Diário do Amapá - 13/03/2020

LUIZ MELO Diretor Superintendente ZIULANA MELO Diretora de Jornalismo Circulação simultânea em Macapá, Belém, Brasília e em todos os municípios do Amapá. Os conceitos emitidos em artigos e colunas são de responsabilidade dos seus autores e nem sempre refletem a opinião deste Jornal. Suas publicações são com o propósito de estimular o debate dos problemas amapaenses e do país. O Diário do Amapá busca levantar e fomentar debates que visem a solução dos problemas amapaenses e brasileiros, e também refletir as diversas tendências do pensamento das sociedades nacional e internacional. ZIULANA MELO Editora Chefe MÁRLIO MELO Diretor Administrativo DIÁRIO DE COMUNICAÇÕES LTDA. C.N.P.J: 02.401.125/0001-59 Administração, Redação e Publicidade Avenida Coriolano Jucá, 456 - Centro CEP 68900-101 Macapá (AP) www.diariodoamapa.com.br / / autor aponta três paradoxos desse projeto de ser feliz: um objeto flui- do e impreciso, que se torna inti- midante por isso; o tédio que advém tão logo se realiza, pois saciar o desejo reno- va a lista de desejos; e o disfarce do sofrimento, parte inexorável da vida e do engrandecimento humano, desarman- do o indivíduo diante dele assim que este surge. Como resultado, temos jovens cada vez mais desesperados por prazeres insaciáveis, que acabam entediados e mimados, despreparados para enfrentar as inevitáveis frustrações da vida. Assim, temos “uma sociedade intei- ramente voltada para o hedonismo e para a qual tudo se torna irritação, suplício”. O que parecia uma ideia maravilhosa, de que o homem seria capaz de controlar mais seu destino e melhorar a própria existência, acabou se transformando num dogma, um “catecismo coletivo”. A palavra emancipadora do Iluminismo deixa de ser tão libertadora assim, pas- sando até mesmo a escravizar o homem moderno. Como explica Bruckner, não se trata de ser contra a felicidade, mas contra “a transformação deste sentimento frágil em verdadeiro entorpecente coletivo ao qual todos devem se entregar, em suas modalidades químicas, espirituais, psicológicas, informáticas, reli- giosas”. A crítica do autor é a de que saímos de um extremo, com o “sadismo da piedade” da era cristã, para outro extremo, com as fugas desesperadas de qualquer sofrimento, por meio da banalidade, da vulgaridade, do vazio espiritual. Do culto da dor e do sacrifício fomos ao pra- zer desenfreado que toma todo sofrimento como arcaísmo. E isso não foi positivo. Basta pensar nas desgraças da Revo- lução Francesa e dos experimentos comunistas, que tinham uma promessa de felicidade endereçada à Humanidade inteira. Sem qualquer consolo do Além, os povos passaram a depender totalmen- te da melhoria deste mundo, e “fazer um mundo melhor” se tornou a única meta. Para tão “nobre” fim, qualquer meio era aceitável, mesmo impor um sofrimento sem precedentes às suas cobaias. Em nome do “progresso”, vale tudo! Diz o autor: “Em outras palavras, as religiões detiveram sempre uma vanta- gem constitutiva sobre as ideologias seculares: a inutilidade de fornecer a prova. As promessas que elas nos fize- ram não estão na escala humana ou temporal, ao contrário de nossos ideais terrestres, que devem se curvar à lei da verificação. Foi exatamente disso que o comu- nismo morreu, do choque bru- tal entre as maravilhas anun- ciadas e a ignomínia estabele- cida”. E, sem os álibis religiosos, o sofrimento perde qualquer sentido elevado, metafísico, “sobrecarrega- nos como uma odiosa mala carregada de misérias com a qual não se sabe o que fazer”. Essa sociedade da felicidade pro- clamada se torna uma “obcecada pelo desgosto, perseguida pelo medo da morte, da doença, do envelhecimento”. Bruckner sintetiza: “Sob uma máscara sorridente, fareja em toda parte o odor irrespirável do desastre”. Toda essa “libertação” desde a década de 1960 produziu uma massa de sofredo- res hedonistas, despreparados para o sofri- mento, incapazes de amadurecer. Talvez fosse melhor resgatar um pouco da sabe- doria dos antigos, e não levar a sério demais a tal busca pela felicidade. Quem sabe assim, quando ela nos der o ar de sua graça em algumas ocasiões, possamos realmente apreciar a dádiva que é a vida? história está aí para comprovar que nos locais aonde a justiça foi aban- donada buscando valores para maior integração dos seres humanos sempre existiu a ruptura do direito. As tragédias mundiais jamais se apagam na memória humana. Sempre o sofrimento devido as lesões contra o direito des- virtua o magno sentido da criação e o amplo e permanente integração à feli- cidade . O mundo jamais esquecerá das guerras mundiais, onde o arbítrio subs- tituía as regras do direito, sobrevindo a dor como resposta aos desatinos de tipos insanos como Adolf Hitler e asse- melhados, espalhando a tristeza e amar- gura aos inocentes, trocando o lugar dos sonhos pela amargura e mais amargura. A imagem acima é o retrato das violações dos direito com profundas con- sequências no comportamento da socie- dade. No momento, o Brasil vive fase crucial, com a tentativa de colocar o direi- to em benefício de agentes que já foram julgados, pagando pela imoralidade dos seus deslizes. O Superior Tribunal Federal por maio- ria estabeleceu que ação conde- natória de primeira instancia, resul- ta em prisão no caso de julga- mento em segunda instância . Onde o direito está sendo aviltado para atender a interes- sados ? Em sessão histórica em atendimento à população com grande abaixo assinado com milhões de assinaturas, o STF decidiu, por seis votos a cinco, tor- nar o dispositivo em lei, para punir severamente os que zombam do povo e das leis. A questão visa a benefi- ciar o ex-presidente Lula que, julgado por atos lesivos ao país, foi condenado a mais de 12 anos e se apega aos diversos recursos para provar inocência, e ser novamente, candidato ao governo, con- victo de que terá votos dos mais de 40 milhões de beneficiados do Bolsa Fami- lia, programa com só uma porta de saída, sendo pesado ao tesouro, É a prova do subdesenvolvimento do país, que tem tudo para olhar para acima, mas teima em não buscar melhores caminhos. Agora querem nova redação e reco- locar a matéria na ordem do dia, em novo julgamento. Visam, assim, a deturpar o direito como norma moral. A pre- sidente do órgão, Ministra Car- men Lúcia, agiu prontamente, afirmando que a ideia de nova sessão concorreria para apeque- nar o Tribunal, símbolo da ordem e da justiça. Pautado novamente será uma ducha fria na esperança do povo que, de acordo com Rui Barbosa, “ de tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonha, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, rir-se da honra a ter vergonha de ser honesto”. O pecado do Brasil é ser um país con- tinente e pela imensidão os erros de governantes vingam por falta de apura- ção vigilante, perdendo-se. O Ministro que trocar o voto, em outra siuação corria o risco de ser apagado da vida pública, o que não ocorre, porque, em breve, poderá estar em nova missão, ou mesmo, aposentado com vencimentos digno de um grande MINISTRO.

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