Diário do Amapá - 07/03/2020

LUIZ MELO Diretor Superintendente ZIULANA MELO Diretora de Jornalismo Circulação simultânea em Macapá, Belém, Brasília e em todos os municípios do Amapá. Os conceitos emitidos em artigos e colunas são de responsabilidade dos seus autores e nem sempre refletem a opinião deste Jornal. Suas publicações são com o propósito de estimular o debate dos problemas amapaenses e do país. O Diário do Amapá busca levantar e fomentar debates que visem a solução dos problemas amapaenses e brasileiros, e também refletir as diversas tendências do pensamento das sociedades nacional e internacional. ZIULANA MELO Editora Chefe MÁRLIO MELO Diretor Administrativo DIÁRIO DE COMUNICAÇÕES LTDA. C.N.P.J: 02.401.125/0001-59 Administração, Redação e Publicidade Avenida Coriolano Jucá, 456 - Centro CEP 68900-101 Macapá (AP) www.diariodoamapa.com.br / / aria Cassilda Barreto de Souza nas- ceu no dia 20 de dezembro de 1937, no município de Amapá. Faleceu no dia 13 de fevereiro deste ano, aos 83 anos, na capital do Estado, Macapá, moradora que era do bucólico bairro Jesus de Nazaré.Filha de Genésio Vicente de Souza e Maria Barreto de Souza, era dotada de um intelecto notável. Ainda muito jovem, em 1964 já lecionava no Grupo Escolar Barão do Rio Branco, em Macapá. Sempre apaixonada por livros e grandes autores, em sala de aula tinha um jeito todo especial ao repassar conhecimento a seus alunos, observadora que era do nível de rendimento de cada um após bate-papo bem descontraído para simplesmente obser- var o que tinham armazenado como infor- mação. Sua dedicação a educação amapaense, durante a fase do extinto território federal do Amapá, a faz merecidamente figurar como uma das melhores educadoras deste rico torrão do Amapá numa época em que tudo estava por fazer. No campo histórico, suas pesquisas destacam-na justamente por imprimir resultados de grandes registros documentais como legado para nossa região. Na Zona Rural do município de Amapá, como jovem educadora, se “virava nos trin- ta”, como se dizia tempos atrás e ela mesmo falava. Entre 1957 e 1958 foi a primeira profes- sora da Escola Santo Antônio, interior do município de Amapá. Missão: alfabe- tizar crianças, jovens, adolescentes e adultos assim como fazer com que seus alunos aprendessem a somar, diminuir, multiplicar e dividir. Em 1959 passa a lecionar no Grupo Escolar Veiga Cabral e em meados dos anos 60 atua no Ginásio do Amapá. Ainda nos anos 60, após cumprir de forma exitosa a missão de educa- dora no município de Amapá, Cassil- da passa a dar aulas na capital do extin- to território, Macapá, na Escola Getúlio Vargas, e depois, em 1964, no Grupo Esco- lar Barão do Rio Branco. Em meados dos anos 70 leciona no Colégio Amapaense (C.A.) e depois no Colégio Comercial do Amapá (C.C.A.) atualmente denominado Escola Comercial Professor Gabriel de Almeida Café. A partir de 1977 em diante, na capital federal, presta relevantes serviços na Repre- sentação do Amapá em Brasília procurando sempre defender bandeiras em prol do inte- resse público amapaense. Em 1980, com muito esforço e dedicação, consegue com- pletar o curso de Licenciatura Plena e Bacha- relado em Geografia na Universidade de Bra- sília-UNB. Seguidamente faz Pós-Graduação Relações Internacionais na América Latina tendo como monografia temática O Mar Ter- ritorial, sob a orientação de Antônio Carlos C. Trindade. Em 1986, em seu Curso de Mestrado de Ciências Sociais na UNB destaca-se na metodologia científica sobre políticas públicas através do trabalho de conclusão de curso intitulado Governo/Icomi, Dois Grandes Investimentos no Amapá. Em 1992 dá entrada no seu pro- cesso de aposentadoria e se aposenta definitivamente do serviço público como Professora do Ensino do Segun- do Grau Classe E-2. É justamente a par- tir daí que se torna uma pesquisadora incansável como coletora de informações para a produção de importantes obras sobre a história do Amapá. São elas: A Rebelião Rural do Amapá, lançado em 1999; o antológico Pássaros Máquinas no Céu do Amapá, lançado em 2000, e a necessária e aprofundada pesquisa sobre o Contestado: A Boca Escancarada de Ouro das Guianas, lan- çado em 2014. Em 2010 resolve lançar candidatura a deputada federal pelo Partido Verde (PV). Incomoda pela sua popularidade e irreverência muito em função de suas expressões de ver- dade. Logo é aconselhada por caciques do par- tido a abandonar a ideia e tentar a próxima para a edilidade mirim (vereança macapaen- se). Já imaginaram nossa querida Mestra na Câmara Federal? esquisas indicam que 70% dos apostadores que ganharam fortunas em prêmios de loterias perderam tudo em poucos anos. Na maioria dos casos, as pessoas caem na mesma cilada: acreditam que o dinheiro vai durar para sempre e que todos os seus desejos e de seus familiares poderão ser conquistados. Para o dinheiro durar para sempre, há ape- nas uma saída: gastar apenas o rendimento real, acima da inflação. Na última Mega da Virada houve 17 vencedores, e cada um deles ficou com R$ 18 milhões. Muito dinheiro, não é? Porém, há enormes chances de nove deles não terem mais nada dentro de alguns anos. O vencedor poderia aplicar tudo em títulos Tesouro IPCA+ (as antigas NTN- B) e receber líquido, trimestralmente, em sua conta, pouco mais de R$ 120 mil. Isso é muito, se for para bancar apenas os gas- tos correntes, como supermercado, manu- tenção da casa, combustível, restaurantes etc. Porém, se colocarmos na conta a com- pra de bens, viagens extravagantes e mimos caros, o dinheiro começará a sumir. Quanto custaria comprar um carro e um apartamento para cada integrante da família? Com esse dinheiro, será que todos se contentariam em possuir apartamentos de R$ 400 mil e car- ros de R$ 50 mil? Se o cidadão comprar um baita apartamento, uma casa na praia e dois carros de alto padrão, já poderá torrar R$8 milhões dos R$ 18 milhões, que gerarão despesas próximas de R$ 15 mil mensais. E, nesse caso, sobrará apenas R$ 10 milhões para os investimentos, suficientes apenas para gerar R$ 35 mil mensais de renda. Considerando que o ganhador poderá fazer maus investimentos por não entender do assunto e aceitar sugestões de outros maus entendedores, pronto: esta- rá condenado a ser mais um que irá para a estatística dos 70% que perdem tudo em poucos anos. O que fazer, então, para que o dinheiro não suma? Simples: ter o recurso investido em coisas sólidas e gastar apenas o ren- dimento. Minha sugestão é que a família defina um orçamento para compra de bens e depois aplique parte do dinheiro em investimentos que paguem os rendimentos em conta corrente. Um desses últimos ganhadores, por exemplo, poderia destinar 20% para a compra de bens e doações, e aplicar o restante. Se comprar títulos públicos e fundos imobiliários com R$ 15 milhões, terá rendimentos depositados na conta equivalentes a R$ 60 mil mensais, corrigidos periodica- mente pela inflação. O dinheiro continuaria crescendo indefinida- mente. Parece fácil, mas por que as pes- soas não conseguem executar um plano assim? As duas principais razões são: falta de conhecimento financeiro, não apenas da pessoa, mas também dos que supostamente a assessoram; e a emoção que incentiva a viver por impulso, investindo em furadas e comprando “brinquedos” que só geram despesas. O maior segredo é segurar os impulsos, tentando viver de forma não tão diferente do que se vivia antes de o apos- tador ganhar o prêmio, e buscar ajuda de um profissional fora da família – um con- sultor independente e ético que, de fato, entenda de investimentos e seja credencia- do por uma instituição qualificada, como a CVMou a Apimec.

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