Diário do Amapá - 11/12/2024
| OPINIÃO | DIÁRIO DO AMAPÁ QUARTA-FEIRA | 11 DE DEZEMBRO DE 2024 2 LUIZ MELO Diretor Superintendente ZIULANA MELO Diretora de Jornalismo Circulação simultânea em Macapá, Belém, Brasília e em todos os municípios do Amapá. Os conceitos emitidos em artigos e colunas são de responsabilidade dos seus autores e nem sempre refletem a opinião deste Jornal. Suas publicações são com o propósito de estimular o debate dos problemas amapaenses e do país. O Diário do Amapá busca levantar e fomentar debates que visem a solução dos problemas amapaenses e brasileiros, e também refletir as diversas tendências do pensamento das sociedades nacional e internacional. MÁRLIO MELO Diretor Administrativo DIÁRIODECOMUNICAÇÕES LTDA. C.N.P.J: 02.401.125/0001-59 Administração, Redação e Publicidade Avenida Coriolano Jucá, 456 - Centro CEP 68900-101 Macapá (AP) - Fone: 96-3223-7690 www.diariodoamapa.com.br COMPROMISSOCOMANOTÍCIA O dia amanheceu com uma magia encantadora! O candelabro celeste com suas miríades de estrelas que há pouco polarizava suas luzes cintilantes para o planeta terra, foi ofuscado pelo brilho afogueado do astro-rei que começou despontar no horizonte. Com seu fulgor laranja-amarelado, parecia beijar o espelho d’água da baía do rio-mar, que se descortinava à minha frente. Sinto um aroma amadeirado do estoraque que parecia ter sido espargido por mãos invisíveis que contagiava com sua fragrância o vento que assoprava. Parecia que há uma excelsitude entre a água, o vento, a terra e o eu, que no centro dessa magnificência, sentia a beleza áurea- fulgente que trazia a quietude que acalmava o meu ser. Sentia a paz plena na imponderabilidade do existir, onde nada se pensa, nada se ouve e nada se fala. A musicalidade sinfônica dos acordes altissonantes que ecoavam no ar, mesmo no silêncio, que só a alma sentia, fazia o coração bater mais lento, que parecia querer entrar em sintonia com a serenidade daquele momento. Era manhã de 12 de agosto de 2004, encontrava-me na ponta mais avançada do trapiche Eliezer Levi. O rio amazonas amanheceu agitado, parecia zangado. Suas ondas encrespam-se com violência e açoitam com veemência o quebra-mar. Parecia querer vomitar do seu ventre a sujeira que o “bicho homem” nele jogara. Nuvens plúmbeas mancham de escuro o azul do céu, denotando que a ma- drugada que se vai, foi chuvosa e que embora estando em agosto, era pleno inverno, que teimava alongar-se, numa desobediência patente da natureza. O vento puro e despoluído, ainda virgem, que aca- bava de viajar nas cristas das ondas turbulentas do grande rio, acariciava o meu rosto numa transbordante emoção, que fazia a minha alma renascer para o novo dia. O cenário era perfeito e despertava o encanto e a magnitude do sonho de um planeta harmônico, onde a dor, a lágrima, a violência e a infâmia tinham desa- parecido. A sincronia do perfeito encontro entre a na- tureza e o ser, remete a um passado longínquo, onde reinava a presente harmonia, a qual foi quebrada. Contudo, sabia-se que umdia ser-lhe-ia restabelecida, e todos que fizerem por onde, poderão sentir a leveza do ser sem culpa no coração, sem mágoa do perdão não efetivado em favor dos pusilânimes e dos detratores da bondade. O êxtase da paz, a plenitude da alegria de viver, to- mava conta de mim e me impulsiona gravar em tintas inapagáveis e imortais, este momento sublime. Sei que não foi fácil, porque os sinais gráficos e as palavras seriam incapazes de decodificar tamanha emoção. Talvez uma máquina fotográfica que tornasse visível o invisível, que retratasse o imaterial e o imponderável, que pudesse fotografar a felicidade, a alegria e o prazer, fosse capaz de colorir com matizes transparentes o painel da minha pobre emoção. O sibilar da brisa que perpassava, parecia comuni- car-se com o eco do quebrar das ondas, que se tinha impressão de fazer declaração um ao outro num contínuo zunir coloquial. Um casal de pardal parecia querer aproveitar a fascinação deste momento, saltitava de um lado para outro, desfrutando a liberdade em toda sua inteireza e parecia sentir o momento mágico que a natureza comunica. O canto da natureza, saudava o novo dia que começava, traduzido no silvo do vento que soprava e no zoar das ondas que que- bravam e que sem pejo, convidavam-me a eles se juntar e cantar a beleza daquele momento encantado – o amanhecer no trapiche Eliezer Levi. Essas são palavras da crônica escrita pelo meu grande mestre e inspiração, o artesão das letras, como costumava chamá-lo, o Pr. Oton Miranda de Alencar. Que com suas palavras rebuscadas e repletas de poesia e emoção, descreveu o raiar de um novo dia na orla de nossa bela Macapá. Decidi publicar essa crônica em sua homenagem, em uma semana em que me lembrei o quanto me influenciou e como seus traços de vida, caráter e obra ficaram impregnados em meu ser. Sempre disse a ele que estava na prateleira dos maiores poetas que essa nação já possuiu, ele como um bom maranhense, herdou o dna dos mais excelentes escritores brasileiros, cujas palavras e obras nunca devem ser esquecidas, pois como ele mesmo dizia: “o esquecimento é o pior de todos os castigos e a ingratidão o pior de todos os pecados”. ■ O cenário era perfeito e despertava o encanto e a magnitude do sonho de um planeta harmônico, onde a dor, a lágrima, a violência e a infâmia tinham desaparecido. A sincronia do perfeito encontro entre a natureza e o ser, remete a um passado longínquo, onde reinava a presente harmonia, a qual foi quebrada. Omestre não pode ser esquecido E-mail: drrodrigolimajunior@gmail.com . Teólogo, pedagogo e advogado RODRIGO LIMA JUNIOR É um consenso entre todos os especialistas da área da saúde e da psicologia da importância da prática regular de atividades f ísicas para o corpo e para a mente humana. Por isso é essencial abordar todos esses aspectos positivos, especialmente neste momento de pós-carnaval no qual muitos fazem promessas de entrar na academia e buscar uma alimentação mais saudável. Os médicos recomendam pelo menos a prática de alguma atividade f ísica, no mínimo três vezes por semana, mas infelizmente estamos inseridos numa rotina de sedentarismo pelo fato de ficar constantemente sentados no local de trabalho, estudos e lazer. Todos esses hábitos ruins e uma alimentação desregrada fazem com que a nossa saúde esteja seriamente comprometida. Muitas pessoas não realizam exames mé- dicos regulares e só fazem atividades f ísicas quando o momento é crítico, influenciadas somente por recomendação médica. O grande erro, levando em conta a realidade brasileira, está justamente em apenas remediar e não prevenir os problemas de saúde. É necessário criar práticas mais saudáveis e incentivar as pessoas a buscarem preservar seu corpo, que é o maior patrimônio que temos. Os impactos da prática regular de atividades f ísicas são diversos, dentre eles maior dispo- sição, melhor qualidade no sono, mais força f ísica e cada vez menos doenças que acabam por reduzir nossa expectativa de vida. Mesmo com esses incontáveis benef ícios, ainda assim é dif ícil para muitos adotaremmudanças nos hábitos pelo principal fator de que o cérebro humano busca estar na zona de conforto e evitar atividades que causarão cansaço. É muito comum conhecer alguém que faz promessas para cuidar da saúde e acaba cons- tantemente se sabotando, ou seja, a teoria não é posta em prática pelo principal fator de que criar disciplina é uma tarefa complexa que nem todos conseguem manter. Muitos apenas ficam em um estado de motivação temporária. Em contrapartida, ter disciplina te faz realizar tarefas que você nem mesmo gostaria de estar realizando, mas você sabe que elas precisam ser feitas para que haja desenvolvimento e crescimento em sua vida. Diante desse contexto, cabe a cada um de nós refletir e avaliar os melhores cenários para implementar uma nova rotina em nossas vidas, incluindo assim a prática de atividades f ísicas como prioritárias e fazer dessa prática um hábito natural. Nossa saúde mental e f ísica devem receber a devida importância, sendo que somente com as duas em perfeito equilíbrio é que podemos aproveitar melhor a nossa vida. ■ Os impactos da prática regular de atividades físicas são diversos, dentre eles maior disposição, melhor qualidade no sono, mais força física e cada vez menos doenças que acabam por reduzir nossa expectativa de vida. A importância da prática de atividades físicas NIRABRITO E-mail: dtlconsultoria@gmail.com Turismóloga e analista de negócios
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