Diário do Amapá - 26 e 27/10/2025

A RÁDIO O JORNAL AGORA WEBTV Luiz Melo |OPINIÃO | DIÁRIO DO AMAPÁ DOMINGO E SEGUNDA-FEIRA | 26 E 27 DE OUTUBRO DE 2025 FALECOMOLUIZMELO E-mail: luizmello.da@uol.com.br Blog: www.luiz melo.blog.br Twitter: @luizmelodiario Instagram: @luizmelodiario© 2018 3 FROM RAPIDINHAS ACADEMIA - Ueap em fase de implantação de mais 2 novos cursos: Oceanografia e Geologia, ciências pertinentes a petróleo e gás natural, mas com conhecimentos que vão muito além disso. ■ VISÃO - Pra não perder o bonde, OAB-AP já tem constituída Comissão Especial de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, e daqui a 10 dias lança edital para inscrições de advogados ao Curso de Pós-Graduação MBA para Executivo de Petróleo nas áreas jurídicas e econômicas. ■ AVANÇO - Climatização adequada, controle de estoque e fluxo logístico organizado: detalhes da nova Central de Abastecimento Farmacêutico, entregue pela Prefeitura de Tartarugalzinho à população do município. ■ Bem geral Governador Clécio atraiu toda a classe artística amapaense, na manhã deste sábado, 25, ao Teatro das Bacabeiras, para anunciar reconstrução da tradicional casa de espetáculos a ser entregue daqui a um ano. “O Teatro das Bacabeiras volta a respirar arte, emoção e memória. É a restauração de um dos maiores símbolos da nossa história, o coração pulsante da cultura amapaense”, escreveu Davi Alcolumbre sobre o projeto de restauro do Bacabeiras, cujos recursos financeiros - R$ 13,7 mi - são garantidos pelo mandato dele, e transformam um sonho em realidade, na maior reforma já feita no teatro. “Não dizem que a Petrobras cumpriu rigorosamente todas as etapas exigidas, com estudos técnicos planos de contingência e segurança reconhecida internacionalmente. A empresa é referência mundial em exploração em águas profundas e mais uma vez provou sua capacidade e responsabilidade” - de Lucas em postagem de vídeo em resposta à tentativa de ONGs tentarem cancelar estudos de petróleo na Margem Equatorial. Defesa Cultura “Ao lado do Presidente José Sarney, a quem tive o privilégio de servir, como presidente da EMBRATUR (1985-87), no seu governo”, escreveu Joao Doria, ex-governador de SP, na Livraria da Travessa, no Shopping Iguatemi, em SP, onde Sarney lançou obras literárias como “O Dono do Mar”, “Saraminga” e “A Duquesa vale uma missa”. Realidade Para senador Lucas Barreto, entidades travestidas de defensoras da Amazônia, as chamadas ONGs ambientais, sobrevivem do que suas mentiras produzem, não do verde da floresta que dizem defender. Contraponto Reitora da Ueap, professora Kátia Paulino dá o tom: não só a Universidade do Estado do Amapá, mas também a Unifap e o Ifap estão preparando mão de obra especializada para que quando o petróleo chegar ao amapaense não venha a caber apenas funções de salário mínimo. “Serviços resultarão em restauro e reforma dentro das melhores técnicas; obra moderna sem perder as características originais”, descrição do governador Clécio Luís do que será o tradicional Teatro das Bacabeiras, quando for novamente entregue para artistas e a população em geral. Cuidado “Não é exagero, não, mas todos os segmentos artísticos do estado do Amapá estão aqui”, palavras da titular da cultura do estado, Clícia Di Miceli, no anúncio do restauro do Teatro das Bacabeiras, na manhã deste sábado, 25. Presença João Porfírio, o Popó, dramaturgo, diretor e ator que já foi presidente da Confederação Nacional de Teatro e também presidiu a Federação Amapaense de Teatro Amador, diz que reforma do Teatro das Bacabeiras vem em boa hora, embelezando mais a casa de espetáculos, uma das mais bonitas do Brasil. Elogio ão é de bom-tom tratar de assuntos pessoais em nossas colunas de jornal. Mas não resisto à tentação de abordar o relançamento de três romances meus em São Paulo hoje, 23 de outubro, quando escrevo esta coluna, editados pela Ciranda Cultural, como selo Principis. Eles, os editores, tiveram um carinho especial com esta publicação, a começar pelas belas capas temáticas criadas para O dono do mar, Saraminda e A duquesa vale uma missa. É que neste relançamento o objetivo é atingir um público que ainda não conhece este meu outro lado, a minha atividade literária. A minha vida sempre teve duas vertentes, a da política e a da literatura, sem que uma in- vadisse o campo da outra. Embora minha presença na vida nacional tenha sidomarcada pela política, não passou um só dia que eu não tivesse um convite de noivado para a literatura. Foi assim que eu consegui, pela graça do destino e de Deus, na política, chegar a Presidente da Re- pública e, na literatura, a membro da Academia Brasileira de Letras, para a qual fui eleito em 1980, sendo hoje o decano daquela Casa, onde entrei nos braços de meus livros de poesia e de contos: Canção Inicial (1954), Mari- bondos de fogo (1978) e o de contos, Norte das águas, pu- blicado em 1969. Depois veio o Saudades mortas. Na poesia, fui considerado como umpoeta que atingiu o “domínio completo da melodia poética”, e o português João Gaspar Simões —o crítico que apresentou Fernando Pessoa em 1927 — observou no meu Maribondos de fogos a poética genuinamente brasileira, um eu lírico “que os poetas brasileiros, agora, mais do que nunca, estão, fi- nalmente, a fazer seu e bem seu.” Sobre o meu livro de contos, Norte das águas, alegra- ram-me as palavras de Léo Gilson, ao dizer que mostrei “um pedaço mais ameno e mais doce do Nordeste que é o Maranhão.” O romance O dono do mar já foi traduzido em doze línguas, sendo recebido, pela crítica nacional e estrangeira, comgrande generosidade. É de Heitor Cony, Jorge Amado, Rachel de Queiroz, Domício Proença, Léo Gilson Ribeiro, grandes escritores e críticos de literatura de nosso país e de notáveis escritores internacionais, comoAlain Peyrefitte, autor do best-seller consagradoQuando a China se levantar, o mundo tremerá; Maurice Druon, autor de dois livros marcantes O Menino do dedo verde e Os reis malditos, que disse ser O dono do mar “uma saga sem precedentes na literatura latino-americana”; e Levy Strauss, o grande antropólogo e maior intelectual da Europa do século XX, que disse tratar-se de “obra monumental”. Este livro entrou na Coleção da Gallimard de literatura folio, a maior da Europa, com 2.800 títulos. Dos brasileiros, nela figuram Machado de Assis, Jorge Amado e Guimarães Rosa. Quando, em 2018, foi editada a minha bibliografia geral e fortuna crítica, foram arrolados 120 títulos. Fiquei surpreso. Nem eu avaliava tantas publicações, com 168 edições, porque muitas das publicações tiveram muitas edições. Devo confessar que esta vocação de escritor muitome envaidece, porque, como teria dito Napoleão Bonaparte, a política é um destino, ele ocorre circunstancialmente na vida, diferentemente da literatura, que é uma vocação, nasce das qualidades que nos governarão o viver. Não ocorre: nasce. E aguarda uma atitude nossa em resposta a esse chamamento. Assim, hoje, estaremos na livraria do Shopping Iguatemi autografando livros, revendo amigos e surpreendendo jovens: o velho Sarney feliz, como se estivesse iniciando seus livros, romances de histórias que inventou de pesca- dores, de garimpeiros e de apaixonados por mulheres re- tratadas na história dos reinados de França, como no A duquesa vale uma missa. Com O dono do mar acredito ter realizado uma obra de começo, meio e fim — assim foi apontado pela crítica de muitos países em que foi editado. Já em Saraminda, construí um personagem que domina e fica. Heitor Cony disse que na literatura brasileira tínhamos agora três mu- lheres: Capitu, Iracema e Saraminda. É exagero, mas dá vaidade. Em Brasília, também relançaremos esses romances, no dia 11 de novembro, no SalãoNegro do Senado Federal. Em seguida, será a vez de São Luís, no dia 5 de dezembro. E aqui fico, encabulado pelo artigo pessoal, mas feliz — com a sua licença, caro leitor. ■ Meus Romances E-mail: j.sarney@uol.com.br Ex Presidente do Brasil JOSÉSARNEY N Dedicação

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