Diário do Amapá - 23/03/2022

A leucemia mielóide crônica (LMC) é uma doença clonal maligna caracterizada por uma excessiva proliferação da lin- hagemmielóide damedula óssea. Pode apresentar-se em Fase Crônica (FC), Fase Acelerada (FA) e Fase Blástica (FB) ou leucemia aguda conforme o seu grau de diferenciação celular. A doença é associada a uma anormalidade citogenética especíϐica, oCromos- soma Philadelphia (Ph), que re- sulta de uma translocação recíproca entre os braços longos dos cromossomas 9 e 22, isto é, a t(9;22) e leva à formação de um novo gene leucemia-especíϐico, o BCR-ABL, detectável por técnica de polymerase-chain-reaction assay (PCR). Com os tratamentos atuais, mais de 70% dos pacientes con- quistam a remissão completa da doença (quando nos exames não consta mais nenhum sinal da doença). Os principais sintomas são: palidez, resultante de anemia; cansaço e mal-estar; desconforto no lado esquerdo do abdômen –o baçoaumenta muitode tamanho; suor excessivo; perda de peso; hematomas. Esses sintomas são comuns a outras doenças hema- tológicas e infecciosas, portanto, é fundamental procurar ummédico especialista para uma avaliação criteriosa. É importante saber que o quanto antes a LMC for de- scoberta, melhor. O diagnóstico precoce é fundamental para a obtenção de melhores respostas ao tratamento. Em muitos casos os pacientes são assintomáticos e apresentam apenasalteraçãonohemogramaao diagnóstico. O diagnóstico é feito pelo hematologista através de ex- ames especíϐicos como mielo- grama, biópsia de medula óssea, exames citogéneticos ( cariótipo e em alguns casos FISH ) e ainda, o teste molecular de reação em cadeia da polimerase (PCR), uti- lizado para o diagnóstico e acom- panhamento da doença. Ele mede, nosangueoumedulaóssea, aquan- tidade do gene de fusão causador deste tipo de câncer, o BCR-ABL. Hoje, o tratamento para a LMC está muito avançado e a maior parte dos pacientes conquista a remissão completa (quando não consta mais sinal da doença nos exames). Os chamados inibidores da tirosina quinase são uma grande revolução terapêutica para doenças onco-hematológicas e hoje tornaram-se o tratamento padrão para este tipo de leucemia. Também chamados de terapia alvo, eles apresentam resultados cada vez mais promissores, pois combatem apenas as células doentes e proporcionam uma vida normal aos pacientes, com poucos (ou sem) efeitos colat- erais.O médico hematologista é quem deϐinirá qual a melhor opção terapêutica. www.diariodoamapa.com @diariodoamapa @diariodoamapa

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