Diário do Amapá - 25/10/2025
| OPINIÃO | DIÁRIO DO AMAPÁ SÁBADO | 25 DE OUTUBRO DE 2025 2 LUIZ MELO Diretor Superintendente ZIULANA MELO Diretora de Jornalismo Circulação simultânea em Macapá, Belém, Brasília e em todos os municípios do Amapá. Os conceitos emitidos em artigos e colunas são de responsabilidade dos seus autores e nem sempre refletem a opinião deste Jornal. Suas publicações são com o propósito de estimular o debate dos problemas amapaenses e do país. O Diário do Amapá busca levantar e fomentar debates que visem a solução dos problemas amapaenses e brasileiros, e também refletir as diversas tendências do pensamento das sociedades nacional e internacional. MÁRLIO MELO Diretor Administrativo DIÁRIODECOMUNICAÇÕES LTDA. C.N.P.J: 02.401.125/0001-59 Administração, Redação e Publicidade Avenida Coriolano Jucá, 456 - Centro CEP 68900-101 Macapá (AP) - Fone: 96-3223-7690 www.diariodoamapa.com.br COMPROMISSOCOMANOTÍCIA V i uma entrevista do Jonathan Haidt, pesquisador da Universidade de Nova York, no Star Talk do Neil deGrasse Tyson, sobre os malef ícios das redes sociais. Uma abordagem baseada principalmente em seu livro "e Anxious Generation". Haidt tornou-se conhecido pelos seus estudos sobre o impacto das redes sociais na saúde mental, no desenvolvimento infantil e na democracia. Sua análise mostra um quadro assustador, as principais plataformas de mídia social agem como um parasita do desenvolvimento normal, especialmente para adolescentes. Sua tese central é que a migração da infância do mundo f ísico para o mundo virtual, acelerada por volta de 2012, é a principal causa do colapso da saúde mental da geração Z. A crítica dele não se concentra em uma única plataforma, mas em características comuns que as tornam tóxicas. Todas as plataformas (Instagram, TikTok, Facebook, X/Twitter, etc.) operam igualmente: a busca por validação social, por likes, comentários, compartilhamentos e visualizações. Haidt identifica o Instagram como a plataforma mais danosa para a saúde mental das meninas, pois promove uma cultura de comparação social intensa. As usuárias não comparam suas vidas reais com as de outras pessoas, mas sim seus piores momentos com os melhores momentos cuidadosamente sele- cionados dos outros. Isso leva à ansiedade corporal, à baixa autoestima e à depressão. Enquanto o Instagram é a "câmara de tortura", o TikTok é o "raio da desorientação cognitiva". Seu algoritmo de recomendação é extremamente eficiente em entregar conteúdo viciante, um atrás do outro, sem um contexto social claro. Haidt preocupa-se com o impacto disso no desenvolvimento da atenção em crianças e adolescentes. A rápida sucessão de estímulos pode prejudicar a capacidade de se con- centrar em tarefas complexas e menos recompen- sadoras, como a leitura de um livro. Já o X (Twitter) é uma plataforma projetada para a dinâmica de mobilização e calúnia. A brevidade dos tweets, a estrutura de retweets e a visibilidade pública criamum ambiente perfeito para a indignação moral, a polarização e os cancelamentos. Isso envenena o debate público, re- compensa o pensamento binário (bom versus mal) e pune a nuance e a com- plexidade. É a plataforma que mais diretamente danifica a saúde cívica e de- mocrática. O YouTube, é uma ferramenta educacional incrível, mas seu algoritmo de recomendação, que visa maximizar o tempo de visualização, pode levar os usuários a conteúdos cada vez mais extremos. Para adolescentes em formação de identidade, isso pode facilitar a radicalização em visões de mundo misóginas, conspiratórias ou políticas extremadas. Assim, ele recomenda aos pais: não dar smartphones antes do ensino médio; nenhuma rede social antes dos 16 anos; dar telefones básicos; e priorizar o contato com a natureza e a socialização presencial. E para os Le- gisladores: idade mínima verificada para ingressar em redes sociais; respon- sabilizar as empresas por eventuais danos; exigir maior transparência algorítmica para pesquisadores e proibir os smartphones nas escolas. ■ O mal das mídias sociais E-mail: mariosaturno@uol.com.br Tecnologista Sênior O YouTube, é uma ferramenta educacional incrível, mas seu algoritmo de recomendação, que visa maximizar o tempo de visualização, pode levar os usuários a conteúdos cada vez mais extremos. Para adolescentes em formação de identidade, isso pode facilitar a radicalização em visões de mundo misóginas, conspiratórias ou políticas extremadas. MARIO EUGENIO A gratidão, mais do que um simples gesto de educação, é um valor essencial que molda o caráter humano e fortalece os laços sociais. Quando expressada ge- nuinamente, ela tem o poder de transformar relações, promover bem-estar e até mesmo impactar positivamente a saúde f ísica e mental. Em contrapartida, a ingratidão, mesmo quando sutil, deixa marcas profundas, minando a confiança e cor- roendo as bases das relações pessoais e profissionais. É como se a gratidão fosse uma memória sempre viva, enquanto a ingratidão revelasse uma forma seletiva de esqueci- mento. Na Bíblia, a gratidão é um tema central que aparece em diversas passagens, reforçando a importância de reconhecer as bênçãos recebidas. Em uma de suas cartas, o apóstolo Paulo declara: “Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.” Esse texto destaca que a gratidão não deve ser circunstancial; ao contrário, é um princípio a ser cultivado independentemente das si- tuações. A Bíblia ensina que a prática de agradecer a Deus por Suas bênçãos, provisões e até desafios é uma maneira de expressar fé e confiança em Seu propósito para a vida humana. Além disso, as Escrituras apresentam exemplos marcantes de ingratidão e suas consequências. Um dos episódios mais conhecidos é o da travessia do deserto pelo povo de Israel, narrado no livro de Êxodo. Mesmo após serem libertos do cativeiro no Egito por meio de milagres, os israelitas reclamavam constantemente da falta de água e comida, demonstrando ingratidão em relação aos cuidados divinos. Esse com- portamento não apenas desagradou a Deus, mas também atrasou a chegada do povo à Terra Prometida. Esse episódio ilustra como a ingratidão pode resultar em obs- táculos e perdas, evidenciando a importância de reconhecer os atos de bondade e a providência. Viver uma vida de gratidão vai alémde dizer “obrigado” em situações sociais. É preciso cultivar um sentimento genuíno de reconhecimento pelo que se tem, pelo que se recebeu e até mesmo pelas lições aprendidas em meio às adversidades. Neste sentido, a gratidão nos ensina a lembrar – não apenas dos grandes gestos de bondade, mas tambémdos pequenos momentos de apoio e conforto que muitas vezes passam despercebidos. Por outro lado, a ingratidão se manifesta quando se ignora ou se esquece deliberadamente as contribuições e os sacrif ícios de alguém. Em muitos casos, ela surge não como um ato consciente, mas como uma consequência de uma visão de mundo centrada em si mesmo, onde o que é feito em prol do indivíduo é visto como obrigação e não como favor. A ingratidão, assim, carrega consigo o peso da desvalorização, deixando um rastro de ressenti- mento e mágoa nas pessoas que se doaram de alguma forma. Além dos impactos nas relações interpessoais, a gratidão tem relevância espiritual e filosófica. Em várias tradições religiosas e ensinamentos éticos, ser grato é visto como uma virtude fundamental. Na Bíblia, por exemplo, o Salmo 103:2 nos chama a “bendizer ao Senhor e não esquecer nenhum de seus benef ícios.” O ato de agradecer se transforma em um exercício de humildade e reconhecimento da própria fragilidade, lembrando-nos de que ninguém conquista nada sozinho. Portanto, a gratidão, ao contrário da ingratidão, não sofre de amnésia. Ela preserva a memória dos gestos que fizeram diferença e reforça o valor do outro em nossa vida. Quando negligenciamos a gratidão, perdemos a chance de honrar as pessoas e os mo- mentos que contribuíram para nossa trajetória. Assim, é fundamental cultivar esse valor diariamente, não apenas por cortesia, mas como um compromisso ético e espiritual com o outro e com a própria história. Afinal, a gratidão, quando praticada, enraíza-se em nossa memória e perpetua-se como uma marca indelével naqueles que a recebem e a oferecem. Por todos esses motivos, declaro minha gratidão a uma figura célebre, que viveu em função das pessoas. Que dedicou a sua existência em abençoar vidas, a moldar vencedores e a investir em destinos. Que assim como o Mestre da Galileia, tinha a ca- pacidade de acreditar nos improváveis. Exatamente por acreditar em mim, estou no ministério pastoral e ocupo esse valioso espaço jornalístico, que tantas vezes recebeu desse artesão das letras, tão belas crônicas. Ao pastor Oton Miranda de Alencar que nesse dia 19 de Outubro, faria 82 anos, minha gratidão e reconhecimento por todo o legado deixado em vida, e pelas eternas saudades que ficaram com a sua partida. ■ O custo da Saúde no mundo Portanto, a gratidão, ao contrário da ingratidão, não sofre de amnésia. Ela preserva a memória dos gestos que fizeram diferença e reforça o valor do outro em nossa vida. Quando negligenciamos a gratidão, perdemos a chance de honrar as pessoas e os momentos que contribuíram para nossa trajetória. Assim, é fundamental cultivar esse valor diariamente, não apenas por cortesia. E-mail: drrodrigolimajunior@gmail.com . RODRIGO LIMA JUNIOR Juiz de Direito aposentado
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