Diário do Amapá - 25/10/2025

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o Brasil usará recursos obtidos a partir do petróleo para investir na transição energética. Segundo ele, a grande quantidade de dinheiro obtida comcombustíveis fósseis é o que ajudará a Petrobras deixar de ser uma empresa de petróleo para se tornar uma empresa de energia. A declaração do presidente foi na madrugada desta sexta-feira (24), pouco antes de embarcar da Indonésia para a Malásia. Ao ser perguntado sobre qual mensagemele passaria aomundo, emmeio aos avanços dos estudos para explo- ração de petróleo na Margem Equatorial e a COP30, em Belém, Lula afirmou que, antes de tudo, é preciso que as pessoas saibam que o Brasil é um dos países que mais têm energia renovável. “A gasolina brasileira utiliza 30% de etanol. Por isso, a nossa gasolina é mais pura que as outras. Nosso óleo diesel tem 20% de biodiesel. Por isso, ele é mais puro do que os outros”, disse o presidente. Margem Equatorial Alémdisso, com relação àMargemEquatorial, o que aconteceu foi apenas uma autorização para fazer pesquisa na região. “E entre fazer a pesquisa e ter petróleo, leva umtempomuito grande, porque precisa de novas licenças para fazer as coisas. Isso em uma empresa que tem ex- pertise”, acrescentou o presidente. Lula lembrou que a competência da Petrobras é re- conhecida até mesmo pelo fato de a empresa não ter, em sua história, “vazamento de óleo em lugar nenhum”. ■ ENERGIA LIMPA Recursos obtidos com petróleo serão usados na transição energética ● EMPRÉSTIMO Caixa criará fundo imobiliário para levantar recursos para os Correios ACaixa Econômica Federal criará um fundo imobi- liário com imóveis dos Correios como forma de ajudar a estatal a obter novas receitas e equilibrar sua situação financeira. Amedida será complementar à concessão de um empréstimo à empresa, cuja participação do banco na operação ainda está em negociação. A instituição financeira confirmou os planos de criação do fundo imobiliário à Agência Brasil. No entanto, informou que os detalhes ainda estão em estudo e que, por enquanto, não há data para o instrumento financeiro entrar em vigor. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo nesta quinta- feira (23), o presidente da Caixa, Carlos Vieira, disse que as discussões estão em fase inicial. No entanto, afirmou que a participação do banco atrai interesse de investidores privados. Vieira ressaltou que o fundo imobiliário faz parte de um conjunto de medidas para reestruturar os Correios, que incluem revisão de contratos, logística e programas de demissão voluntária (PDV). Segundo o presidente da Caixa, o patrimônio dos Cor- reios em imóveis está avaliado em mais de R$ 5,5 bilhões. O fundo imobiliário ajudaria a capitalizar os Correios por meio domodelo de leasing back, emque a empresa alugaria os imóveis vendidos para o fundo. Em Brasília, ressaltou Vieira, o retorno médio de aluguel desses imóveis gira em torno de 0,4% do valor do bem, o que torna o investimento atraente. Empréstimo Sobre a participação da Caixa no empréstimo de R$ 20 bilhões aos Correios, que contará comvárias instituições financeiras e terá garantia do Tesouro Nacional, Vieira afirmou que ainda não há definição do valor a ser emprestado pelo banco. Anunciada na semana passada pelos Correios, a operação de crédito está em fase de negociação. ■ ● FALECOM0COMERCIAL E-mail: comercial.da@bol.com.br site: www.diariodoamapa.com twitter: @diariodoamapa Instagram: @diariodoamapa ECONOMIA | ECONOMIA | DIÁRIO DO AMAPÁ 7 SÁBADO | 25 DE OUTUBRO DE 2025 A prévia da inflação oficial de outubro ficou em 0,18%, pressionada prin- cipalmente pelo preço dos com- bustíveis. Já os preços dos alimentos caíram pelo quinto mês seguido e ajudaram o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) a desacelerar em re- lação a setembro, quando marcou 0,48%. No acumulado de 12 meses, o IPCA- 15 soma 4,94%, abaixodos 5,32%observados nos 12 meses terminados em setembro. Os dados foram divulgados nesta sexta- feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geo- grafia e Estatística (IBGE). Pelos dados prévios, a inflação anual se mantém acima da meta do governo, de 3% ao ano com tolerância de 1,5 ponto percentual (p.p.) paramais ou paramenos, ou seja, indo no máximo a 4,5%. Instituições financeiras ouvidas pelo BoletimFocus, do Banco Central (BC), es- timam que o IPCA deve terminar o ano em 4,7%. In uências Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, cinco tiveram alta na passagem de setembro para outubro: - Vestuário (0,45%) - Despesas pessoais (0,42%) - Transportes (0,41%) - Saúde e cuidados pessoais (0,24%) - Habitação (0,16%) - Educação (0,09%) - Artigos de residência (-0,64%) - Comunicação (-0,09%) - Alimentação e bebidas (-0,02%) Transportes O grupo transportes representou a maior pressão de alta, respondendo por 0,08 ponto percentual do IPCA-15. Cola- boraramos combustíveis (1,16%) epassagens aéreas (4,39%). A gasolina, produto com maior peso entre todos os 377 subitens pesquisados, subiu 0,99%. O etanol ficou 3,09%mais caro no mês. Alimentos caempelo 5º mês Dentro do grupo alimentos e bebidas, a alimentação no domicílio recuou 0,10%, influenciada por: - cebola (-7,65%) - ovo de galinha (-3,01%) - arroz (-1,37%) - leite longa vida (-1%) Cada umdesses recuos representa 0,01 p.p. no IPCA-15. No período de cinco meses de queda do grupo alimentos e be- bidas, há um alívio acumulado de 0,98%. Conta de luz mais barata No grupo habitação, a desaceleração de 3,31% (setembro) para 0,16% (outubro) contou com o refresco da energia elétrica residencial, que caiu 1,09%. De todos os produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, a conta de luz foi a que mais puxou o índice para baixo (-0,05 ponto percentual). Aexplicação estámigração da bandeira tarifária vermelha patamar 2 para 1. No 2, há cobrança adicional de R$ 7,87 na conta de luz a cada 100 Kwh consumidos. Já no nível 1, o extra é de R$ 4,46. A cobrança extra é determinada pela Aneel para custear usinas termelétricas em tempos de baixa nos reservatórios das hidrelétricas. Oadicional é necessário, pois a energia gerada pelas termelétricas émais cara que a hidrelétrica. IPCA 15 X IPCA O IPCA-15 tembasicamente amesma metodologia do IPCA, a chamada inflação oficial, que serve de base para a política de meta de inflação do governo. A diferença está no período de coleta de preços e na abrangência geográfica. Na prévia, a pesquisa e feita e divulgada antes mesmo de acabar o mês de referência. Em relação à divulgação atual, o pe- ríodo de coleta foi 16 de setembro a 13 de outubro. ■ INFLAÇÃO DESACELERA EM OUTUBRO; ALIMENTOS CAEM PELO 5º MÊS ACIMA DA META V Foto/ José Cruz/Agência Brasil

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