Diário do Amapá - 08 e 09/12/2024

FALECOM0COMERCIAL E-mail: comercial.da@bol.com.br site: www.diariodoamapa.com twitter: @diariodoamapa Instagram: @diariodoamapa |ECONOMIA | DIÁRIO DO AMAPÁ 7 ECONOMIA DOMINGO E SEGUNDA-FEIRA | 08 E 09 DE DEZEMBRO DE 2024 Numdia de nervosismonomercado interno e externo, o dólar teve forte alta e voltou a bater recorde nominal desde a criação do Plano Real. A bolsa de valores recuou 1,5% e voltou a ficar abaixo dos 126 mil pontos. O dólar comercial encerrou esta sexta-feira (6) vendido a R$ 6,071, com alta de R$ 0,06 (+1%). A cotação chegou a iniciar o dia em baixa, caindo para R$ 5,99 por volta das 10h45. No entanto, inverteu a tendência após a criação de empregos nos Estados Unidos surpreender e superar as previsões. Amoeda norte-americana encerrou a semana com alta de 1,02%. Em 2024, a divisa acumula alta de 25,1%. O mercado de ações também teve um dia tenso. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 125.946 pontos, com queda de 1,5%. O indicador chegou a operar em leve baixa no início da manhã, mas despencou após a divulgação dos dados de trabalho norte-americanos. Em novembro, os Estados Unidos criaram 227 mil postos de trabalho fora do setor agrícola. O resultado mostrou recuperação frente a outubro, quando apenas 36 mil vagas tinhamsido abertas por causa dos furacõesHelene e Milton e por causa de uma grande greve nas fábricas da Boeing. O forte desempenho pressionou o dólar em todo o planeta, ao diminuir as chances de que o Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) corte os juros na próxima reunião. Desde setembro, os juros básicos damaior economia do planeta tiveram duas reduções: uma de 0,5 pontopercentual eoutrade 0,25pontopercentual. Atualmente, a taxa está numa faixa de 4,5% a 4,75% ao ano. No Brasil, o mercado continuou pressionado pela tra- mitaçãodas propostas dopacotede cortede gastos obrigatórios encaminhadas pelo governo. O temor de que o Congresso desidrate as medidas, retirando as mudanças propostas no Benef ício de Prestação Continuada (BPC), foi mal recebido pelos investidores. ■ COTAÇÃO Dólar bate recorde nominal e fecha a R$ 6,07 após dados dos EUA ● A avaliação sobre o acordo entre o Mercosul e a União Europeia não foi unânime entre as maiores eco- nomias do Velho Continente. Enquanto a Alemanha e aEspanha celebraramo término das negociações, a França foi a público prometer oposição ao acordo. Líder da maior economia da Europa, o primeiro-ministro alemãoOlaf Scholz exal- tou que, após mais de duas décadas de ne- gociações, um importante obstáculo para o acordo foi superado, o que cria um livre mercado commais de 700milhões de pes- soas, proporcionando mais crescimento e competitividade. Opresidente espanhol, Pedro Sanchez, classificou o acordo como histórico e disse que seu país trabalhará para que os termos sejamaprovados pelamaioria doConselho Europeu. “Aabertura comercial comnossos irmãos latino-americanos nos fará - todos - mais prósperos e fortes". Na França, a reação foi inversa.Opositor declarado do acordo pela pressão de seus agricultores, o governo francês prometeu continuar a trabalhar contra a aprovação da parceria com o Mercosul. AministradeComércioExterior, Sophie Primas, lembrou que os países-membros dos dois blocos ainda não assinaram o acordo, e que é necessária a chancela do Conselho Europeu e do Parlamento Euro- peu. "A França lutará emcada passo do ca- minho ao lado dos estados membros que partilham da sua visão", declarou. Oprimeiro-ministrodaPolônia, Donald Tusk, tambémmanifestou sua contrariedade por meio do perfil de seu gabinete nas redes sociais. “Atualmente, a Polônia e a França são os países que dizem firmemente “não” ao acordo com o Mercosul. Para nós, o mais importante é que não entre emvigor. Ainda não temos a parcela mínima de votos para bloquear o acordo. Se tivéssemos a Itália do nosso lado, provavelmente teríamos essa maioria”. Fontes ouvidas pela agência de notícias italiana Ansa também apontaram a preo- cupação com agricultores como motivo para as reservas da Itália em relação ao acordo. Segundo a agência, o governo ita- liano avalia que ainda não há condições de assinar. O fim das negociações não significa ainda que o acordo vai entrar em vigor. Alémde revisões e traduções, o texto ainda precisa ser ratificado internamente pelos países doMercosul, alémde aprovado pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho da União Europeia. Entre os europeus, a opo- sição de ao menos quatro dos 27 países membros pode barrar o acordo, desde que eles respondampor 35% oumais da popu- lação do bloco. Vitória da Europa O término das negociações foi come- morado pela presidente da Comissão Eu- ropeia, Ursula von der Leyen, como uma “vitória para a Europa”. Ela lembrou que cerca de 60mil empresas europeias expor- tam hoje para o Mercosul, e metade delas é de pequenas e médias empresas. ■ ACORDO COM MERCOSUL COLOCA ECONOMIAS EUROPEIAS EM LADOS OPOSTOS OPOSIÇÃO V Foto/ Ricardo Stuckert / PR A té o fim de outubro, os brasileiros não tinham sacado R$ 8,72 bilhões em recursos esquecidos no sistema financeiro, divulgou nesta sexta-feira (6) o BancoCentral (BC). Segundo a atualização mais recente, o Sistema deValores aReceber (SVR) devolveu R$ 8,69 bilhões, de um total de R$ 17,41 bilhões postos à disposição pelas instituições financeiras. Em 16 de outubro, os recursos esque- cidos foram transferidos para o Tesouro Nacional e aguardam a publicação de um edital com as novas regras para o saque. Caso o dinheiro não seja requerido nos próximos 25 anos, será incorporado defi- nitivamente ao patrimônio da União. As estatísticas do SVR são divulgadas com dois meses de defasagem. Apesar da transferência ao Tesouro, as estatísticas continuarão a ser atualizadas. Os dados de novembro, primeiro mês após o repasse do dinheiro, só serão apresentados em 7 de janeiro. Emrelação ao número de beneficiários, até ofimde outubro, 26.940.967 correntistas haviam resgatado valores. Apesar de a marca se aproximar dos 27 milhões, isso representa apenas 37,3% do total de 72.293.863 correntistas incluídos na lista desde o início do programa, em fevereiro de 2022. Entre os que retiraram valores até o fim de outubro, 24.896.783 são pessoas f í- sicas e 2.044.184 são pessoas jurídicas. Entre os que ainda não fizeram o resgate, 41.565.040 são pessoas f ísicas e 3.787.856 são pessoas jurídicas. A maior parte das pessoas e empresas que não fizeram o saque têm direito a pe- quenas quantias. Os valores a receber de até R$ 10 concentram 63,31% dos benefi- ciários. Os valores entre R$ 10,01 e R$ 100 correspondem a 24,71% dos correntistas. As quantias entre R$ 100,01 e R$ 1 mil re- presentam 10,12% dos clientes. Só 1,86% tem direito a receber mais de R$ 1 mil. Depois de ficar fora do ar por quase um ano, o SVR foi reaberto em março de 2023, com novas fontes de recursos, um novo sistema de agendamento e a possibi- lidade de resgate de valores de pessoas fa- lecidas. Em outubro, foram retirados R$ 401milhões, alta emrelação aomês anterior, quando tinhamsido resgatados R$ 396mi- lhões. O aumento ocorreu após a aprovação da lei que estabeleceu a transferência dos valores esquecidos para oTesouroNacional para compensar a prorrogação da desone- ração da folha de pagamento até 2027. Os cerca de R$ 8,7 bilhões comporão os R$ 55 bilhões que entrarão no caixa do governo para custear a extensão do benef ício. ■ RECURSOS ESQUECIDOS VALORES ESQUECIDOS NO SISTEMA FINANCEIRO SOMAVAM R$ 8,72 BI EM OUTUBRO TRIBUTO Isenção de IRPF para até R$ 5 mil pode dobrar número de beneficiados O número de trabalhadores com carteira assinada que não precisam pagar o Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) deve dobrar em 2026, quando deverá estar em vigor a faixa de isenção para quem ganha até R$ 5 mil, conforme prometido pelo governo federal na “reforma da renda” que deverá tramitar no Congresso Nacional no próximo ano. A projeção de contribuintes beneficiados é do De- partamento Intersindical de Estatística e Estudos So- cioeconômicos (Dieese), fornecida à Agência Brasil. Segundo a entidade, atualmente 10 milhões de pessoas estão dispensadas do recolhimento do tributo. Com a proposta, a faixa de isenção deverá passar dos atuais R$ 2.824 (dois salários mínimos) para R$ 5 mil, assim serão adicionadas mais 10 milhões de pessoas dispen- sadas da tributação. A isenção do imposto favorecerá os trabalhadores de menor rendimento e também alcançará assalariados da classe média em outras faixas de rendimento. “Entre os que têm renda mensal entre R$ 5 mil e R$ 7,5 mil, também há o impacto positivo da redução das tarifas, e este grupo representa por volta de 16 milhões de pessoas”, calcula Mariel Angeli Lopes, supervisora téc- nica do escritório regional do Dieese no Distrito Fe- deral. ■ ●

RkJQdWJsaXNoZXIy NDAzNzc=