Diário do Amapá - 05/12/2024

FALECOM0COMERCIAL E-mail: comercial.da@bol.com.br site: www.diariodoamapa.com twitter: @diariodoamapa Instagram: @diariodoamapa | ECONOMIA | DIÁRIO DO AMAPÁ 7 ECONOMIA QUINTA-FEIRA | 05 DE DEZEMBRO DE 2024 O Pix, serviço de pagamento ins- tantâneo do Banco Central (BC), já é a forma de pagamento mais utilizada pelos brasileiros. Após quatro anos do seu lançamento, a modalidade superou as transações com dinheiro em espécie, segundo dados da pesquisa O Brasileiro e sua Relação com o Dinheiro, divulgada nesta quarta-feira (4) pelo BC. A ferramenta é usada por 76,4% da população, além de ser aquela utilizada com maior frequência para 46% dos en- trevistados. Na última edição da pesquisa, em2021, o Pix havia entrado emoperação havia poucos meses e, na época, já era usado por 46% da população. No recorte sobre frequência, entretanto, seu percentual era de apenas 17%. Em segundo lugar, no atual levanta- mento, aparece o cartão de débito, utilizado por 69,1% da população, sendo o meio pagamentomais frequente para 17,4% dos entrevistados. Já o dinheiro em espécie (cédulas e moedas) aparece em terceiro lugar na pes- quisa deste ano, usado por 68,9% da po- pulação, sendo o meio mais frequente para 22%. No levantamento de 2021, o di- nheiro era utilizado por 83,6%da população, sendo o mais frequente para 42% dos en- trevistados. Na sequência da atual pesquisa aparece o cartão de crédito, utilizado por 51,6% da população, omais frequente para 11,5%. Por outro lado, o cartão de crédito é a forma de pagamento usada com maior frequência nos estabelecimentos comer- ciais, 42% do total, contra 25,7% de uso de Pix. A pesquisa ouviu 2 mil pessoas entre os dias 28 de maio e 1º de julho, sendo que mil compõem o público específico de caixas de estabelecimentos comerciais, em todas as capitais e em amostras de ci- dades com mais de 100 mil habitantes. O nível de confiança é de 95%, e a margem de erro é de 3,1%. Dinheiro vivo Segundo o BC, o objetivo da pesquisa é o “aprimoramento contínuo da gestão do meio circulante brasileiro e das ações de divulgação sobre características das cé- dulas e moedas do Real”. “Mesmo com o PIX e toda a evolução tecnológica, o di- nheiro em espécie ainda se faz bastante presente na vida dos brasileiros”, destaca a autarquia. A pesquisa também traz dados sobre a conservação de cédulas, o uso de moedas e reconhecimento de itens de se- gurança. De acordo com o estudo, o uso de cé- dulas emoedas émais intenso entre aqueles com menor renda: 75% das pessoas que recebem até dois salários mínimos e 69% entre os que ganham entre dois e cinco saláriosmínimos. Quando a renda aumenta um pouco, o uso do dinheiro em espécie se torna menos frequente: 59,4% daqueles que ganham entre cinco e dez salários mínimos e 58,3% das pessoas que recebem mais de dez salários utilizamnotas e moe- das de Real. O uso do dinheiro f ísico também é li- geiramentemaior entre os idosos. De acor- do como levantamento, 72,7% das pessoas que têm 60 anos ou mais utilizam o meio; esse percentual cai para 68,6% entre aqueles com idade entre 16 e 24 anos. ■ MAIOR FERRAMENTA Aprodução industrial nacional caiu 0,2%emoutubro. Nos dois resultados anteriores tinha registrado cres- cimento, mas com essa queda anulou parte do ganho de 1,2% acumulado no período. No entanto, na comparação com o mesmo mês de 2023, a produção da indústria avançou 5,8%, sendo o quinto mês seguido de expansão. O acumulado no ano também teve elevação (3,4%), como também em 12 meses (3,0%). Após esse desempenho, a produção industrial está 2,6% acima do patamar pré-pandemia, em fevereiro de 2020, mas 14,4% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011. Os números compõem a Pesquisa Industrial Mensal Brasil (PIM Brasil), divulgada nesta quarta-feira (4), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). ■ IBGE Produção industrial tem queda de 0,2% em outubro ● PIX JÁ É A FORMA DE PAGAMENTO MAIS USADA NO BRASIL O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) promoveu nessa terça-feira (3) o encontro “Agenda 2030 e ODS 18: Construindo Futuros Ra- cialmente Justos e Inclusivos”, com a par- ticipação de pesquisadores, ativistas, jor- nalistas e representantes do movimento negro. Em pauta, pensar formas de pro- mover e efetivar o novo Objetivo de De- senvolvimento Sustentável (ODS), sobre igualdade étnico-racial, proposto pelo Brasil à Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 18 A gente está perdendo com isso, porque não estamos alcançando todo o nosso potencial da população. Enfrentar essas questões inclui fazer valer as legisla- ções e implementar os programas que já estão desenhados para enfrentar o racismo”, disse Luciana Mendes Santos Servo, pre- sidenta do Ipea, na mesa de abertura. Lançada pelaONU em2015, a Agenda 2030 tem originalmente 17 ODS, que re- presentam uma proposta conjunta de de- senvolvimento levando em conta não só os aspectos econômicos, mas maior qua- lidade de vida para as pessoas, umplaneta mais sustentável e um futuro menos desi- gual. O lançamento oficial da ODS 18 “Igualdade Étnico-Racial” foi feito durante o G20 Social, no Rio de Janeiro. O Ipea pretende contribuir para o cumprimento da ODS a partir de moni- toramento e avaliação das ações contra o racismo. No evento, foram discutidas as possibilidades de o Brasil perder parcela significativa de seu PIB - Produto Interno Bruto - potencial por causa do racismo. E que será necessária atuação forte e quali- ficada governamental para que esse pro- blema não se perpetue no país. “Se o Brasil deseja avançar em seu de- senvolvimento, será crucial investir em melhoramento econômico das populações afrodescendentes, garantindo que elas te- nham acesso às melhores oportunidades de trabalho e de empreendedorismo”, disse Ester de Sena Carneiro, assessora de clima e racismo ambiental do Geledés, Instituto da Mulher Negra. “Internacionalmente, a ODS 18 coloca o Brasil em posição de destaque em fóruns globais de direitos humanos e desenvolvimento sustentável. E, por isso, o país deve ser coerente com ações concretas emâmbito nacional. Nesse momento de discussão sobre governança global, o país temoportunidade de alinhar políticas internas com políticas globais”. Para Joice Souza Soares, professora da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE/IBGE), é importante mensurar melhor o problema para enfrenta-lo. Quan- tomais informações precisas que ampliem o conhecimento sobre a realidade do país, mais se exerce a cidadania de maneira justa. “Conhecer as características dos ter- ritórios é fundamental para formulação de políticas públicas emdiferentes escalas. Movimentos sociais e atores locais podem utilizar os dados como insumos para rei- vindicação demelhorias para os territórios e suas populações”, disse Joice. TatianaDias Silva, diretora deAvaliação, Monitoramento e Gestão da Informação do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial doMinistério da Igualdade Racial (Senapir/MIR), destacou a necessi- dade de integrar ações específicas para a população negra emelhoria geral de direitos sociais para enfrentar o racismo. ■ IPEA PROMOVE DEBATE SOBRE ODS 18 E FUTURO RACIALMENTE JUSTO IGUALDADE RACIAL V Foto/ Fernando Frazão/Agência Brasil

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