Diário do Amapá - 30/05/2020

LUIZ MELO Diretor Superintendente ZIULANAMELO Diretora de Jornalismo Circulação simultânea em Macapá, Belém, Brasília e em todos os municípios do Amapá. Os conceitos emitidos em artigos e colunas são de responsabilidade dos seus autores e nem sempre refletem a opinião deste Jornal. Suas publicações são com o propósito de estimular o debate dos problemas amapaenses e do país. O Diário do Amapá busca levantar e fomentar debates que visem a solução dos problemas amapaenses e brasileiros, e também refletir as diversas tendências do pensamento das sociedades nacional e internacional. ZIULANAMELO Editora Chefe MÁRLIO MELO Diretor Administrativo DIÁRIO DE COMUNICAÇÕES LTDA. C.N.P.J: 02.401.125/0001-59 Administração, Redação e Publicidade Avenida Coriolano Jucá, 456 - Centro CEP 68900-101 Macapá (AP) www.diariodoamapa.com.br oi concluído, no Vaticano, o pro- cesso de beatificação de Dom Hél- der Câmara. Abeatificação precede a canonização. Com a canonização, o tratamento reve- rencial devido será: Santo Hélder Câma- ra. Fico boquiaberto ao lembrar que aper- tei a mão de um santo, quando ele ainda vivia neste mundo. E mais que isto: falei com o santo. Quando já marquei, no calendário, a oitava década de vida neste mundo (deve- rei completar em breve, se Deus perrmitir, 84 anos), essas lembranças trazem-me conforto espiritual. Meu último encontro com Hélder Câmara aconteceu no Recife, em 1997, dois anos antes da partida do santo em direção à morada definitiva, certamente mais confortável que a modesta morada que ele habitava, na periferia da capital de Pernambuco, onde era vizinho dos pobres e abandonados. Quando tomou posse como Arcebispo daArquidiocese de Olinda e Recife, Dom Hélder habitou o imponente Palácio Epis- copal. Mas não se sentiu bem nesse nobre endereço. Vendeu o imóvel e aplicou o dinheiro na construção de casas para os pobres. Decidiu morar na periferia que, ali sim, estaria junto daque- les que mais amava. Aprimeira coisa que observei, ao chegar (os juízes aprendem a observar detalhes), foi a total falta de proteção na casa. Embora isto não fosse da minha conta, supus que era do meu dever admoestá-lo: Dom Hélder, o senhor anda falando coisas que não são do agrado dos pode- rosos. Será fácil praticar aqui um assassinato, sem deixar pistas. Ele respondeu com um gesto e uma fra- se. Curvou a cabeça e disse: Está vendo estes fios de cabelo que ainda restam? Não cai um único fio sem que Deus permita. Eu respondi: o senhor é um homem de Fé, Dom Hélder. Minha Fé tem o tamanho de um grão de mostarda. Peço a Deus que este encontro com sua pessoa, que esta vinda a sua casa, aumente minha Fé. Fui atendido. Depois deste dia acreditei com muita mais força e vigor no Cristo de Dom Hélder Câmara. Por que usei a expressão Cristo de Dom Hélder Câmara? Que Cris- to é esse? É o Cristo na visão do profeta Hél- der. Não é o Cristo que fica dentro das igre- jas. Não é apenas o Deus que se fez homem. É o Cristo que está nas periferias, nas prisões, nas filas quilométricas dos hospi- tais, nos corredores dos fóruns pedindo Jus- tiça. Foi a este Cristo Vivo, não ao Cristo his- tórico, foi a esse Cristo que Hélder Câmara dedicou sua vida. É livre a divulgação deste artigo pelos meios de comunicação. É também livre a transmissão do texto, de pessoa para pessoa. Sociobiologia como ciência séria é determinista e reducionista como deve ser a ciência. A causa da pan- demia é o vírus e isto é reducionismo. A socialização é um fenômeno presente em vários grupos de animais dos invertebra- dos ao homem, na Zoosociologia, e se manifesta até entre as plantas, na Fitoso- ciologia. Antes do homem existir já haviam as sociedades, este comportamen- to nunca foi um atributo exclusivo de nos- sa espécie animal. As ciências devem ser afirmativas, paradigmáticas, objetivas, reducionistas e deterministas. ASociologia estuda orga- nismos biológicos, portanto deve obede- cer às leis biológicas. Averdadeira Socio- logia é genética e evolutiva, e essencial- mente biológica. O comportamento deriva dos genes, não há comportamento sem Genética. A Sociobiologia é uma ciência antiga, em seu livro ¨Sociobiologia: A Nova Síntese¨o cientista Edward Osborne Wilson em 1975 apresentou as bases genéticas e evolutivas do comportamento social, incluindo o homem pela sua natu- reza animal. Wilson foi um brilhante ento- mologista americano nascido em Birminghan (Alabama), doutor em Filo- sofia pela Universidade de Harvard com dezenas de prêmios acadêmi- cos de destaque entre os anos de 1967 e 2014. O ato de brincar na infância é observado em chipanzés, antí- lopes e todos os felinos, gerando habilidades específicas para rea- ção a eventos inesperados e cir- cunstancias que não podem ser controladas. O comportamento altruísta de abelhas operárias, esqui- los, ratos e macacos demonstra a esperteza destes animais ao se exporem aos predadores e agressores, pondo em perigo a sua integridade individual em benefício de todos os seus semelhantes, num ato de heroísmo. Solidariedade humanitária é o que precisamos reapren- der com os animais. Muitos de nossos interesses indivi- duais e coletivos parecem estar em con- flito pela nossa falta de percepção e acei- tação de que existe um contínuo social, moral, ético e cultural entre o homem e os outros animais, incluindo a inteligência e a aprendizagem. A cognição está pre- sente até em bactérias. As divergências da nossa sociedade global estruturada com governos, leis, valores e reli- giões definem os comportamentos aceitáveis ou não, mesmo contra- riando leis e valores adaptativos darwinianos individuais e cole- tivos. A orientação direcional em migrações de pássaros, as pre- ferências alimentares em popu- lações de espécies de cobras. Os atos de cortejo, acasalamento e cuidados com os filhotes manifes- tados pelos machos de ratos silves- tres, o comportamento de forrageio em larvas de moscas, a aprendizagem social em macacos, o desenvolvimento de com- portamentos ensinados e aprendidos por abelhas pela cognição para solução de pro- blemas envolvendo conhecimento, cons- ciência, raciocínio, memória e julgamento, num tipo de protoracionalidade. Além de aprendizagem associativa por condicio- namento, aprendizagem espacial, ama- mentação cruzada entre espécies diferen- tes, formas de comunicação social e sexual com danças e exalação de aromas animais conhecidos como feromônios, com estes atributos os animais resolvem todos os seus problemas sociais.

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