Diário do Amapá - 05/03/2020

Comitê de Gerenciamento de Crise, criado para comandar a operação de resgate das víti- mas do naufrágio do navio Anna Karoline III, e dar suporte para os sobreviventes e familiares, anunciou na manhã desta quarta-feira (4) medidas adotadas para localizar os corpos que continuam presos dentro da embarcação. O navio está a uma profundidade que varia entre 12 e 19 metros, dependendo da tábua da maré. Segundo o governador Waldez Góes, as buscas por meio de descida prosseguem com a chegada de qua- tro mergulhadores e equipamentos específicos para esse tipo de resgate, cedidos pelo governo do Ama- zonas. Passados cinco dias do naufrágio, a água na região sofre processo de contaminação por causa da decom- posição dos cadáveres, o que coloca em risco os mer- gulhadores. “A equipe que desembarcou no local possui roupas e equipamentos que permitem fazer o mergulho sem o risco da contaminação”, declarou. O sistema utilizado por esses bombeiros permite que eles eliminem os cilindros de oxigênio [utiliza- dos nas costas], e passem a receber oxigênio da superfície, garantindo maior tempo de permanência no fundo do rio. Reflutuação A principal notícia dada pelo governador – con- siderada a mais importante pelas famílias neste momento – está relacionada ao processo de reflutua- ção, ou retirada da embarcação do leito do rio Jari. O comandante da Capitania dos Portos no Amapá, capitão de fragata Carlos Augusto, disse que esse procedimento depende de um projeto técnico e que deveria ser apresentado pela empresa responsável pelo navio. Diante da inércia do proprietário da embarcação, o governador determinou abertura de crédito suple- mentar destinado à Defesa Civil. Com a decretação de estado de emergência a Defesa Civil requereu contratação de uma empresa especializada para for- matar o projeto de reflutuação que será entregue à Capitania dos Portos. “Se nós recebermos esse projeto, hoje, por exem- plo, iremos avaliá-lo no menor tempo possível, suge- rindo alguma correção ou liberando-o. Com isso, a logística poderá ser encaminhada para o local do naufrágio, realizando a operação e eliminando os riscos que podem custar outras vidas”, explicou o capitão dos Portos.

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