Diário do Amapá - 22/10/2025
A RÁDIO O JORNAL AGORA WEBTV Luiz Melo |OPINIÃO | DIÁRIO DO AMAPÁ QUARTA-FEIRA | 22 DE OUTUBRO DE 2025 FALECOMOLUIZMELO E-mail: luizmello.da@uol.com.br Blog: www.luiz melo.blog.br Twitter: @luizmelodiario Instagram: @luizmelodiario© 2018 3 FROM P arece até piada pronta. O motorista acorda com a notícia de que o barril de petróleo caiu 40% nos últimos três anos — um dos menores preços desta década—e pensa: “Finalmente, um alívio no bolso.” Mas é só ele chegar ao posto que percebe que a matemática brasileira tem suas próprias leis da gravidade: o que desce lá fora, sobe aqui dentro. Enquanto o petróleo ronda os 60 dólares, a ga- solina no Brasil aumentou mais de 20% no mesmo período. E não, não é porque a Petrobras está rea- justando os preços. Desde junho, a estatal mantém o valor estável. O que tem mexido no bolso do consumidor é o governo — ou melhor, os gover- nos. Em 2022, o ICMS foi reduzido, uma tentativa de segurar a disparada dos combustíveis. O alívio durou pouco. Dois anos depois, os estados decidiram fixar o imposto em R$ 1,37 por litro. Agora, em 2025, subiu de novo: R$ 1,47. Some a isso o retorno da cobrança de PIS e Cofins — tributos federais que haviam sido zerados durante a pandemia — e temos uma receita perfeita para o caos: o brasileiro pagando 8% a mais que o preço internacional de referência, mesmo sem aumento no custo de pro- dução. O resultado está aí, estampado nas bombas. Gasolina a R$ 6,21 o litro, com mais de um terço desse valor sendo puro imposto. E o motorista, que já enfrentava congestionamentos, buracos e pedágios, agora encara mais um pedágio invisível — o fiscal. Não é de hoje que o Brasil transforma oportu- nidades em cobranças. Quando tudo parece cami- nhar para umcenário de alívio—queda do petróleo, estabilidade cambial, inflação sob controle —, surgemos ajustes tributários, os “reajustes técnicos”, os aumentos discretos. É o eterno sobe-e-desce que só tem uma direção: para cima. O brasileiro paga caro por um combustível que poderia ser mais barato, e o discurso oficial é sempre o mesmo: “É necessário para o equilíbrio fiscal.” Ora, equilíbrio fiscal não pode ser sinônimo de desequilíbrio social. Não há economia saudável quando o cidadão precisa escolher entre encher o tanque ou a geladeira. O brasileiro paga caro por um combustível que poderia ser mais barato, e o discurso oficial é sempre o mesmo: “É necessário para o equilíbrio fiscal.” Ora, equilíbrio fiscal não pode ser sinônimo de desequilíbrio social. Não há economia saudável quando o cidadão precisa escolher entre encher o tanque ou a geladeira. O que se vê é um jogo de empurra entre União e estados, cada um querendo garantir sua fatia do litro. E no fim, como sempre, quem fica com o pre- juízo é o motorista — e o país, que segue andando em ponto morto enquanto o mundo acelera. Talvez o problema não esteja no preço do barril, mas na falta de vergonha de quem decide quanto custa viver — e se locomover. ■ Barril do petróleo despenca e o preço na bomba sobe E-mail: gregogiojsimao@yahoo.com.br GREGÓRIOJOSÉ Jornalista/Radialista/Filósofo RAPIDINHAS NECESSÁRIO - Presidente do Tjap, desembargador Jayme Ferreira, recebeu visita institucional do secretário estadual do desenvolvimento das cidades, Luiz Carlos, para tratar de pautas em comum e reforçar cooperação entre os poderes Executivo e Judiciário estaduais. ■ DIANTEIRA - Eis que TRE Amapá é o primeiro órgão público do estado a adquirir veículos 100% elétricos. Dois desses deles começaram a circular nessa segunda-feira, 20, integrando Projeto EcoFrota, que prevê substituição gradual da frota atual por modelos elétricos e híbridos. ■ VOO - Ao vir ao Amapá, em fevereiro de 26, para inaugurar Ifap de Tartarugalzinho, PR Lula deverá arranjar tempinho para visitar navio sonda NS-42, usado como base das pesquisas de petróleo em alto- mar do estado. ■ Política Em encontro como senador Randolfe, OAB/AP propõe criação do Tribunal Regional do Trabalho do Amapá. Iniciativa já tem apoio integral da bancada do Conselho Federal, da ESA, da Caixa de Assistência e das entidades de classe da advocacia amapaense. Randolfe, por sua vez, manifestou apoio integral: “OTRT do Pará enfrenta sobrecarga expressiva de processos. O Amapá reúne requisitos técnicos, econômicos e jurídicos para a instalação de um tribunal autônomo. Apoiarei essa proposta no Senado Federal”, garantiu. s Juntos Trezentos e cinquenta e dois servidores do Grupo dos 992 adquiriram direito, através de julgamento do TRT 1ª Região, para ser transpostos para o governo federal. Lista está saindo por estes dias. Quando do anúncio da liberação da licença para prospecção de petróleo na costa do Amapá, presidente Lula e o líder de seu governo, senador Randolfe, estavam reunidos no Palácio do Planalto. Os dois vibraram com a notícia. Muito pesou, na avaliação de especialistas, a presença do senador Davi Alcolumbre na Presidência do Congresso Nacional para que ocorressem as condições necessárias ao Ibama para emitir a licença de pesquisa de petróleo no Amapá. Importância Em primeira mão, imagens da sonda da Petrobras perfurando no campo Morpho, na Margem Equatorial, perto de Oiapoque. Ummomento histórico, sem dúvida, que marca o início da pesquisa exploratória de petróleo e gás no Amapá. Mãos à obra Rápida no gatilho, cedinho da manhã desta terça-feira, 21, Petrobras já estava em alto-mar amapaense, no navio sonda NS-42, iniciando pesquisas de petróleo no Campo Morfeu, assim chamado o local das atividades, por representar um sonho da empresa e do Brasil, porémmais especialmente do Amapá. Começo Senador Randolfe não poupa palavras de elogios ao governador Clécio Luís pelo muito esforço que o gestor fez para a consecução da licença do Ibama em relação a estudos de petróleo na Margem Equatorial. “Ele foi baluarte nas articulações”, um dos elogios do parlamentar. Reconhecimento Martelo “Com a liberação da pesquisa na Margem Equatorial, damos um passo histórico para o desenvolvimento do nosso estado e decisivo para o futuro do Brasil. Que cheguem o progresso, as oportunidades, os empregos e, junto com eles, a esperança de um Amapá cada vez mais forte!”, comemoram Randolfe, Clécio e Alcolumbre. Esperança “É bom que seja assim, que tenhamos uma lei ambiental que determina o equilíbrio em relação ao meio ambiente”, reconhecimento do senador Randolfe Rodrigues ao Ibama, que às vezes parece se encher de preciosismos para licenciar obra, mas no fundo prima mesmo é pela decisão técnica. Direito Com discurso de vitória, WGóes também correu pras redes celebrando decisão da Petrobras sobre a Margem Equatorial. “Vitória do Brasil e do povo amapaense!”, disse, radiante. O entusiasmo, claro, tem endereço certo: as eleições de 2026. Viva!
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