Diário do Amapá - 26 e 27/06/2022

D iariamente, encontramos pessoas que nãoconseguemperceber que se sentem injustiçadas, maltratadas, desprezadas, preteridas, humilhadas e assim por diante. Como por exemplo, aquela mulher que sofre maus tratados do marido e constantemente busca uma des- culpa para seus atos violentos, dizendo que é por conta da bebida, que no fundo ele é uma boa pessoa, e assim por diante. Percebe-se, que enquanto nele há oexagero do ódio predominando, nela há a falta. O ódio é um afeto fundamental para os processos de separação. Sem ele, o sofri- mento pode ser inϐinito, e consequente - mente nenhuma transformação será ensejada. Qualquer sentimento é importante, mesmo aquele que popularmente é tido como negativo, como o ódio e o medo. Do ponto de vista clínico, nenhum afeto deve ser considerado algo ruim, mal. O impor- tante é saber dosar, uma pitada, não quer dizer uma tonelada. Por isso, quão importante é saber iden- tiϐicar o que sentimos, e assim entrar em contato com esses sentimentos, para que possam nos auxiliar em nossas vivências. Muitas vezes, na clínica, perguntamos ao paciente o que ele sentiu no momento da experiência, e ele diz que não sabe o que sentiu. Equando essa falta de identiϐicação persiste, devemos atentar para a Alex- itimia, que é a incapacidade ou inabilidade de identiϐicar e descrever as emoções. É uma espécie “cegueira emocional”. Ter essa diϐiculdade, em algum momento da vida, pode ser normal. Mas se for constante, deve-se tomar cuidado. Todos nós temos sentimentos. Fazem parte de nós, é algo que não conseguimos ver, tocar, cheirar, ouvir, mas que con- seguimos sentir. E entrar emcontato como que sentimos, reconhecer esses sentimen- tos, que muitas vezes pode ser divertido e relaxante, outras, pode ser confuso e de- sconfortável, favorece a dissolução de muitos conϐlitos internos. Daí, a importân - cia de sermos honestos e verdadeiros com nós mesmos. Entrar em contato, recon- hecer e elaborar! █

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