Diário do Amapá - 19 e 20/10/2025
As pessoas que trabalhavam por meio de aplicativo em 2024 tiveram rendimento médio mensal de R$ 2.996. O valor é 4,2% superior à renda de trabalhadores que não atuavam por meio de plataformas (R$ 2.875). Essa diferença, no entanto, já foi maior. Em 2022, o ren- dimento dos trabalhadores por plataformas superava o dos demais ocupados em 9,4%. Aconstatação fazpartedeummódulo sobre trabalhadores por aplicativos da Pesquisa Nacional por Amostra de Do- micílios (Pnad) Contínua, divulgado nesta sexta-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Se por um lado o rendimento desses trabalhadores estava acima da média, por outro, os dados mostram que eles trabalhavammais horas. O levantamento aponta que os trabalhadores com ocu- pação por meio dos populares apps – chamados pelo IBGE de plataformizados – apresentaram jornada de 44,8 horas semanais; enquanto os não plataformizados, 39,3 horas, em 2024. Dessa forma, o IBGE constatou que a despeito de terem rendamaior, esses trabalhadores recebiamR$ 15,4 por hora. Ovalor é 8,3% inferior aos nãoplataformizados (R$ 16,8/hora). Aplicativos O levantamento do IBGE coletou informações de pessoas de 14 anos de idade ou mais ocupadas que lidam com: aplicativos de táxi; de transporte particular de passageiros, como Uber e 99; de entrega de comida, produtos, como Rappi e iFood; de prestação de serviços gerais ou profissionais, que inclui profissões comodesigners, tradutores e até telemedicina, quando o médico usa a plataforma digital para captar pacientes e realizar consultas, por exemplo. ■ RENDIMENTO Trabalhador por aplicativo ganha mais, porém tem jornadas mais longas ● CRÉDITO BNDES vai liberar R$ 12 bi para produtores rurais com perdas de safra Com orçamento de R$ 12 bilhões, o Banco Na- cional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) abriu, nessa quinta-feira (16), protocolo para receber pedidos de crédito no âmbito do Programa BNDES para Liquidação de Dívidas Rurais. A finalidade é auxiliar a retomada da capacidade econômica e apoiar a recuperação dos produtores agropecuários que registraram perdas significativas de safra. As operações poderão ser feitas por meio da rede de instituições financeiras parceiras credenciadas no BNDES. O financiamento terá prazo de até nove anos, incluindo um de carência. O programa vai apoiar pro- dutores rurais, associações, condomínios rurais e coo- perativas agrícolas localizados em municípios que, entre 2020 e 2024, tiveram declaração de estado de calamidade pública ou de situação de emergência re- conhecidas pelo governo federal, em decorrência de eventos climáticos adversos. ■ ● FALECOM0COMERCIAL E-mail: comercial.da@bol.com.br site: www.diariodoamapa.com twitter: @diariodoamapa Instagram: @diariodoamapa ECONOMIA | ECONOMIA | DIÁRIO DO AMAPÁ 7 DOMINGO E SEGUNDA-FEIRA | 19 E 20 DE OUTUBRO DE 2025 A Petrobras assinou contrato para o fornecimento de 6 milhões de barris de petróleo à Índia ao longo de um ano, anunciou nesta quin- ta-feira (16) o vice-presidente Geraldo Alckmin, que lidera a delegação brasi- leira em visita oficial à capital indiana. O acordo faz parte de uma agenda mais ampla de fortalecimento das re- lações comerciais e energéticas entre os dois países. Segundo Alckmin, a estatal também lançará 18 blocos offshore para explo- ração de petróleo nas bacias de Santos e Campos. “É recorde. São 18 blocos no ano que vem e um número ainda maior em terra”, afirmou. O acerto ocorre emmeio à pressão dos Estados Unidos sobre a Índia, que sofre tarifas de até 50% em razão de sua compra de petróleo russo. Apesar disso, o país asiático mantém forte de- pendência da Rússia, que responde por mais de um terço de seu consumo energético. A parceria com o Brasil surge como uma alternativa diplomática e estraté- gica para Nova Déli diversificar forne- cedores. Preferências tarifárias Durante a missão, Brasil e Índia também definiram um cronograma para ampliar o Acordo de Comércio Preferencial Mercosul–Índia, hoje con- siderado restrito. O governo brasileiro quer elevar o comércio bilateral para US$ 15 bilhões em 2025 e US$ 20 bi- lhões até 2026. O tratado atual cobre apenas 450 categorias de produtos e prevê reduções tarifárias modestas, entre 10% e 20%. A proposta em discussão busca ampliar o número de produtos beneficiados e aprofundar as preferências comerciais. “Temos um acordo de preferência tarifária que cobre poucas linhas. Po- demos ampliar e aprofundar para au- mentar nossa competitividade”, afirmou Alckmin. Para a diretora de negócios da ApexBrasil, Ana Repezza, a revisão do tratado é prioridade diante das tensões internacionais. “A ampliação tornou- se prioridade estratégica, especialmente após as tensões com os Estados Unidos”, disse. Cooperação empresarial e setorial A missão brasileira reuniu repre- sentantes de 20 setores, incluindo agro- negócio, tecnologia, energia e saúde. As conversas abordaram a redução de tarifas e o acesso ao mercado indiano, além de medidas para facilitar negócios, como o visto eletrônico para empresá- rios indianos e parcerias na área far- macêutica. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, deve chegar a Nova Déli nesta sexta-feira (17) para aprofundar as ne- gociações na área. As iniciativas reforçam a aproxi- mação entre Brasil e Índia em ummo- mento de reconfiguração geopolítica global, com os dois países buscando ampliar sua presença no comércio in- ternacional e consolidar-se como atores centrais do Sul Global. ■ BRASIL VENDERÁ 6 MILHÕES DE BARRIS DE PETRÓLEO À ÍNDIA, DIZ ALCKMIN OPORTUNIDADES COMERCIAIS V Foto/ Tânia Rêgo/Agência Brasil
RkJQdWJsaXNoZXIy NDAzNzc=