Diário do Amapá - 29/05/2020

LUIZ MELO Diretor Superintendente ZIULANAMELO Diretora de Jornalismo Circulação simultânea em Macapá, Belém, Brasília e em todos os municípios do Amapá. Os conceitos emitidos em artigos e colunas são de responsabilidade dos seus autores e nem sempre refletem a opinião deste Jornal. Suas publicações são com o propósito de estimular o debate dos problemas amapaenses e do país. O Diário do Amapá busca levantar e fomentar debates que visem a solução dos problemas amapaenses e brasileiros, e também refletir as diversas tendências do pensamento das sociedades nacional e internacional. ZIULANAMELO Editora Chefe MÁRLIO MELO Diretor Administrativo DIÁRIO DE COMUNICAÇÕES LTDA. C.N.P.J: 02.401.125/0001-59 Administração, Redação e Publicidade Avenida Coriolano Jucá, 456 - Centro CEP 68900-101 Macapá (AP) www.diariodoamapa.com.br psicólogo americano Abraham Harold Maslow foi o criador da famosa Hierar- quia das Necessidades Humanas, que utiliza uma pirâmide para demonstrar como o ser humano busca satisfazer suas necessidades (fisiológicas, segurança, afeto, estima e autor- realização). Para ele, primeiro precisamos rea- lizar nossas necessidades fisiológicas (comida, moradia, saúde, emprego) para depois buscar- mos a satisfação em autoconfiança, reconheci- mento social, autocontrole, criatividade, entre outras coisas. O que isto tem a ver com a pandemiade coro- navírus? ParaMaslow,o ser humano cresce, se desen- volve, consome e busca a felicidade quando tem planos para a realização de seus sonhos. Em pesquisa recente realizada pelo time de Insights &Analytics Integrated Brasil do Google,ospes- quisadores estão sugerindo que por conta da pandemia, os seres humanos e, portanto, con- sumidores, estão voltando aomais básico,crian- do uma nova estrutura em termosde necessida- des. Necessidades Funcionais: que envolvem finanças, segurança, informação e necessidade de uma redução na burocracia dasorganizações, uma maior exigência de rapidez e eficiência na resposta do atendimento aos clientes. Necessidades Emocionais: que envolvem saúde, nosso estado mental e emocional, nossa diversão,passado, pensamentos,relações edese- jos. Necessidades Aspiracionais: que envolvem nossas demandas mais sofis- ticadas, como ser humano, conquistas, sonhos, pertencimento, identidade. Necessidades Sociais: que envol- vem o consumidor enquanto indiví- duo social, envolve a expansão de limitespessoais, incluindo,potencial- mente, a experiência de ideias espi- rituais,como considerar-se parte inte- grante do universo Além desta nova classificação, o estudo analisa o seu funcionamento durante a crise e a divide em duas etapas, chamadas de primeira e segunda onda. Na 1ª onda os indivíduos estão diretamente impactos pela crise pandêmica. Pessoas, empresas, orga- nizações, governos, política e sociedade estão envolvidos e impactados, suasações se baseiam em um cenário incerto e sem alternativas testa- das. Já na 2ª Onda, vivemos os impactos de uma pandemia em andamento, mas com uma clara visão de que seu impacto será profundo, dura- douro e muito alémdas expectativas de um curto período de tempo de reclusão e isolamento social. A1ª Onda gerou um cenário de insegurança e medo, onde a busca por informações sobre o que é o coronavírus, suas formas de contágio, os impactos nos empregos, na renda e nos negó- cios dominaram os sites de busca na internet. Necessidades emocionais, Aspiracionais e Sociais não figuravam como algo importante a ser analisado, ou algo para se preocupar. Na 2ª onda, que aliás ainda não tem prazo para acabar, tomamos consciên- cia do impacto da crise pandêmica, não sabemos quanto tempo irá durar, mas sabemos que além das necessi- dades funcionais, precisamos urgen- temente de apoio emocional. O iso- lamento tem afetadoclaramente nossa capacidade de planejar o futuro, pen- sar em novas aspirações e sonhos para nossas vidas pessoais e profissionais. Mesmo com o achatamento da pirâ- mide, nas duasondas mencionadas no estu- do, as necessidades sociais não aparecem no horizonte de futurosdas pessoas, indicando que suas aspirações e emoções ainda estão abaladas, gerando preocupações para com o futuro. Mas você deve estar se perguntando o que fazer em relação ao seu futuro, do seu negócio e clientes. Para o time de Insights & Analytics de Integrated Brasil do Google, existem caminhos a serem trilhados: As empresas, governos, políticos e órgãos de classe devemmostrar que o futuro ainda pode ser bom, gerando nas pessoas a necessidade de pla- nejar o futuro, a realização de sonhos, em suma mexer com suas aspirações; Precisamosestimular o novo, o uso das novas tecnologias, a possibilidade de encontros online com amigos, parentes, pais e avós, mostrar que o distanciamento é apenas físico, mas que pode- mos estar juntos virtual e emocionalmente. ma crise sem precedentes na história recenteangustiaomundonestemomento. Temos visto, em tempo real, grandes potências sendo impactadas brutalmente por um vírusperigosoquerevelou,sobretudo,afragilidade de muitasnaçõesemcombateredirimirosabalos provocadosporuma pandemiadesconhecida.Há cerca de cinco semanas, nós, brasileiros, come- çamos a sentir na pele os efeitos colaterais dessa guerra. E isso tem sido desafiador. Digo isso porque enquanto acompanhamos pela mídia o trabalho de autoridades políticas e médicasembusca deuma solução para oproble- ma, temos de nos preocupar, antes de tudo, com a nossa saúde e, também, com nosso trabalho. Nesseaspecto,oisolamentosocial impôsaos líde- resdas empresas uma tarefa extremamente com- plexa: gerir à distância com eficiência, manter a equipeengajada,desenvolverestratégiasde curto prazopara superara crisee,nomeiode tudo isso, administrar a nossa vida em casa. A mudança do nosso cotidiano, que com a quarentena passa a ser cada vez mais dentro de casa, pode ser um tanto angustiante para aqueles que nunca tiveram a experiência do home office. Porém,com algumasmudançasnoshábitos,uma boa comunicação e o apoio da família ou de pes- soaspróximas,épossível ver umoutro ladodeste momento tãodifícil eoenfrentá-lodamelhorfor- ma possível. Um bom exemplo veio do meu próprio lar. Tenho uma filha que fez três anos durante o iso- lamento.Paraminhasurpresa,mesmosendonova, entendeu muito bem o que estava acontecendo. Fizemosumafestavirtual,inclusivecom arecrea- ção do "Tio Snoopy" e ela e seus amigos se divertiram muito. No início do isola- mento, conversamos que eu trabalharia de casa durante um tempo, por causa do coronavírus. Ela, então, passou a observar a minha rotina e saber quais momentos poderia pedir minha aten- ção, ou quando eu estaria ocupada e eu também tive que me adaptar, ten- tandodeixaro intervalonomeiododia, comonossomomentoparaalmoçarmos juntas e conversar. Com apoio do meu marido, consegui- mos dividir as tarefas e os horários de quem cuidaria dela, da casa e das refeições.Essa sus- tentação familiar foi fundamental para criar uma rotinadentrodecasa.Atémesmominhafilhapas- souacontribuirparaisso.Um exemploé quetoda vezqueelaviaqueminhagarrafinhadeáguaestava vazia,apegavae,semfalarnada,aenchianacozi- nhaetraziadevolta.Passamostambémacozinhar juntas depois do trabalho e aos finais de semana, hábito que nunca fez parte da nossa rotina. Já no âmbito do trabalho também foi preciso nosadaptarcomoequipe enosmanterengajados. Como fazemos parte do segmento de serviços essenciais, afinal todosprecisamos de gás, regis- tramosdeumasemanaparaoutraumcrescimento de 35% nas vendas de botijões por meio do apli- cativoeum aumentodequase10vezesnonúmero de usuários acessando o nosso aplicativo, o que exigiudaempresaumarespostarápidaparaabsor- ver esse volume repentino. Como consequência desse aumento nas ven- das,previmos tambémum crescimentonosaten- dimentos de clientes e revendedores via telefone, situação que rapidamente con- seguimos resolver ao implantar o aten- dimento à distância, com todo o time trabalhandodecasa.Alémdissoo time de tecnologia também teve que se adaptar. O volume de acessos cresceu de tal forma que tivemos que reforçar nossa infraestruturatantonoaplicativo doconsumidor,comono portal dopar- ceiro. Para administrar tudo isso, intensifi- camos ainda mais a nossa comunicação. Antes, sentávamos todos juntos, próximos um do outro, e nos falávamos o tempo todo. Agora, os gestores fazem calls diário para comu- nicar oque estamosfazendoe quaisosdesafiosdo dia.Tambémpassamosafazercommaisfrequência um all hands,uma reuniãocom aempresatoda que costumavaserfeitamensalmente.Muitosbenefícios vieram a partir daí. Logo na primeira video chamada com a parti- cipação de todos a gente pôde conversar sobre o que estávamos vivendo e como a crise do corona- vírusnosafetava,nãosó comoempresa mascomo indivíduos também.Com cadaum contandocomo está lidando com asituação,nósnosaproximamos efortalecemosainda maisonosso time.Ideiassur- giram e foram implementadas rapidamente. Os Chamosospuderamlevarcadeirasemonitorespara ascasasdeles,demosumaajudadecustoparatodos, dadoo aumentode utilização dosrecursosde casa e fizemos inclusive iniciativas para ajudar nossos fornecedores de frutas, plantas e limpeza. Todas ideias que surgiram do grupo.

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