Diário do Amapá - 11/12/2024

ESPLANADA |OPINIÃO | DIÁRIO DO AMAPÁ QUARTA-FEIRA | 11 DE DEZEMBRO DE 2024 5 ComWalmor Parente (DF), BethPaiva (RJ) eHenrique Barbosa (PE) E-mail: reportagem@colunaesplanada.com.br LEANDRO MAZZINI PODER , POLÍTICAEMERCADO Ah, mamãe... Enquanto tantas e tantas mães sofrem e lutam para tirar filhos das cadeias e do vício da droga, há as que ajudam a enterrar seus futuros. No sábado, agentes do Degase, na Ilha do Governador do Rio, interceptaram uma senhorinha que tentava entrar na unidade com drogas para o filho interno. Ela foi encaminhada para a 37a DP e o filho perde agora a visita ilustre – e ela terá visita só do advogado. Mais da mina O Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, já tem cinco requerimentos de convite para prestar esclarecimentos sobre a venda de uma mina de estanho e urânio no Amazonas para uma estatal da China. A empresa era peruana, e a mina fica em Presidente Figueiredo (AM) o urânio ali é rejeitado e monitorado pela Comissão de Energia Nuclear do Brasil. Padrinho na pista O Diretor Geral do DNIT, Fabrício Galvão, homem de confiança do senador Renan Calheiros (MDB-AL), é visto no Congresso como postergador de compromissos. Funcionário de carreira, Galvão se apresenta como vendedor de soluções, mas não controla as áreas técnicas – a quem põe a culpa por travas burocráticas, dizem os reclamantes. Mas quem monitora o DO confere ações no reduto de Renan. Evento$ em alta Alívio para o setor de eventos de cultura e entretenimento do Brasil: o core business do setor, que engloba atividades como organização de eventos, gerou 5.817 empregos formais somente em outubro deste ano. O estoque de vagas do segmento também apresentou um crescimento de 58,6% em relação a 2019. A estimativa de consumo, entre janeiro e outubro, ultrapassou os R$ 108 bilhões. Posto estratégico O deputado licenciado Ricardo Barros (PP-PR), ex-ministro da Saúde, vai reassumir o mandato este mês – para coordenar a campanha do já eleito, porém não muito aceito ainda, Hugo Motta (Rep-PB) à Presidência da Câmara. Após fevereiro Barros pode se tornar líder do Governo na Câmara ou líder do bloco PP-Republicanos-União, que deve ser concretizado em breve. A despeito dos poucos dias de atividades no Congresso este mês, Barros volta sob bênçãos do presidente da Casa, Arthur Lira. O Progressistas considera que a experiência da interlocução suprapartidária de Barros vai ajudar. Há dois meses, o deputado tomou um café com o presidente Lula da Silva – a quem mais interessa a governabilidade. A hemorragia intracraniana detectada no presidente Luiz Inácio Lula da Silva não comprometeu qualquer função cerebral. A expectativa da equipe médica - liderada por Roberto Kalil - é de que Lula retome as atividades na semana que vem. Por precaução, ele ficará internado na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, por 48 horas. Ainda segundo os médicos, o procedimento pelo qual o presidente passou inclui uma pequena perfuração no crânio, entre duas lâminas da meninge, seguida da colocação de um dreno por onde sairá o sangue acumulado no local. O médico Roberto Kalil disse, ainda, que os orif ícios feitos no crânio são pequenos, seguindo um procedimento padrão que terá cicatrização espontânea, sem necessidade de intervenção futura. O presidente Lula encontra-se lúcido e acordado, acompanhado apenas da primeira-dama Janja da Silva. O termo técnico para esse procedimento é trepanação. Kalil informou que o paciente reagiu bem ao procedimento e está se alimentando e se comunicando bem. Sem sequela “Opresidentenão terá sequela enãohá riscode complicações porque o hematoma estava localizado entre o osso cranial e o cérebro. Ele não temmachucadono cérebro. Esse procedimento é para evitar que o hematoma comprima o cérebro. O hematoma, que fica entre duas folhas dameninge, foi totalmente drenado. Omais importante é que ele não teve trauma no cé- rebro”, disse Kalil durante entrevista coletiva no Hospital Sí- rio-Libanês. Segundo a equipe médica, o presidente da República apresentou, durante a últimamadrugada, ummal-estar similar a um quadro gripal, seguido de dor de cabeça. Ele foi enviado à unidade do Sírio Libanês, em Brasília. “Como teve a queda, fizemos de imediato todos os exames [tomografia e ressonância magnética]”, disse Kalil. Lula foi então encaminhado para a unidade do mesmo hospital em São Paulo, onde encontra-se internado. ■ HEMORRAGIA INTRACRANIANA Médico de Lula descarta sequela e diz que função cerebral está intacta N esquisa publicada hoje (9) pelo Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC) indica que seis unidades da federação (UF) gastaram R$ 7,7 bilhões do orçamento na guerra às drogas em 2023. Oestudo EfeitoBumerangue: o custo da proibição das drogas levantou dados do Distrito Federal, Bahia, Pará, Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo pormeio da Lei de Acesso à Informação (LAI). Para o levantamento, foram consi- derados os custos da proibição das drogas em sete instituições do Sistema de Justiça Criminal: polícias Civil e Mi- litar, Ministério Público, Defensoria Pú- blica, Tribunal de Justiça, Sistema Pe- nitenciário e Sistema Socioeducativo. Do valor total, mais de R$ 4,5 bilhões foramgastos emapenas duas instituições: a Polícia Militar e o Sistema Peniten- ciário. Juntos, Bahia, Distrito Federal, Pará, Rio de Janeiro e São Paulo gastaram quase R$ 1 bilhão com o Sistema So- cioeducativo, em privação e restrição de liberdade de adolescentes por infra- ções relacionadas à Lei de Drogas. Ape- nas emSão Paulo, foramR$ 674milhões do orçamento. Segundo os pesquisadores, esses gastos afastamjovens negros e periféricos do convívio social. E são o resultado de uma política de segurança pública equi- vocada e pouco transparente, que não oferece alternativas de investimento no futuro dos jovens. “Essa lei e essa guerra não afetam a população demaneira igual. As pessoas mais afetadas são, namaioria dos casos, negras. São pessoas que já sofrem com outras vulnerabilidades, e são sistema- ticamente afetadas peloEstado. Apolítica de drogas é racista e, por isso, a gente acha que um dos caminhos é a descri- minalização das drogas”, diz Raquel Ma- chado, socióloga e coordenadora de pesquisa do CESeC. Outro dado destacado é que, no Rio de Janeiro e em São Paulo, 40% do total dos adolescentes atendidos pelos sistemas socioeducativos cumprem medidas de restrição e privação de liberdade por atos análogos aos crimes previstos na Lei de Drogas. No Pará, apenas 3,9% do total de jovens estão nessa situação. O estudo também sugere que o or- çamento poderia ter sido utilizado para outros serviços essenciais, como saúde e educação. Um dos exemplos apre- sentados é que, comR$ 7,7 bilhões, po- deriamser construídas 954 novas escolas públicas e mantidas 396 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). ■ CESEC GUERRA ÀS DROGAS CONSUME R$ 7,7 BI DO ORÇAMENTO DE ESTADOS V Foto/ Paulo Pinto/Agência Brasil

RkJQdWJsaXNoZXIy NDAzNzc=