como sujeito da História. Vê na comunicação "educador-educando- educador” uma relação horizontal. ``O diálogo é um traço essencial da educação libertadora. A educação libertadora busca desenvolver a consciência crítica de que já são portadores os educandos. Partedaconvicçãodequeháumarique- za de ideias, de dons e de carismas na alma e no cotidiano dos interlocutores. O projeto final da educação liber- tadora é contribuir para que as pes- soas sejam agentesde transformação do mundo. Para isto é preciso que as pessoas decifrem os aparentes enigmas da sociedade. Os marginalizados devem refletir sobre sua situação miserável. Devem identificar os mecanismos res- ponsáveis pela marginalização e pela negação de humanidade. Devem buscar os caminhos para mudar as situações de opressão. O mundo não é uma realidade estática, mas uma realidade em transformação. Somos os arquitetos do mundo. Educandos e educadores, na perspectiva da educação libertadora, vão buscar juntosas chaves para transformar a realidade opressora. É livre a publicação deste artigo nos veículos de comunicação. É livre também a transmissão do texto, de pessoa para pessoa.
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