Diário do Amapá - 19/12/2024

FALECOM0COMERCIAL E-mail: comercial.da@bol.com.br site: www.diariodoamapa.com twitter: @diariodoamapa Instagram: @diariodoamapa | ECONOMIA | DIÁRIO DO AMAPÁ 7 ECONOMIA QUINTA-FEIRA | 19 DE DEZEMBRO DE 2024 O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revisou a projeção de crescimentodoProduto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 3,3% para 3,5% em2024. Para 2025, a estimativa foimantida em 2,4%. A projeção do PIB para o próximo ano manteve-se inalterada por causa dos níveis de incertezanas previsões, que estãobastante elevados no momento. “A expectativa de que a economia encerrará o ano com um crescimento superior ao esperado previa- mente pode compensar a piora verificada no balanço de riscos”, diz o Ipea. Pela ótica da produção, o instituto prevê uma alta de 0,5% para o setor de serviços, na comparação dessazonalizada, comcres- cimento de 3,6% interanual. Mesmo como ritmo moderado, o Ipea espera que os ser- viços continuem como um dos principais motores de crescimentodoPIB, acumulando altas de 3,7% e 2,4% para 2024 e 2025, res- pectivamente. Aprevisão para a indústria é de avanço de 0,3%, com alta de 2,6% em relação ao quarto trimestre de 2023. Espera-se que o PIB industrial registre uma expansão de 3,3%em2024, emumcontexto de estoques ajustados e como nível de utilização da ca- pacidade instalada operando acima de sua média histórica. Sob o efeito do ciclo de aumento das taxas de juros iniciado em se- tembro, o Ipea estima um desempenho mais modesto em 2025, com crescimento acumulado de 2,3%. Em relação à produção agrícola, com base nas projeções para o resultado da la- voura em 2024, divulgadas pelo Levanta- mento Sistemático da Produção Agrícola, do Instituto Brasileiro de Geografia e Esta- tística (IBGE), osmodelos do Ipea apontam paraumaquedade 2,6%doPIBagropecuário no acumulado do ano e um crescimento projetado de 2,5% para 2025. Do lado da despesa, o Ipea prevê bom desempenho da formação bruta de capital fixo (FBCF) no quarto trimestre de 2024, com crescimento de 0,8% na série dessa- zonalizada, resultado compatível coma alta de 9,8% comparação interanual. Para 2024 e 2025, o Ipea estima aumentos de 7,4% e 3,6%, respectivamente. O consumo de bens e serviços deve continuar crescendo, embora com menos folga no orçamento das famílias, em função de umcenário de inflaçãomenos favorável, expectativa demenor impulsofiscal e crédito mais caro devido à políticamonetária con- tracionista, diz o Ipea. Com isso, a projeção de crescimento do consumo é de 0,2% com ajuste sazonal e de 5,1% sobre o mesmo trimestre de 2023. Para 2024, após um desempenho que superou as expectativas dos pesquisadores, o Ipea revisou o resultado acumulado para 5,1%. No entanto, com uma taxa de juros projetada para o fim de 2025 superior à anteriormente estimada, o consumo de bens e serviços tende a desacelerar, avan- çando apenas 2,6% em 2025. O consumo do governo deve crescer 0,9%, comaltade 1,5%emtermos interanuais no quarto trimestre. No acumulado do ano, o Ipea prevê aumentos de 2% e 2,2% para 2024 e 2025, respectivamente. ■ ESTIMATIVA O governo federal anunciou nesta quarta-feira (18) a inclusão de 393 blocos de cinco campos de petróleo e gás natural no sistema de Oferta Perma- nente de Concessão da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Por meio desse sistema, empresas interessadas em explorar e produzir petróleo e gás podem elaborar estudos e preparar lances para arrematar as áreas para suas atividades. A divulgação foi feita pelo Ministério de Minas e Energia, que assinou cinco novas manifestações con- juntas com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) para a disponibilização dessas áreas na oferta permanente. ■ ANP Governo inclui 393 novos blocos de petróleo na oferta de concessão ● IPEA PROJETA CRESCIMENTO DE 3,5% DO PIB NESTE ANO A pós recordes sucessivos de fecha- mento, o dólar deverá se acomodar em breve, disse nesta quarta-feira (18) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ressaltando o caráter flutuante do câmbio, o ministro não descartou que um ataque especulativo esteja por trás da desvalorização recente do real. “Nós temos um câmbio flutuante e, neste momento em que as coisas estão pendentes, tem um clima de incerteza que faz o câmbio flutuar. Mas eu acredito que ele vai se acomodar”, disse Haddad ao sair do ministério para uma reunião com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Por volta das 15h, a moeda nor- te-americana estava cotada a R$ 6,20. Segundo Haddad, as principais insti- tuições financeiras têm estimativas me- lhores para a economia que as dos ope- radores de mercado. “Até aqui, nas con- versas com as grandes instituições, as previsões são melhores do que os espe- culadores estão fazendo. Mas, enfim, o câmbio flutua”, acrescentou o ministro. O ministro lembrou que o Banco Central tem intervindo para vender dólares e que o Tesouro Nacional suspendeu os leilões tradicionais de títulos da dívida pública para fazer leilões de troca e re- compra de papéis até sexta-feira (20). Ele não descartou a possibilidade de ataque especulativo coordenado, diante dos juros recordes nomercado futuro e da disparada do dólar. “Há contatos conosco falando em es- peculação, inclusive jornalistas respeitáveis falando nisso. Prefiro trabalhar com os fundamentos mostrando a consistência do que estamos fazendo. Pode estar ha- vendo [especulação], mas não estou aqui querendo fazer juízo sobre isso. Esses movimentos mais especulativos são coi- bidos com intervenção do Tesouro e do Banco Central”, declarou. Pacote fiscal Sobre a votação do pacote de corte de gastos obrigatórios no Congresso, Had- dad discutiu comPacheco a possibilidade de o Senado aprovar as medidas na sex- ta-feira (20), caso a Câmara conclua a votação apenas nesta quinta (19). O mi- nistro disse estar confiante namanutenção de quase todas as propostas enviadas pelo governo e alegou que as mudanças do Congresso não terão grande impacto. “Não são de grande monta [as desi- dratações]. Estamos confiantes de que não vai haver desidratação pelas conversas mantidas nesses dias de segunda para cá. Passamos três dias conversando com todo mundo, há aqui ou ali uma resistência ou outra, mas a princípio, eu acredito que a escala da contenção de gastos será man- tida”, ressaltou. Oministro não descartou a possibili- dade de novas medidas de corte de gastos em 2025. “Nunca falei que isso [os cortes de gastos obrigatórios] é um trabalho que se encerra. Não se encerra. Vamos acom- panhá-lo, fazer uma avaliação do que foi aprovado, nós temos também a questão da desoneração da folha que tem uma pendência no Supremo que nós vamos resolver”, afirmou Haddad. ■ HADDAD DIZ QUE CÂMBIO É FLUTUANTE E QUE O DÓLAR VAI SE ACOMODAR DESVALORIZAÇÃO V Foto/ Paulo Pinto/Agência Brasil

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