Diário do Amapá - 18/12/2024

ESPLANADA |OPINIÃO | DIÁRIO DO AMAPÁ QUARTA-FEIRA | 18 DE DEZEMBRO DE 2024 5 ComWalmor Parente (DF), BethPaiva (RJ) eHenrique Barbosa (PE) E-mail: reportagem@colunaesplanada.com.br LEANDRO MAZZINI PODER , POLÍTICAEMERCADO Outro capítulo Deputados cobram do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que explique em audiência pública na Câmara se ele sabia da compra de mina de urânio por estatal China numa cidade no coração da Amazônia. O mais extraído lá é estanho, e o urânio é rejeitado e controlado pelo Governo, mas....em se tratando de China... Av. Prof. Castorina A professora Castorina Sabo Mendes, avó paterna do ministro do STF Gilmar Mendes e do desembargador federal Italo Fioravanti, dará nome a nova e maior avenida de Cuiabá. “Trata- se de uma homenagem à matriarca da família que engrandece o Mato Grosso com magistrados de destaque no Brasil”, afirma o prefeito Emanuel Pinheiro. Gilmar Mendes já confirmou presença na inauguração da avenida. Garoto prodígio Hoje poderoso advogado na Esplanada, Carlos Vieira Filho era só mais um com escritório no Plano. Em 2023 mudou-se para mansão no Lago Sul – a mini Miami do Cerrado. Especializou-se em contenciosos de habitação, empréstimos, licitações bancárias e em renegociações de dívidas. Vieirinha é o primogênito do atual presidente da Caixa. Correu Um advogado conhecido em Mato Grosso por cargos políticos exercidos no Governo, sempre apadrinhado pelos barões do agronegócio, prepara a mudança de seu escritório de Brasília para Miami, na Flórida – onde também tem residência boa parte de seus clientes. Sua banca é especializada em recebimento de precatórios e contenciosos nos Tribunais Superiores. Além da Presidência Enquanto as atenções na Câmara estão na sucessão de Arthur Lira, nos bastidores já começou a briga pelo comando das 30 comissões permanentes. O PL quer um lugar na futura Mesa do plenário, mas tentará voltar a presidir a Comissão de Relações Exteriores. O líder do PSDB, Adolfo Viana (BA), negociou a CREDN com Hugo Motta, o potencial futuro presidente da Câmara. De olho no fracasso internacional da política externa de Lula da Silva, o PL quer emplacar Luiz Philippe de Orleans e Bragança (SP). O partido presidiu a Comissão em 2019/20 com Eduardo Bolsonaro (PL-SP), outra opção na mesa. A Polícia Federal (PF) prendeu em São Paulo, na manhã desta terça-feira (17), sete pessoas, inclusive um delegado e três policiais civis, na chamada Ope- ração Tacitus. O trabalho envolve 130 policiais federais, apoiados pela Corregedoria da Polícia Civil e peloMinistério Público, para dar cumprimento a oito mandados de prisão e 13 de busca e apreensão nas cidades de Bragança Paulista, Igaratá, Ubatuba e na capital. Em nota, a Secretaria de Segurança do Estado de São Paulo afirmou que a operação busca desarticular organização criminosa voltada à lavagem de dinheiro e crimes contra a administração pública (corrupção ativa e passiva). A ação acontece no âmbito das investigações sobre a execução do delator Vinícius Gritzbach, em 8 de novembro, no aeroporto de Guarulhos. O esquema criminoso envolveria manipulação e vazamento de investigações policiais, venda de proteção a integrantes do PCC, além de lavagem de di- nheiro para a organização criminosa. Todos os alvos da Operação Tacitus teriam sido delatados por Gritzbach, por envolvimento em corrupção. O delegado detido é Fábio Baena Martin, juntamente com os investigadores Eduardo Lopes Monteiro, Rogério de Almeida Felício, Marcelo Ruggieri, Marcelo Bombom e mais três pessoas. Um policial, Rogério de Almeida Felício, ainda está foragido. Os demais presos são Ademir Pereira Andrade, Ahmed Hassan e Robinson Granger de Moura. A defesa do delegado Baena considerou a prisão abusiva, mas disse que só se pronunciará após ter acesso aos autos do processo. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que a Corregedoria da Polícia Civil está acompanhando a operação e que colabora tanto com a Polícia Federal quanto com o Ministério Público. Conforme o Ministério Público, “os investigados, de acordo com suas condutas, vão responder pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva e ocultação de capitais, cujas penas somadas podem alcançar 30 anos de reclusão”. ■ OPERAÇÃO Ação da PF prende delegado envolvido em execução de delator do PCC E m maio de 2023, Aline, de 6 anos de idade, começou a apre- sentar sintomas gripais e então foi levada pelos pais para ser atendida na unidade de saúde da sua cidade. A família voltou para casa com a receita de um xarope e a recomendação de deixar a menina em repouso por alguns dias, até que os sintomas melhorassem. Como não teve melhora no quadro clínico, a menina voltou à unidade, e recebeu a mesma orientação. No dia seguinte, os sintomas pio- raram e ela começou a apresentar di- ficuldade respiratória e precisou ser levada para o hospital de uma cidade próxima, onde exames constataram infecção por H1N1 e o comprometi- mento da atividade pulmonar. A me- nina, então, teve que ser transferida para o hospital de uma cidade maior, comUTI pediátrica, mas acabou mor- rendo no mesmo dia. Aline era uma criança quilombola, moradora da comunidade Vila Miloca, no município gaúcho de Lagoão, a cerca de 250 quilômetros de Porto Alegre. O desfecho trágico do caso é um exemplo extremo do que pode ocorrer diante das dificuldades de acesso à saúde, comuns a comunidades quilombolas de todo o país. O advogado Arilson Jesus repre- senta a família da criança em ações que buscam reparação na Justiça. Ele também é quilombola, criado na mes- ma Vila Miloca, e hoje faz parte de uma rede de advogados quilombolas que têm se articulado para defender os direitos dessas comunidades. "A minha comunidade não tem unidade de saúde própria. Se tem al- guém se sentindo mal, tem que ir até o posto de saúde da cidade de Lagoão. Se chegar lá e precisar de um espe- cialista, tem que fazer um trajeto que dá mais de 100 quilômetros", explica. Região Norte Apesar de viver do outro lado do país, Hilário Moraes conhece bem essa realidade. Ele é uma liderança da comunidade do Caldeirão, na Ilha do Marajó, no Pará, que hoje conta com uma unidade de saúde, com funcio- namento durante a semana, em horário comercial. Mas não é assim em todas as 19 localidades quilombolas do ter- ritório de Salvaterra, no Pará. ■ DIFICULDADES QUILOMBOLAS REIVINDICAM POLÍTICAS ESPECÍFICAS DE SAÚDE V Foto/ Arquivo pessoal

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