Diário do Amapá - 09/10/2025
Sisal baiano O ministro do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, se reuniu com prefeitos dos Consórcios da Região do Sisal da Bahia para debater investimentos e pesquisas com novas tecnologias, e a adoção de maquinário eficiente para a produção do sisal. A intenção é utilizar a planta para a produção de ração animal e biogás. As propostas levadas pelos prefeitos serão discutidas com o MDA, o Estado e a Embrapa. Contas & Motivação Um estudo realizado pelo Serasa, em parceria com a Opinion Box e com a Fully Ecosystem, revela que 50% dos funcionários trabalham pensando apenas nas contas e 30% sentem falta de motivação. Entre os entrevistados, 46% também afirmam existir um preconceito contra problemas de saúde mental no ambiente de trabalho. Aposta do Governo O chanceler Mauro Vieira é a aposta do presidente Lula da Silva no diálogo com Marco Rubio, Secretário de Estado dos Estados Unidos, escalado por Donald Trump para tocar as negociações sobre o tarifaço. Espera-se que o ministro autorize os diplomatas brasileiros de Washington a conversarem com a administração do presidente Trump. Desde as eleições no país, a recomendação é evitar interação com os republicanos. Reparação histórica O Governo vai receber, no próximo dia 21, a proposta elaborada pelo movimento indígena para implementar a Comissão Nacional Indígena da Verdade. O objetivo da Comissão é apurar violações e violências contra os povos indígenas, principalmente em casos ocorridos durante a ditadura militar. São aguardadas as ministras Sonia Guajajara (Povos Indígenas) e Marina Silva (Meio Ambiente). Mapa do risco A Comissão de Segurança Pública do Senado aprovou um PL que cria regras para a identificação de áreas de alto risco de crimes em aplicativos de navegação e mapas. O tema gerou grande debate entre a proteção de turistas e motoristas de aplicativos e a possível dificuldade de acesso da população mais vulnerável ao serviço. O projeto é de relatoria do senador Hamilton Mourão (REP-RS). Rumo ao Paraguai E o êxodo de empresas brasileiras para o Paraguai não para. Marcas como a Lupo, Riachuelo, Vale, Estrela e a têxtil Fiasul optaram pelo país hermano para instalar novas fábricas, atrás de energia muito mais barata, mão de obra ampla, pouca burocracia e imposto único de até 15% sobre operações. A Fiasul é a mais recente, com investimentos de US$ 3 milhões que podem chegar a US$ 30 milhões. Outra empresa brasileira, a Efisa, também está de mudança para o país vizinho. Vai inaugurar uma planta para a produção de embalagens e paletes com investimento inicial de US$ 9 milhões, no 2º semestre de 2026. O Brasil tem deixado de explorar o potencial de seus sistemas alimentares para reduzir emissões de gases do efeito estufa e fortalecer a transição eco- lógica. É o que revela o Índice de Avaliação dos Sistemas Alimentares nas NDCs (Food Systems NDC Scorecard), divulgado por uma coalizão internacional de instituições que analisou como alimentação e agricultura estão inseridas nas metas climáticas dos países. O estudo mostra que o Brasil obteve nota 6 em 12 pontos possíveis, indicando baixo aproveitamento das po- líticas de alimentação e agricultura para cumprir sua Con- tribuição Nacionalmente Determinada (NDC) – compro- misso assumido no Acordo de Paris em 2015. Em 2021, os sistemas alimentares responderam por 73,7% das emissões nacionais. A informação consta no Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG). Entre as falhas apontadas estão a ausência de medidas de incentivo a dietas sustentáveis e a previsão de expansão da pecuária industrial, apesar de seu impacto climático. O estudo lembra que o país dispõe de um guia alimentar re- conhecido internacionalmente, que poderia servir de base para integrar políticas de nutrição e clima. “O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU deixa claro que, mesmo que as emissões de combustíveis fósseis fossem eliminadas imediatamente, as emissões do sistema alimentar por si só comprometeriam a concretização da meta de 1,5ºC e ameaçariam a meta de 2ºC. O IPCC também enfatiza a importância da alimentação saudável e sustentável rica em vegetais, mas há uma omissão enorme em relação às medidas para mudanças na dieta. Apesar de o Brasil possuir um guia alimentar de re- ferência, o país não está aproveitando esse caminho para promover dietas mais sustentáveis e integrando com as políticas climáticas”, diz Cristina Mendonça, diretora exe- cutiva da Mercy For Animals no Brasil, uma organização não governamental sem fins lucrativos. ■ BAIXO APROVEITAMENTO Estudo avalia que país ignora sistemas alimentares na agenda climática O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta quarta-feira (8), ao participar da 6ª Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Am- biente, que levará aos chefes de Estado na conferência do clima os compromissos das crianças e adolescentes coma proteção ao meio ambiente. Lula parabenizou o protagonismo dos estudantes e defendeu que a educação para o clima deve ser sis- tematizada nas escolas. “[Temos que] fazer com que a edu- cação do clima não seja uma coisa even- tual, que ela faça parte do nosso dia a dia, que ela faça parte da nossa cultura sistematizada. Isso aqui é um exemplo”, disse no evento, na cidade de Luziânia, emGoiás, no entorno do Distrito Federal. A conferência vai até 10 de outubro. Este ano, a conferência discute edu- cação e justiça climática e faz parte do movimento de preparação do país para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que ocorre emnovembro, emBelém, no Pará. O ponto de vista das crianças e dos ado- lescentes será levado ao Balanço Ético Global (BEG), espaço de engajamento social da COP30. “Vocês estão fazendo uma pequena revolução nesse país”, disse Lula sobre a carta entregue a ele pelos estudantes. “Nós vamos ter a reunião dos chefes de Estado na cidade de Belém, e eu quero entregar uma carta dessa para cada pre- sidente de país estrangeiro que chegar aqui no Brasil. Eu quero que eles saibam o grau de maturidade política do nosso jovem”, se comprometeu o presidente. A carta contém os compromissos construídos coletivamente durante a con- ferência. Entres eles estão: “Assumimos que não existem pro- blemas ambientais, mas sim apenas sin- tomas ambientais dos problemas causados pelos seres humanos”; “Por isso, nos comprometemos a apoiar a luta e resistência de povos indí- genas, comunidades quilombolas, agri- cultores familiares, pois são essenciais, para qualquer transformação social e am- biental, as suas tecnologias ancestrais”; “Proteger as pessoas e toda a vida do planeta com equidade, igualdade e in- clusão. Justiça climática não é só sobre o meio ambiente ou o clima”; “Ampliar a nossa capacidade de pre- venção de riscos, assumindo que a cons- ciência das diferentes vulnerabilidades nos torna mais humanos, verdadeiros e potentes para lidar com os impactos dos desastres climáticos”; “Resistir a um sistema que força as pessoas a competirem por poder e di- nheiro gerando desigualdades e precon- ceitos, como o racismo, a homofobia, a exclusão, a intolerância religiosa, o racismo ambiental, entre outras diversas formas de discriminação”. O presidente ainda destacou a im- portância de criar incentivos e facilidades, inclusive por parte do governo, para que os jovens conheçam as riquezas naturais do Brasil. ■ CONFERÊNCIA LULA LEVARÁ COMPROMISSOS AMBIENTAIS DE JOVENS PARA A COP30 V Foto/ Ricardo Stuckert / PR ESPLANADA |OPINIÃO | DIÁRIO DO AMAPÁ QUINTA-FEIRA | 09 DE OUTUBRO DE 2025 5 ComWalmor Parente (DF), BethPaiva (RJ) eHenrique Barbosa (PE) E-mail: reportagem@colunaesplanada.com.br LEANDRO MAZZINI PODER , POLÍTICAEMERCADO
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