Diário do Amapá - 14/12/2024
ESPLANADA |OPINIÃO | DIÁRIO DO AMAPÁ SÁBADO | 14 DE DEZEMBRO DE 2024 5 ComWalmor Parente (DF), BethPaiva (RJ) eHenrique Barbosa (PE) E-mail: reportagem@colunaesplanada.com.br LEANDRO MAZZINI PODER , POLÍTICAEMERCADO Bet e cassinos A regulamentação das .bet, que entraram forte no mercado brasileiro, e o “banho-maria” do Senado no projeto que oficializa os jogos de azar presenciais afastaram, por ora, a ânsia de magnatas dos cassinos americanos e europeus. Há, por enquanto, uma alta procura por terras praianas no Nordeste. E só. Pelo projeto com potencial de aprovação, esses cassinos, em regiões delimitadas, têm de ficar dentro de grandes resorts. Conexão agro O Sudão, em guerra civil, trabalha para atrair empresas e investimentos. De acordo com o seu embaixador no Brasil, o diálogo entre os grupos paramilitares avança e o foco não é mais o presente, mas o futuro. O país conta com a tecnologia agrícola do Brasil para produzir em 85 milhões de hectares. Carniceiro cassado A Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados cassou na quarta (11) a Ordem do Cruzeiro do Sul concedida pelo presidente Lula da Silva (em outro mandato) ao “carniceiro de Damasco”, como era conhecido o ditador deposto da Síria, Bashar al-Assad. O Itamaraty tem outra posição. Entende que cabe à instituição, e não ao Parlamento, a concessão de honrarias. E que não há previsão de revogação das mesmas. Não acabou Futuro presidente do Parlamento do Mercosul, o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) quer tratar do acordo de livre comércio recentemente concluído com a União Europeia. No início do ano ele criou, na Câmara, uma subcomissão para acompanhar as negociações, mas nenhuma reunião foi feita. O peso da China O PT quer impor regras de respeito aos direitos trabalhistas, direitos humanos e sindicais via Conselho do Mercosul. O Brasil aguarda, preocupado, a proposta de agenda da Argentina para o bloco, que presidirá o Conselho no 1º semestre de 2025. O presidente Javier Milei não nutre nenhuma simpatia pelo Mercosul e tentará flexibilizar as regras para que os países possam fechar acordos individualmente – forçando o Brasil a seguir o mesmo, se não quiser ficar de fora. Para piorar o cenário para o governo brasileiro, o presidente eleito do Uruguai, Yamandú Orsi, da Frente Ampla de esquerda, também defende essa mudança. O Uruguai insistirá em que o Mercosul abra negociações com a China, por entender que o acordo com os europeus não entrará em vigor tão cedo. A Coluna apurou que Orsi acredita que a França pressionará ao extremo para evitar a ratificação do tratado, enquanto Pequim não vê a hora de abraçar a região. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está lúcido e orientado, alimentou-se normalmente e realizou caminhada pelos corredores do Hospital Sírio-Libanês, onde segue internado, agora em cuidados semi-intensivos, na capital paulista. A informação consta do mais recente boletim médico, divulgado às 11h20 desta sexta-feira (13). Ontem (12), Lula teve retirado o dreno intracra- niano que havia sido colocado na cirurgia da última terça-feira (10). O procedimento ocorreu “sem inter- corrências” Nesta quinta-feira, pela manhã, Lula foi submetido a um procedimento endovascular (embolização da artéria meníngea média), intervenção considerada bem-sucedida pelos médicos. Em entrevista coletiva na parte da manhã de ontem, o médico de Lula Roberto Kalil Filho disse que a previsão de alta do presidente está mantida para o início da semana que vem. O presidente foi submetido a uma cirurgia de emergência na última de terça-feira (10) para drenar um hematoma na cabeça, decorrente de uma queda que sofreu em outubro. Kalil garantiu que não houve novo sangramento após a drenagem e que o procedi- mento realizado ontem foi de caráter preventivo. Os médicos afirmaram ainda que o exame neuro- lógico de Lula está normal. "Em nenhum momento ele teve nenhuma lesão cerebral", disse Kalil, ao explicar que o presidente já está "conversando, co- mendo e andando pra lá e pra cá". Os médicos reafirmaram que não há nenhuma sequela e Lula é considerado "cognitivamente ínte- gro". ■ BOLETIM MÉDICO Lula deixa UTI e passa a ter cuidados semi-intensivos no hospital A restrição ao uso de celulares em sala de aula, aprovada na Comissão de Constituição e Justiça e de Ci- dadania (CCJ) da Câmara dos Deputados, emBrasília, tem o apoio de especialistas. Consultadas pela Agência Brasil, duas pesquisadoras da área de educação apon- taram benef ícios na relação dos profes- sores e alunos com a medida, aprovada na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) em novembro e que, em nível nacional, segue para aprovação no Senado Federal. Para Sandhra Cabral, do portal Educar para Ser Grande e professora da Univer- sidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), a proibição de celulares nas es- colas tornou-se necessária porque crianças e até mesmo adultos no Brasil não são ensinados sobre como usar a internet de forma correta, sabendo os benef ícios e prejuízos que ela pode oferecer. Entre os malef ícios, Sandhra cita problemas de cognição, perda do foco e distração. Impacto Mesmo assim, a professora não acre- dita que apenas a proibição vai impactar a vida e o foco das crianças e adolescentes de forma totalmente positiva, principal- mente no início da implementação da medida. “As crianças estarão proibidas de usar o celular dentro da escola, sendo obrigadas a interagir com professores e colegas, o que é bom; mas elas ficarão extremamente ansiosas no início porque estão acostu- madas a utilizar os aparelhos o tempo inteiro”, opinou. Atividades pedagógicas “No primeiro dia letivo de 2025, a pessoa vai para a escola e não pode usar o celular por quatro, cinco horas. Se é integral, por muito mais tempo. Essa criança ou adolescente ficou como celular na mão as férias inteiras. E aí ela chega lá e não vai ter isso. Então, primeiro será necessário ter uma readequação, os pro- fessores terão que criar várias atividades pedagógicas que sejam interativas para as crianças não ficarem sentadas na car- teira vendo o professor falar, porque isso vai dar uma ansiedade absurda nesses alunos”, analisou. Segundo Sandhra, uma saída é adotar aulas de educação midiática dentro das disciplinas curriculares, ainda que de for- ma interdisciplinar ou transversal. Ela observa que, apesar da lei federal de 1º de janeiro de 2023, que orienta as escolas a terem educação midiática, ninguém fez isso ainda. ■ CCJ ESPECIALISTAS APOIAM PROIBIÇÃO DE CELULAR EM SALA DE AULA V Foto/ Joédson Alves/Agência Brasil
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