Diário do Amapá - 08 e 09/12/2024

LUIZ MELO Diretor Superintendente ZIULANA MELO Diretora de Jornalismo Circulação simultânea em Macapá, Belém, Brasília e em todos os municípios do Amapá. Os conceitos emitidos em artigos e colunas são de responsabilidade dos seus autores e nem sempre refletem a opinião deste Jornal. Suas publicações são com o propósito de estimular o debate dos problemas amapaenses e do país. O Diário do Amapá busca levantar e fomentar debates que visem a solução dos problemas amapaenses e brasileiros, e também refletir as diversas tendências do pensamento das sociedades nacional e internacional. MÁRLIO MELO Diretor Administrativo DIÁRIODECOMUNICAÇÕES LTDA. C.N.P.J: 02.401.125/0001-59 Administração, Redação e Publicidade Avenida Coriolano Jucá, 456 - Centro CEP 68900-101 Macapá (AP) - Fone: 96-3223-7690 www.diariodoamapa.com.br COMPROMISSOCOMANOTÍCIA |OPINIÃO | DIÁRIO DO AMAPÁ DOMINGO E SEGUNDA-FEIRA | 08 E 09 DE DEZEMBRO DE 2024 2 J ustino era um andarilho bastante conhecido pelo seu vigor f ísico e mental. Não bebia nada que tivesse álcool. Tinha um amigo de infância que, constan- temente, se embriagava. Certo dia, procurou convencê-lo a libertar-se da es- cravidão do alcoolismo, enfatizando as vantagens e privilégios do seu sistema de vida e apontando os perigos a que o vício poderia conduzir o amigo. Impressionado com os argumentos de Justino, o seu amigo tomou uma decisão: -Bem, vou abandonar as bebidas fortes, mas aos poucos! Justino, perplexo, re- trucou: - Se você fosse envolvido por um incêndio, será que pediria aos bombeiros para lhe salvar aos poucos? No caminho do Advento deste ano, o Segundo Domingo é substituído pela So- lenidade da Imaculada Conceição da Bem-Aventurada Virgem Maria, a “Nossa Senhora da Conceição” como é popularmente conhecida. Foi no dia 8 de dezembro de 1854 que o então Papa Pio IX proclamou Maria preservada, por Deus Pai, da mancha do pecado original “em vista dos méritos de Jesus Cristo”, preparando assim uma digna mãe para a encarnação do Filho. Só podemos nos alegrar e aprender comMaria a praticar, cada vez mais e melhor, a nossa fé em comunhão com a Tradição da Igreja, ou seja, com tantos cristãos e cristãs que nos precederam neste caminho e nos transmitiramaquiloque acreditamos. O evangelho proclamado nessa solenidade será, mais uma vez, a página bemconhecida da “anunciação”. Logo pensamos emMaria, mas, na realidade, a festa que cele- bramos no dia 25 demarço é da “Anunciação do Senhor” que é feita à Nossa Senhora. AMaria é anunciada a con- cepção do filho ao qual porá o nome de Jesus. O anjo explica, entre outras coisas, que aquela criança será grande e chamadoFilhodoAltíssimo. Ela fica “perturbada” com a notícia e precisa ser encorajada pelo anjo a não ter medo. Tudo o que acontecerá será obra do poder de Deus para o qual “nada é impossível”. O sinal que vai ajudar a entender e a confiar é o sexto mês de gravidez da parenta Isabel, a idosa estéril. Todos conhecemos a resposta de Maria que sempre vale a pena deixar ecoar em nosso coração: “ Eis aqui a serva do Senhor; faça-se emmim segundo a tua palavra!” (Lc 1,38). O evangelista Lucas quer nos dar uma boa notícia: a encarnação do Filho de Deus. Ele faz isso do jeito bíblico, narrativo, e não simplesmente através de um comunicado, mais ou menos enfeitado, como poderia ser hoje umamensagem, por exemplo, colocada nas redes sociais. Cabe, portanto, a nós percebermos o valor e o sentido do “anúncio” mais do que ficar preocupados com a forma da apre- sentação. O que deve nos interessar mais é a boa notícia - se completou o tempo previsto (Gl 4,4), o tempo da espera – e a adesão plena e humilde de Maria. Depois, daqui a poucos dias, no Natal, contemplaremos o nascimento de Jesus, o Menino- Deus. Como cristãos, somos chamados a oferecer a nossa colaboração para que aquele evento, único na história, continue produzindo os seus frutos de salvação e libertação. A “encarnação” do Filho Unigênito é o compromisso do amor de Deus com a humanidade para que esta encontre o rumo certo no meio de tantos caminhos tortos, de brigas, guerras e confusões. Jesus não veio para complicar a nossa vida com listas de pecados ou para nos impor obrigações religiosas. Ele nos mostrou o que vale mais de tudo e que somente pode mudar a história da humanidade. O nosso “vício” é o egoísmo. Gastamos tantas energias querendo aproveitar e arrancar da vida o que mais podemos de bens, fama, sucesso, riquezas e prazeres. Ele nos ensinou a colocar à disposição dos outros, amigos ou não, os dons que recebemos e, não último, o grande bem do próprio planeta, a Casa Comum. Parece que só pensamos em ganhar. Se buscarmos isso, sempre ficaremos insatisfeitos. Sempre teremos inveja dos outros e disputaremos mais e mais até aqueles bens que são dádivas para todos. Jesus ensinou a doar e não a cobrar para receber. Maria, teve medo, perguntou, quis saber, mas depois que deu o seu “sim”, não voltou mais atrás, foi totalmente fiel. E nós? Bastará nos corrigirmos “aos poucos”? Como está o nosso “sim”? ■ DOMPEDROCONTI E-mail: oscarfilho.ap@bol.com.br Bispo de Macapá Jesus não veio para complicar a nossa vida com listas de pecados ou para nos impor obrigações religiosas. Ele nos mostrou o que vale mais de tudo e que somente pode mudar a história da humanidade. O nosso “vício” é o egoísmo. Gastamos tantas energias querendo aproveitar e arrancar da vida o que mais podemos de bens, fama, sucesso, riquezas e prazeres. Aos poucos O salmo 104, das Sagradas Escrituras, apresenta a história de salvação que Israel canta na liturgia. É um salmo bem resplandecente e pleno de confiança na ação redentora de Deus. É um hino que revela toda a sua rejeição ao pecado que prejudica a vida. É, em síntese, uma exaltação da história de salvação de Israel. "Aleluia. Celebrai o Senhor, aclamai o seu nome, apregoai entre as nações as suas obras. Cantai-lhe hinos e cânticos, anunciai todas as suas maravilhas. Glo- riai-vos do seu santo nome; rejubile o coração dos que procuram o Senhor. Recorrei ao Senhor e ao seu poder, procurai continuamente sua face. Recordai as maravilhas que operou, seus prodígios e julgamentos por seus lábios proferidos, ó descendência de Abraão, seu servidor, ó filhos de Jacó, seus escolhidos! É ele o Senhor, nosso Deus; suas sentenças comandam a terra inteira. Ele se lembra eternamente de sua aliança, da palavra que empenhou a mil gerações, que garantiu a Abraão, e jurou a Isaac, e confirmou a Jacó irrevo- gavelmente, e a Israel como aliança eterna, quando disse: Dar-te-ei a terra de Canaã, como parte de vossa herança. Quando não passavam de um reduzido número, minoria insignificante e estrangeiros na terra, e andavam errantes de nação em nação, de reino em reino, não permitiu que os oprimissem, e castigou a reis por causa deles. Não ouseis tocar nos que me são consagrados, nem maltratar os meus profetas. E chamou a fome sobre a terra, e os privou do pão que os sustentava. Diante deles enviara um homem: José, que fora vendido como escravo. Apertaram-lhe os pés entre grilhões, com cadeias cingiram-lhe o pescoço, até que se cumpriu a profecia, e o justificou a palavra de Deus. Então o rei ordenou que o soltassem, o soberano de povos o livrou, e o nomeou senhor de sua casa e go- vernador de seus domínios, para, a seu bel-prazer, dar ordens a seus príncipes, e a seus anciãos, lições de sabedoria. Então Israel penetrou no Egito, Jacó foi viver na terra de Cam. Deus multiplicou grande- mente o seu povo, e o tornou mais forte que seus inimigos. Depois, de tal modo lhes mudou os corações, que com aversão trataram o seu povo, e com perf ídia, os seus servidores. Mas Deus lhes suscitou Moisés, seu servo, e Aarão, seu escolhido. Ambos operaram entre eles prodígios e milagres na terra deCam.Mandou trevas e se fez noite, resistiram, porém, às suas palavras. Converteu-lhes as águas em sangue, matando-lhes todos os seus peixes. In- festou-lhes a terra de rãs, até nos aposentos reais. A uma palavra sua vieramnuvens demoscas, mosquitos em todo o seu território. Em vez de chuva lhes mandou granizo e chamas devorantes sobre a terra. Devastou-lhes as vinhas e figueiras, e partiu-lhes as árvores de seus campos. A seu mandado vieram os gafanhotos, e lagartas em quantidade enorme, que de- voraram toda a erva de suas terras e comeram os frutos de seus campos. Depois matou os primogênitos do seu povo, primícias de sua virilidade. E Deus tirou os hebreus carregados de ouro e prata; não houve, nas tribos, nenhum enfermo. Alegraram-se os egípcios com sua partida, pelo temor que os hebreus lhes tinham causado. Para os abrigar Deus estendeu uma nuvem, e para lhes iluminar a noite uma coluna de fogo. A seu pedido, mandou-lhes codornizes, e os fartou com pão vindo do céu. Abriu o rochedo e jorrou água como um rio a correr pelo deserto, pois se lembrava da palavra sagrada, empenhada a seu servo Abraão. E fez sair, com júbilo, o seu povo, e seus eleitos com grande exultação. Deu-lhes a terra dos pagãos e desfrutaram das riquezas desses povos, sob a condição de guardaremseusmandamentos e observaremfielmente suas lei." Pela primeira vez nos salmos, ouve-se a palavra ‘aleluia,’ aclamação festiva da liturgia e, nesse caso, uma liturgia de louvor. O hino é uma reflexão de louvor sobre o Credo de Israel, um Credo não feito de intelectualismo ou de elucubração mental, mas de ações históricas de Deus na vida do seu povo. ■ CLAUDIOPIGHIN E-mail: clpighin@claudio-pighin.net Sacerdote e doutor em teologia. Pela primeira vez nos salmos, ouve-se a palavra ‘aleluia’, aclamação festiva da liturgia e, nesse caso, uma liturgia de louvor. O hino é uma reflexão de louvor sobre o Credo de Israel, um Credo não feito de intelectualismo ou de elucubração mental, mas de ações históricas de Deus na vida do seu povo. Celebrai o senhor, aclamai o seu nome!

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