Diário do Amapá - 05 e 06/10/2025

Modalidade de crédito que permite ao pagador dividir um Pix em parcelas, mesmo sem limite no cartão de crédito, o Pix Parcelado só terá a regulação publicada na última semana de outubro, informou nesta sexta-feira (3) o Banco Central (BC). Prevista para ser lançada em se- tembro, a nova ferramenta foi adiada. Segundo oBC, a primeira etapa da regulação padronizará a definição do produto, para melhorar a experiência dos usuários. As soluções privadas de oferta de crédito ou par- celamento de pagamento vinculadas à realização de umPix, amplamente ofertadas pelas instituições financeiras, poderão continuar a vigorar, desde que não afrontem a regulação. No início de dezembro, oBCdetalhará os procedimentos operacionais e a padronização da experiência do usuário, tanto na contratação da operação de crédito associada à transação de pagamento quanto no pagamento das parcelas da operação. Após a publicação, haverá um prazo para que as instituições financeiras e de pagamento adequem-se às regras estabelecidas pelo BC. O BC oficializou o adiamento do Pix Parcelado e informou o novo cronograma das regulações na reunião do Fórum Pix. Comitê consultivo permanente com cerca de 300 participantes do sistema financeiro e da sociedade civil, o FórumPix tem como objetivo subsidiar o BC na definição das regras e dos procedimentos que disciplinam o funcio- namento do sistema de transferências instantâneas. Bloqueio de chaves O BC também informou que a partir deste sábado (4) bloqueará as chaves Pix marcadas pelas instituições partici- pantes como utilizadas para golpes e fraudes. Segundo o BC, esse é mais ummecanismo para fortalecer a segurança da ferramenta. ■ ADIAMENTO BC publicará regulação do Pix Parcelado na última semana do mês ● RECUPERAÇÃO Toyota anuncia retomada de produção no Brasil a partir de novembro A Toyota do Brasil informou nesta sexta-feira (3) que irá retomar, gradualmente, a produção de veículos no país a partir de 3 de novembro, nas fábricas de Sorocaba e Indaiatuba, emSão Paulo. A terceira unidade damontadora no Brasil, em Porto Feliz, também em São Paulo, onde eram fabricados os motores da marca, ainda não temprazo para voltar a funcionar. As três plantas da montadora no Brasil estavam com a produção paralisada desde que um vendaval destruiu par- cialmente a fábrica de Porto Feliz, em 22 de setembro. “A retomada ocorrerá commotores e peças importados de outras unidades no exterior. Nesta primeira etapa, a Toyota do Brasil produzirá as versões híbridas dos modelos Corolla e Corolla Cross, tanto para os mercados doméstico quanto de exportação, sendo que o plano de produção para novembro e dezembro contempla a recuperação do volume de veículos híbridos não produzidos entre 23 de setembro e 31 de outubro”, disse a montadora, em comunicado. Com a volta da produção nas fábricas de Sorocaba e Indaiatuba, amontadora decidiu que a suspensão temporária de contrato de trabalho (lay-off) será aplicada somente aos trabalhadores de Porto Feliz. Os de Sorocaba e Indaiatuba deverão retornar ao trabalho no dia 21 de outubro, após o término das férias emergenciais. Segundo a Toyota do Brasil, somente em janeiro de 2026 será retomada a produção de veículos com motores convencionais, tanto para omercado brasileiro quanto para exportação, abrangendo os da linha de produção atual – Corolla e Corolla Cross, além do Yaris Hatch, feito exclusi- vamente para exportação. Ainda não há data prevista para o lançamento do novo modelo Yaris Cross, informou a Toyota. ■ ● FALECOM0COMERCIAL E-mail: comercial.da@bol.com.br site: www.diariodoamapa.com twitter: @diariodoamapa Instagram: @diariodoamapa ECONOMIA | ECONOMIA | DIÁRIO DO AMAPÁ 7 DOMINGO E SEGUNDA-FEIRA | 05 E 06 DE OUTUBRO DE 2025 E specialistas e representantes do setor produtivo, incluindo os trabalhadores, classificamcomo avanço a aprovação, por parte da Câmara dos Deputados, do projeto de lei que isenta de cobrança de imposto de renda (IR) quem recebe até R$ 5 mil e reduz o valor cobrado dos em- pregados que têm salários de até R$ 7.350. A Agência Brasil consultou econo- mistas e entidades empresariais e traba- lhistas sobre o Projeto de Lei (PL) 1087/25, que segue para o Senado depois de ter sido aprovado por unanimidade na noite de quarta-feira (1º). Se todo o trâmite for concluído ainda este ano, com aprovação no Senado e sanção presidencial, o alívio no contracheque os trabalhadores vai vi- gorar já a partir de janeiro de 2026. “A aprovação foi histórica e mostra que o tema da tributação mobiliza a so- ciedade e temespaço político para avançar commais propostas”, avalia o economista Pedro Rossi, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). “Foi umpasso gigantesco, uma vitória muito grande da classe trabalhadora”, co- memora o presidente nacional da (Central Única dos Trabalhadores) CUT, Sérgio Nobre. Justiça tributária O economista da Unicamp Luiz Gon- zaga de Mello Belluzzo destaca que, além da questão arrecadatória, os sistemas de cobrança de impostos têm a função de atuar na distribuição de renda. “[A aprovação] Assinala o caráter dis- tributivo do sistema tributário”, diz à Agên- cia Brasil. “Opropósito principal é interferir na distribuição de renda, que, se deixada à própria sorte, vai ampliar a desigualdade”, avalia. Belluzzo, que temna carreira passagem por instituições públicas, privadas e por governos, aponta que outro efeito da isen- ção será sentido na economia. “Necessariamente, você vai ter um impulso para o crescimento da economia”, afirma. Para ele, alémde aumento do con- sumo, o país deve experimentar expansão de investimentos, o que mitigará efeitos inflacionários. “Investimentos propiciam avanço na capacidade de produção”, completa. Dessa forma, a maior demanda por produtos seria acompanhada por aumento da pro- dução, sem pressionar os preços para cima. Respiro no bolso O pesquisador Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Pedro Hum- berto de Carvalho calcula que a classe média baixa deve ter respiro mensal de R$ 350 a R$ 550, emmédia. “Um impacto que poderá ser gasto ─ essa folga no orçamento ─ com alimen- tação e serviços. Vai beneficiar positiva- mente a economia”. Apesar disso, Carvalho reconhece que pode haver um impacto na inflação do setor de serviços. “Aumento de renda da classe média aumenta o consumo por ser- viços e, portanto, deve ter um impacto in- flacionário”. Pela medida, quem ganha R$ 5 mil, por exemplo, terá um refresco mensal de R$ 312,89 (ou R$ 4.067 ao ano). Salários acima de R$ 5 mil até R$ 7.350 terão descontos proporcionais na parcela cobrada. Por exemplo, um em- pregado com remuneração de R$ 6,5 mil sentirá alíviomensal de R$ 113,18, segundo tabela elaborada pela empresa de conta- bilidade Confirp. Atualmente, a tabela do IR prevê isen- ção apenas para quemganha até R$ 3.036. De acordo com a Câmara dos Deputados, a isenção e redução de cobrança devem beneficiar diretamente 15,5 milhões de pessoas e levar a uma renúncia fiscal (im- posto que não será arrecadado) de R$ 25,4 bilhões, cerca de 10% dos quase R$ 227 bilhões arrecadados com o tributo. ■ ECONOMISTAS E SETOR PRODUTIVO VEEM AVANÇOS COM PL DA ISENÇÃO DE IR REDUÇÃO DA DESIGUALDADE V Foto/ Marcello Casal JrAgência Brasil

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