Diário do Amapá - 21/03/2020

LUIZ MELO Diretor Superintendente ZIULANA MELO Diretora de Jornalismo Circulação simultânea em Macapá, Belém, Brasília e em todos os municípios do Amapá. Os conceitos emitidos em artigos e colunas são de responsabilidade dos seus autores e nem sempre refletem a opinião deste Jornal. Suas publicações são com o propósito de estimular o debate dos problemas amapaenses e do país. O Diário do Amapá busca levantar e fomentar debates que visem a solução dos problemas amapaenses e brasileiros, e também refletir as diversas tendências do pensamento das sociedades nacional e internacional. ZIULANA MELO Editora Chefe MÁRLIO MELO Diretor Administrativo DIÁRIO DE COMUNICAÇÕES LTDA. C.N.P.J: 02.401.125/0001-59 Administração, Redação e Publicidade Avenida Coriolano Jucá, 456 - Centro CEP 68900-101 Macapá (AP) www.diariodoamapa.com.br / / esde fevereiro, quando a OMS declarou a pandemia do novo coronavirus, a hote- laria nacional firmou o compromisso de combater sua propagação em todo o território nacional. Hoje, unidas, todas as entidades ligadas à indústria de hotéis vem buscando soluções para osetor garantir sua sobrevivência econômica e a dosmilharesde colaboradoresdiretoseindiretos que dependem dos seus postos de trabalho. Com o estado de pandemia global decretado, um dos setores mais impactados foi o turismo e, consequentemente, a hotelaria. O segmento no país está com suas atividades praticamente interrompidase há estados,como Santa Catarina, que já estabeleceram que os hotéis estão proi- bidos de receberem novos hóspedes. No Rio de Janeiro, cerca de 25 estabeleci- mentosestão interrompendo suas atividadesaté o final de abril e, em São Paulo,a média de ocu- pação desta semana está em cerca de 5% e os hotéisda Baixada Santista estão todos fechados. Por todosos estados brasileiroshá exemplos de como o coronavírus está afetando diretamente osetor hoteleiro. Em Salvador,a pandemia redu- ziu a praticamente a zero as reservas nos hotéis da cidade nessa semana. Com a maioria absoluta dos eventos sendo cancelados, a previsão é de que a taxa de ocupação caiade90% a 100% até ofinal de abril e, por essas razões, que temos defendido queo setor de hotelaria pre- cisa receber apoio efetivo das autori- dadesa nível federal,estadual e muni- cipal para ultrapassar esse momento único e difícil. Os meios de hospedagem, desde pequenas pousadasaosgrandeshotéis, não conseguirão sobreviver sem hóspe- des.E isso terá consequências graves para economia do país, já que tudo indica que teremos um longo período até nos livramos totalmente dos riscos de contaminação e pos- samos retomar as atividades normais. É importante nesse momento também lem- brar que a hotelaria é um setor fundamental na economia nacional, que impacta diretamente muitos segmentos. Para se ter uma ideia dos números, no Brasil, há cerca de 32 mil meios de hospedagem formais que geram cerca R$ 31,8 bilhõespara economia nacional,sendores- ponsáveis por 380 mil empregos diretos. No dia 19, o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antonio, assinouportaria com uma série de mudanças nasregrasde financiamento, entre elasa facilitação do acessoao créditopara micro, pequenos e médios empreendedores, redução de juros, aumento da carência e do prazo de pagamento, além da suspensão dos limites impostos para aplicação dos recursos oriundos do fundo. As iniciativassão umbom começo, mas não bastam. Precisamos que medidas sejamdestinadasdiretamente para a indústria de hotéis, sem perda de tempo. As propostas do setor já foram entregues e ainda não foram con- templadas! Énecessário, portanto, quealém dasmedi- das já tomadas pelo governo, outras ações já apresentadas às autoridades de todos os níveis por todos os representantes do setor, sejam ime- diatamente implementadas para que a hotelaria possa manter os postos de trabalho, garantindo seu funcionamento e a sobrevivência de um seg- mento fundamental para o futuro do turismo e da economia de nosso país. Nesse momento além da união do segmento em busca de soluções efetivas para a crise já ins- talada, precisamos ter fé e iniciar de imediato a pavimentação de um novo amanhã, quando as fronteirasestarão novamente abertas e viajar, seja a trabalho ou a lazer, voltará a ser uma aspiração emnossasvidas. Sendoassim, vamos, com o per- dão da palavra, viralizar essa campanha: Não can- cele, remarque!! ConselhoFederaldeMedicina(CFM)libe- rou no último dia 19 de março a Teleme- dicina no Brasil, em caráter de excepcio- nalidade, depois de diversos apelos, inclusive do MinistrodaSaúde,LuizHenriqueMandetta,dian- te da pandemia do Covid-19, o coronavírus. Vivemosemummundo totalmenteconectado com a internet,a áreamédica nãoficouatrás, ini- ciandoserviçosde saúdeàdistância,quesetornam cadavezmaisindispensáveisnarotinademédicos, profissionais da saúde, clínicas e hospitais. O CFM, através de um ofício, decidiu que a Telemedicina seráutilizada“em caráterdeexcep- cionalidade eenquantodurarabatalha decombate aocontágiodaCovid-19”,será direcionada para: aTeleorientação,paraque profissionaisda medi- cina realizem à distância a orientação e o enca- minhamentodepacientesem isolamento; oTele- monitoramento, ato realizado sob orientação e supervisãomédica para monitoramentoouvigên- ciaà distância deparâmetrosdesaúdee/oudoença e; a Teleinterconsulta,exclusivamente para troca de informações e opiniões entre médicos, para auxílio diagnóstico ou terapêutico. Com a Telemedicina ocorrerá atendimento médico,atravésdeplataformasonlineporexemplo computadorese celulares,garantindoassim aten- dimento rápido e de qualidade para áreas muitos distantesque infelizmente não possuem serviços médicos ou com ausência de especialista. Por videoconferência muitas vezes um especialista pode auxiliar um clínico geral em cirurgias e procedimentos de urgência,principalmenteemlocaisdis- tantessem apoiodeprofissionaisqua- lificados. Nocasodocoronavírus,apandemia fez crescer o atendimento médico em todo o mundo e também no Brasil. Cor- remos o risco de saturar nossos hospitais em questão de dias. Assim, a telemedicina ajudaránosprimeirossintomas,poisopaciente nãosedeslocariaatéoshospitaissemnecessidade, correndo risco de realmente ficar infectado. O atendimento seria de forma remota e detectando algoerradoomédico indicariaoencaminhamento para o hospital. Semdúvida,aliberaçãodestatecnologia,mes- mo em caráter excepcional será uma ótima expe- riência, pois a falta de uma regulamentação pro- voca uma reação dos profissionais da saúde. Recente pesquisarealizada pela AssociaçãoPau- lista deMedicinaconstatou quepara43,76% dos médicos, a falta de regulamentação é a grande barreira na utilização de ferramentas de comuni- cação online para assistir ao paciente. Outros 32,11% entendem que não existem barreirase dizem que utilizariam as ferramentas. Já 64,39% dos médicos querem uma regu- lamentação que permita a ampliação de serviçose atendimentosàpopulaçãobra- sileira, incluindoateleconsulta(médico direto com o paciente). E 63,06% utilizariam a Telemedi- cinacomoumaferramentacomplemen- tar ao atendimento da clínica/hospital, a partirdomomentoemque houveruma regulamentaçãooficialdoCFMecomos recursos tecnológicos necessários para segurançaeéticadaMedicina.25,16%talvez utilizariam, sem seopor,e apenas11,78% não utilizariam. A pesquisa foi realizada com 2.258 médicos brasileiros, das 55 especialidades, sendo 60,54% de sexomasculinoe39,46%feminino. Esegundo oestudo,aliás,90% dosmédicos acreditamque as novastecnologiasdigitais,quepossuam altopadrão de segurança e ética, podem ajudar a melhorar a assistência em saúde à população. A Telemedicinanãopodesubstituiramedicina tradicional,porém seráum complementoeajudará muito nas regiões mais distantes e pobres do país. Ainda,nocasodepandemiaauxilianoatendimento em massa, pois não há a necessidade de desloca- mento. É essencial neste momento de emergência utilizarmos todas as ferramentas que garantam as melhores soluções para a saúde pública.

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