Diário do Amapá - 05/12/2024

| OPINIÃO | DIÁRIO DO AMAPÁ QUINTA-FEIRA | 05 DE DEZEMBRO DE 2024 2 LUIZ MELO Diretor Superintendente ZIULANA MELO Diretora de Jornalismo Circulação simultânea em Macapá, Belém, Brasília e em todos os municípios do Amapá. Os conceitos emitidos em artigos e colunas são de responsabilidade dos seus autores e nem sempre refletem a opinião deste Jornal. Suas publicações são com o propósito de estimular o debate dos problemas amapaenses e do país. O Diário do Amapá busca levantar e fomentar debates que visem a solução dos problemas amapaenses e brasileiros, e também refletir as diversas tendências do pensamento das sociedades nacional e internacional. MÁRLIO MELO Diretor Administrativo DIÁRIODECOMUNICAÇÕES LTDA. C.N.P.J: 02.401.125/0001-59 Administração, Redação e Publicidade Avenida Coriolano Jucá, 456 - Centro CEP 68900-101 Macapá (AP) - Fone: 96-3223-7690 www.diariodoamapa.com.br COMPROMISSOCOMANOTÍCIA E m 22 de Abril de 1500 a expedição liderada por Pedro Alvares Cabral composta por 13 embarcações e com mais de 1200 homens chega em terras brasileiras no território que hoje está localizada a Bahia. O contexto desse fato histórico ocorreu no período das grandes navegações, ou seja, as explorações e descobertas eram o objetivo principal de Portugal e da Espanha. Entre os historiadores existe um debate interessante sobre a diferença entre os termos descobrimento e chegada, sendo que é de certa forma pretensioso afirmar que existia uma descoberta por parte dos portugueses e isso se dá pelo fato dos indígenas já estarem habitando o Brasil. Nesse sentido, havia um povoamento das terras brasileiras e uma posterior exploração portuguesa de toda a fauna, flora e demais riquezas existentes. Os fatores centrais que levaram Portugal a partir emmissões de ex- ploração foram políticos, econômicos e geográficos. Com a motivação principal de almejar o desenvolvimento comercial e tecnológico, como consequência as navegações marítimas passaram por uma grande transformação com os caste- lhanos e portugueses nos séculos XV e XVI partindo em missões expedicionárias. A dominação portuguesa se deu em três grandes frentes estratégicas, são elas: comercial, militar e religiosa. Chegando no Brasil, as es- peciarias como canela e pimenta do reino foram grandes fontes de comercialização, levando em consideração que a exploração do pau - Brasil foi a primeira prática comercial registrada. O ouro e a prata também foram o foco da coroa portuguesa durante suas interações com os in- dígenas. No âmbito religioso, os portugueses buscaram a completa cristianização dos povos indígenas, inclusive a primeira missa na história do Brasil foi realizada em 26 de abril de 1500 por Frei Henrique de Coimbra. Esse processo começou quando os portugueses analisaram que os indí- genas não possuíam estátuas de deuses ou ima- gens, ou seja, presumiram que não possuíam uma religião. Por isso, o Brasil é um país com forte tradição cristã por todas as suas regiões. A colonização brasileira foi realizada em um modelo de exploração e além de usarem os re- cursos naturais serem comercializados, também existiu uma colonização de povoamento na qual as tradições, a língua, a religião e os costumes foram ensinados como também implementados no modo de viver dos indígenas. O descobrimento do Brasil engloba uma série de fatores políticos, culturais e sociais que formaram o nosso povo em toda a sua complexidade. Sendo que não existe uma única forma de ser brasileiro, mas sim diversas formas dependendo da região na qual se está inseri- do. Diante desse contexto, é primordial compreender que o descobrimento do Brasil foi um processo que trouxe transformações em toda a nossa história. Seja na região norte, nordeste, centro-oeste, sudeste e sul, o Brasil é formado por um povo muito miscigenado com diferentes so- taques, tradições, culturas e riquezas naturais. O Brasil possui um povo único com uma identidade própria e mesmo com a colonização portuguesa nós conseguimos criar toda uma maneira própria de ser que em nenhum outro lugar do mundo se encontra. ■ A colonização brasileira foi realizada em um modelo de exploração e além de usarem os recursos naturais serem comercializados, também existiu uma colonização de povoamento na qual as tradições, a língua, a religião e os costumes foram ensinados como também implementados no modo de viver dos indígenas. O descobrimento do Brasil NIRABRITO E-mail: dtlconsultoria@gmail.com Turismóloga e analista de negócios O mundo enfrenta na atualidade uma grave crise ambiental. O Brasil que é considerado uma das mais importantes biodiversidades, passa por sérios problemas, dentre os quais estão, as queimadas, desmatamentos e assoreamento de rios. São comuns também a poluição do solo, da água e da atmosfera. Nos últimos anos, o nosso país tem vivido essa crise de forma generalizada. São consecutivos os recordes de desmatamento, períodos de muitas queimadas, garimpeiros poluindo rios commercúrio, animais que correm o risco de entrar em extinção e consequências na biodiversidade, na vida das pessoas e comunidades como um todo. Diante desse quadro, a sociedade contemporânea tem se mobilizado nessas últimas décadas em favor de uma causa: “a preservação ambiental”. Que diante das atuais circunstâncias, se tornara item de prioridade máxima, devido, aos claros sinais apresentados, que demonstram a agonia do planeta por conta dos maus tratos recebido pelo meio ambiente. Temos como consequência imediata, às catástrofes naturais e fenômenos metereológicos, manifestados principalmente através do aquecimento global que se dá devido ao aumento da concentração de calor na atmosfera, e que fatalmente desencadeará inúmeras situações de risco para a permanência da vida na Terra. Quando se vislumbra esse quadro, surgem diversas perguntas, tais como: Qual o papel da Igreja Cristã diante da atual crise ambiental? Existe algo que possamos fazer para colaborar com o bem-estar natural do planeta? Para essas perguntas evi- dentemente surgem muitas respostas. A primeira delas se demonstra totalmente simplista, e diz que: “não po- demos interferir nesse processo, pois, tudo isso faz parte do calendário escatológico que antecede o fim de todas as coisas”. Como segunda resposta, temos aqueles que “se dizem muito ocupados com a expansão do reino de Deus, não possuindo nenhuma disponibilidade para se envolverem com causas ambientais”, e por fim, “aqueles que advogam uma participação efetiva da Igreja”. Quando analisamos a primeira resposta podemos constatar que é muito cômodo para nós cristãos, nos es- condermos atrás de desculpas teologicamente mal for- muladas, que contrariam os princípios bíblicos da mor- domia cristã. Isso porque, desde o Jardim do Éden o Senhor entregou ao homema responsabilidade de cuidar dos recursos naturais que lhe seriam um meio de sub- sistência, como descreve o livro do gênesis em seus pri- meiros capítulos. No episódio do dilúvio, novamente vemos o homem recebendo de Deus ordens para a pre- servação das espécies humana e animal. Em outro mo- mento, ELE instituiu através da Lei de Moisés, artigos como, “a Lei do ano Sabático” que ordenava ao homem plantar por seis anos, e deixar a terra descansar no sétimo, visando orientar o ser humano quanto à utilização e preservação dos recursos naturais. A Igreja como um núcleo formador de opiniões, pode contribuir com esta causa, através de medidas simples, que não a desvie de suas tarefas primordiais, contribuindo na conscientização dos seus membros e da população em geral, quanto ao uso correto dos recursos naturais; realizando campanhas de orientação acerca da separação e coleta de lixo; e principalmente, desenvolvendo trabalhos de reeducação que promovam hábitos saudáveis que beneficie o meio ambiente. Desse modo, o papel primordial da Igreja, é ser agência promotora de uma nova consciência ambiental, a começar pela sua membresia – que também contribui para a degradação do meio ambiente e desperdício dos recursos naturais – orien- tando-os na prática de atitudes simples, porém, significativas, tais como: não deixar a torneira aberta enquanto faz sua higiene pessoal; evitar o desperdício de água ao esfregar a calçada ou lavar o carro; economizar luz elétrica mantendo luzes desne- cessárias sempre apagadas; não jogar lixo nas encostas ou bueiros; ou ainda, instruir as crianças a colocarem o lixo em receptáculo apropriado, ao invés de o jogarem no chão. Essas pequenas medidas, além de outras, se praticadas ao menos pelos cristãos brasileiros, proporcionarão uma diminuição considerável na quantidade de recursos desperdiçados, ajudando na preservação do meio ambiente, além de nos levar a execução do nosso papel de Sal e Luz deste mundo, sendo um verdadeiro exemplo de Cristo para a sociedade na qual estamos inseridos. ■ Isso posto, ainda que o calendário escatológico seja uma realidade bíblica e devamos nos empenhar na expansão do reino de Deus, isso, não nos abstrai de nossas responsabilidades sociais e ambientais, pois, como residentes terrenos, somos mordomos de tudo aquilo que Deus criou. A igreja cristã frente a crise ambiental E-mail: drrodrigolimajunior@gmail.com . Teólogo, pedagogo e advogado RODRIGO LIMA JUNIOR

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