Diário do Amapá - 22/10/2025

| OPINIÃO | DIÁRIO DO AMAPÁ QUARTA-FEIRA | 22 DE OUTUBRO DE 2025 2 LUIZ MELO Diretor Superintendente ZIULANA MELO Diretora de Jornalismo Circulação simultânea em Macapá, Belém, Brasília e em todos os municípios do Amapá. Os conceitos emitidos em artigos e colunas são de responsabilidade dos seus autores e nem sempre refletem a opinião deste Jornal. Suas publicações são com o propósito de estimular o debate dos problemas amapaenses e do país. O Diário do Amapá busca levantar e fomentar debates que visem a solução dos problemas amapaenses e brasileiros, e também refletir as diversas tendências do pensamento das sociedades nacional e internacional. MÁRLIO MELO Diretor Administrativo DIÁRIODECOMUNICAÇÕES LTDA. C.N.P.J: 02.401.125/0001-59 Administração, Redação e Publicidade Avenida Coriolano Jucá, 456 - Centro CEP 68900-101 Macapá (AP) - Fone: 96-3223-7690 www.diariodoamapa.com.br COMPROMISSOCOMANOTÍCIA E studei na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), na pri- meira metade dos anos 1980. A Biblioteca da universidade era fantástica, com toda a sorte de livros e revistas. Uma das revistas tinha um colunista que escrevia sobre Cibernética, nada a ver com braços mecânicos e assemelhados, mas sobre Teoria dos Jogos, Estatística e Teorias de Guerras, algo que nossos militares deveriam estudar e muito para não demonstrar o amadorismo que testemunhamos com muito pesar, como ultimamente na novela das Urnas Eletrôni- cas. Primeira vergonha, o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira demonstrou que seus subordinados não têm capacidade de coletar informações disponíveis em meios públicos ao solicitar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) acesso os códigos-fontes das urnas eletrônicas que estão disponíveis ao público desde outubro de 2021. Para piorar, classificou o of ício urgentíssimo. Realmente, uma desonra humilhan- te. Segunda vergonha, o ministro da Defesa sugeriu ao TSE a realização de votação paralela em cédulas de papel no dia das eleições, como forma de testar a integridade das urnas. O eleitor que vota na urna sorteada seria convidado a preencher em papel seu voto e depositar em uma urna, mas o ingênuo general do Exército, que desconhece Estatística, não entende que seu teste falharia se um eleitor não aceitasse participar ou outro que mentisse, votando di- ferente no teste. É verdade que quando os generais permitiram que os técnicos responsáveis pela guerra ele- trônica falassem, observaram que o desligamento dos sensores biométricos poderia indicar ao software malicioso que a urna pode estar em teste e desligaria a alteração dos resultados, algo que os "experts" do TSE e das universidades não pensaram. Curiosamente, quando eu e um colega do INPE da área de controle de órbita de satélites começamos a fazer um relatório para o TSE, pensamos nisso também. Não que eu seja indiferente, mas não fiquei muito surpreso com essa demonstração de des- conhecimento dos generais, afinal, eleição não é função constitucional de Força Armada e ve- mos que falharam na defesa da Pátria quando o coronavírus invadiu o Brasil e matou certamente mais de 700 mil brasileiros, incluindo o chefe da inteligência do Exército, ou seja, nossas Forças não estão preparadas para uma guerra bacteriológica. E, agora, com o Putin ameaçando a Europa e os Estados Unidos com bombas atômicas, continuamos a ver nossas Forças nada fazendo, como se não existisse uma pequena probabilidade de uma guerra nuclear acontecer. Ou seja, estamos sem um plano de contingência para a catástrofe. Os deputados e senadores têm a obrigação de cobrar desses generais planos para enfrentar uma hecatombe nuclear. Sim, é verdade que isso é assunto militar e que os estrategos da nação deveriam estar preparados. Outro assunto que é dos militares é o controle de armas nas mãos dos civis. Dias atrás, o comandante do Exército disse não saber o ta- manho do arsenal de caçadores, atiradores esportivos e colecionadores (CAC). Como? Quem colocará a Ordem para termos o Progresso neste país? ■ Não que eu seja indiferente, mas não fiquei muito surpreso com essa demonstração de desconhecimento dos generais, afinal, eleição não é função constitucional de Força Armada e vemos que falharam na defesa da Pátria quando o coronavírus invadiu o Brasil e matou certamente mais de 700 mil brasileiros. Exército para que? E-mail: mariosaturno@uol.com.br Tecnologista Sênior MARIO EUGENIO E mbora muitos avanços tenham se verificado neste século quanto ao empode- ramento feminino e combate à discriminação de gênero no ambiente empresarial, ainda há muito a caminhar na luta contra o preconceito e em favor da igualdade salarial e profissional. Perspectivas promissoras nesse sentido são apontadas no conteúdo "O poder das mulheres na empresa familiar: uma mudança geracional empropósito e influência". Trata-se de umdos textos resultantes de pesquisa realizada conjuntamente pela KPMG e o Step Project - Successful Transgenerational Entrepreneurship Practices (STEP), na qual foram entrevistadas 1.800 lideranças de empresas familiares, em 33 países da Europa, Ásia Central, América do Norte, América Latina, Caribe, Ásia, Pacífico, Oriente Médio e África. Um aspecto interessante da pesquisa é o fato de mostrar que as mulheres nas empresas familiares enfrentam os mesmos problemas verificados no contexto geral, e a maneira como vêm encaminhando soluções e mudanças pode ser um re- ferencial para transformações mais amplas em organizações de todos os portes e setores. Atualmente, 18% das lideranças de empresas familiares no mundo todo são mulheres, sendo a maior parte na Europa e Ásia Central. Ainda é grande o número de mulheres que desem- penham um papel "invisível" nos negócios familiares, trabalhando nos bastidores em funções administrativas, como assessoras e moderadoras informais ou se con- centrando exclusivamente na administração de suas fa- mílias. Elas também, emmuitos casos, seguempreteridas na sucessão do comando da empresa pelos irmãos, en- frentamdesconfianças de clientes e domercado quando ocupam posições tradicionalmente entendidas como "trabalho de homem" e muitas vezes precisam desistir do trabalho para conseguir atender os cuidados dos fi- lhos. Muitas das entrevistadas compartilharamque o pre- conceito inconsciente continua a existir sob a superf ície da sociedademoderna. E como as pessoas não conseguem vê-lo, é muito importante falar sobre o assunto. Para vencer esse problema, a pesquisa demonstra que homens e mulheres podem contribuir para o combate aos este- reótipos de gênero. Uma recomendação é que as famílias preparem todos os seus membros, desde a infância, para desen- volverem uma carreira em suas empresas. Fica muito clara a necessidade de avanços culturais ainda mais acentuados na abordagem dessa questão. Uma delas, ao que parece, já está em curso: os líderes da próxima geração escolherão cada vez mais seus sucessores com base puramente em performance e potencial. Outra boa notícia é que as gestoras de empresas fa- miliares ouvidas na pesquisa estão quebrando muitas das barreiras e redefinindo o modo como são vistas. A maioria é respeitada pelos colaboradores, clientes e fornecedores, por sua experiência, conhecimento e habilidades. Elas são portadoras dos avanços que as mulheres buscam, comuma ressalva: as empresárias jovens ainda têmumpouco de dificuldade para aumentar sua credibilidade e legitimidade para assumir papéis de liderança . Contudo, a julgar pelo desempenho das executivas, as mudanças positivas tendem a se consolidar: as empresas familiares dirigidas por CEO´s do sexo feminino geralmente têm uma abordagem distinta de transformação e menos autocracia para a liderança. Observou-se que as mulheres tendem a incentivar os indivíduos e as equipes a buscarem novos negócios, identificarem oportunidades de progressos e tomarem decisões por conta própria. Em tese, há menos conflito e mais diversidade, com reflexos diretos na performance da empresa. Um fator que tem contribuído para a redução das desigualdades e a promoção do papel feminino nas empresas familiares verifica-se no campo legal e normativo. Ótimo exemplo nesse sentido encontra-se na Índia, onde a emenda à Lei de Sucessão, em 2005, conferiu direitos de propriedade às filhas, casadas ou solteiras, e lhes concedeu direitos iguais aos dos filhos. Mandato legal subsequente levou as empresas familiares na Índia a aumentarem o número de mulheres representadas em seus conselhos, em comparação com as empresas não familiares. Pelo meio le- gislativo, portanto, venceram-se fatores culturais milenares... ■ O poder das mulheres nas empresas familiares Uma recomendação é que as famílias preparem todos os seus membros, desde a infância, para desenvolverem uma carreira em suas empresas. Fica muito clara a necessidade de avanços culturais ainda mais acentuados na abordagem dessa questão. E-mail: esantos@rodrigues-freire.com.br Sócia-líder de cultura e gestão de mudanças da KPMG PATRÍCIA MOLINO

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