Diário do Amapá - 08/10/2025
A Confederação Nacional das Indústrias (CNI) avaliou como “avanço concreto” a conversa entre o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e o dos Estados Unidos, Donald Trump, que ocorreu nesta segunda-feira (6), por videoconferência. Segundo o presidente da CNI, Ricardo Alban, o encontro virtual reforça “o respeito mútuo e a relação entre os dois países”. "Para a indústria, é muito relevante esse avanço das tratativas. Desde o início, nós defendemos o diálogo, pautado pelo respeito e pela significância desta parceria bicentenária. Vamos acompanhar e contribuir com o que for possível." De acordo com a confederação, Lula pediu a Trump a revogação da tarifa adicional sobre os produtos bra- sileiros. Segundo a CNI, caso a demanda seja aceita pelos Estados Unidos, seria aberto espaço para isentar US$ 7,8 bilhões em exportações brasileiras aos EUA. “O que está em jogo não é um ganho extra para o Brasil, mas a recuperação de espaço comercial. A pos- sibilidade de integrar o anexo [Potential Tariff Adjus- tments for Aligned Partners] significa devolver previ- sibilidade e competitividade às nossas exportações, corrigindo distorções que afetam diretamente a indústria e o emprego no país”, afirmou Alban. O anexo Potential Tariff Adjustments for Aligned Partners (potencial ajuste tarifário para parceiros aliados, em tradução livre) foi apresentado pela Ordem Executiva dos EUA nº 14.346, em 05 de setembro, e prevê possíveis isenções tarifárias para 1.908 produtos, condicionadas a compromissos emmatéria de comércio e segurança. De acordo com a análise da CNI, o anexo abrange 18,4% do que foi exportado pelo Brasil ao mercado estadunidense em 2024. Esse percentual se somaria aos 26,2% já isentos de tarifas adicionais. Café, cacau, frutas e produtos me- tálicos estão entre os itens que podem ser beneficia- dos. ■ TARIFAÇO Conversa entre Lula e Trump é "avanço concreto", avalia CNI ● FALECOM0COMERCIAL E-mail: comercial.da@bol.com.br site: www.diariodoamapa.com twitter: @diariodoamapa Instagram: @diariodoamapa ECONOMIA | ECONOMIA | DIÁRIO DO AMAPÁ 7 QUARTA-FEIRA | 08 DE OUTUBRO DE 2025 A economia brasileira deve crescer 2,4% este ano, acima da média da América Latina e Caribe (2,3%). A projeção é doBancoMundial, que divulgou nesta terça-feira (7) mais uma edição do relatório econômico para a região. Os economistas do Banco Mundial preveem as seguintes expansões para o Produto Interno Bruto (PIB – conjunto de bens e serviços produzidos) brasileiro: Ano Projeção de crescimento do PIB 2025 2,4% 2026 2,2% 2027 2,3% As projeções são asmesmas do relatório de junho deste ano. As estimativas ficam acima tanto das do Banco Central (BC) brasileiro, quanto do mercado financeiro aqui no país. O Relatório de Política Monetária do BC, divulgado no último dia 25, aponta crescimento de 2% em 2025 e de 1,5% no ano que vem. Já o Boletim Focus, pesquisa do BC com instituições financeiras, divulgado nesta segunda-feira (6), prevê alta do PIB de 2,16% em 2025 e de 1,8% em 2026. No ano passado, o PIB brasileiro teve expansão de 3,4%. OMinistério da Fazenda temprojeções mais otimistas, com alta de 2,3% em 2025 e de 2,4% em 2026, de acordo com o BoletimMacroFiscal de setembro. Orelatório do BancoMundial não traz justificativas específicas para a projeção de todos os países, apenas para a região da América Latina e Caribe como um todo. América Latina e Caribe OBancoMundial é uma instituição fi- nanceira internacional, formada por 189 países. A instituição faz parte do sistema das Nações Unidas e fica sediada na capital dos Estados Unidos, Washington. O banco multilateral tem como papel conceder empréstimos a países em desen- volvimento para financiar projetos de in- fraestrutura, saúde, educação e outras áreas. Para os 29 países da América Latina e Caribe, oBancoMundial prevê crescimento de 2,3% em2025 e 2,5%no ano seguinte. A estimativa de 2025 é a mesma do relatório de junho. Já a de 2026 fica 0,1 ponto per- centual acima. Em 2024, América Latina e Caribe cresceram 2,2%, assinala o Banco Mundial. Ao separar as projeções por países, a Guiana se destaca, com11,8%de expansão do PIB este ano e crescimentos superiores a 20% nos anos seguintes: 22,4% em 2026 e 24%em2027. Aexplicação está nopujante setor petrolífero. Recentemente aGuianamergulhou na exploração de petróleo na Margem Equa- torial, região geográfica próxima à Linha do Equador, também desejada pela Petro- bras. Depois daGuiana, omaior crescimento previsto é da Argentina, 4,6% em 2025 e 4% no ano que vem. Apesar do destaque, a projeção é umrecuo emrelação ao relatório de junho (5,5% em 2025, 4,5% em 2026). “A Argentina continua apresentando uma recuperação econômica notável após dois anos consecutivos de contração, embora desafios profundos ainda persistam”, res- saltam os economistas. Os piores números são da Bolívia, com previsão de três anos de queda no PIB, sendo -0,5% este ano, -1,1% em 2026 e - 1,5% em 2027. Razões para a região De acordo com o Banco Mundial, a América Latina e o Caribe têm o ritmo mais lento entre as regiões globais. Entre as explicações, os especialistas da instituição apontam questões externas e internas. ■ PAÍS CRESCERÁ 2,4% EM 2025, ACIMA DA AMÉRICA LATINA, DIZ BANCO MUNDIAL PROJEÇÃO V Foto/ Marcello Casal JrAgência Brasil
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