Diário do Amapá - 26 e 27/03/2023
www.diariodoamapa.com @diariodoamapa @diariodoamapa studos da Organização Mundial de Saúde (OMS) revelam que quase 40% da população mundial sofrem desse problema. O número pode parecer um exagero, mas a grande maioria das pessoas simplesmente desconhece que tem halitose. Um processo chamado fa- diga olfatória, onde as células do nariz se acostumam ao odor vindo da boca, diϐiculta a percepção dessa alteração pela própria pessoa e, se alguém da família ou amigo não aler- tar sobre o problema, ele pode se es- tender por muito tempo, atrapalhando as relações interpes- soais com impacto direto na quali- dade de vida. A halitose não escolhe sexo, raça e nem idade. Não é considerada uma doença, mas sim um sintoma aler- tando de que algo no organismo não está indo bem. Estudos sobre etiologia da hali- tosemostramque 80-90%dos casos estão diretamente ligados às condi- ções da cavidade oral, 8% por altera- ções respiratórias, e somente 2% gastrointestinais. Dessa forma, o proϐis - sional de escolha para diagnosticar e tra- tar a halitose é o dentista. A causa mais frequente de mau hálito é a diminuição no ϐluxo salivar, que ocorre devido a um baixo consumo de água, ou quando se respira pela boca ou ainda quando do uso de alguns medicamentos. A redução do ϐluxo salivar facilita o au - mento da descamação da mucosa bucal e o acúmulo de bactérias no dorso na lín- gua, formando uma camada amarela es- branquiçada sobre a língua conhecida como saburra lingual (principal causa- dora de mau hálito). Pouco divulgada no Brasil, mas mun- dialmente conhecida e utilizada nas áreas médica e odontológica, a mensuração dos Compostos Sulfurados Voláteis (CSV) pode ser realizada por meio de cromato- graϐia gasosa (Oral Chroma ®), que é o método mais apropriado para detectar a halitose de diferentes origens. É conside- rado padrão ouro na literatura. O tratamento convencional para hali- tose está relacionado ao controle do nível de acidez e ϐluxo salivar, por meio de me - dicamentos, estimulador químico e/ou mecânico, aumento do con- sumo e até utilização de ultrassom, tens e laser. Indica-se ummaior con- trole dos cuidados com a higiene oral, aumentando o número de esco- vações ao dia, uso de raspadores de língua, uso adequado do ϐio dental e evitar o uso de enxaguatórios com álcool. Em algumas situações, exa- mes de sialometria precisam ser rea- lizados. A sialometria é um exame barato, indolor e feito na própria ca- deira do dentista, onde se avalia os padrões salivares do paciente. Muito se fala sobre alimentos que combatem o mau hálito. No fundo, podem ser considerados “mascara- dores”. Alimentos como a cenoura e a maçã são tidos como alimentos 'deter- gentes'. Já as frutas cítricas que estimu- lam a salivação, ajudam na “prevenção” do mau hálito. Mas, o que, realmente, combate esse vilão tão desagradável é o diagnóstico preciso e o tratamento cor- reto feito por um dentista.
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