Diário do Amapá - 29/10/2025
| OPINIÃO | DIÁRIO DO AMAPÁ QUARTA-FEIRA | 29 DE OUTUBRO DE 2025 2 LUIZ MELO Diretor Superintendente ZIULANA MELO Diretora de Jornalismo Circulação simultânea em Macapá, Belém, Brasília e em todos os municípios do Amapá. Os conceitos emitidos em artigos e colunas são de responsabilidade dos seus autores e nem sempre refletem a opinião deste Jornal. Suas publicações são com o propósito de estimular o debate dos problemas amapaenses e do país. O Diário do Amapá busca levantar e fomentar debates que visem a solução dos problemas amapaenses e brasileiros, e também refletir as diversas tendências do pensamento das sociedades nacional e internacional. MÁRLIO MELO Diretor Administrativo DIÁRIODECOMUNICAÇÕES LTDA. C.N.P.J: 02.401.125/0001-59 Administração, Redação e Publicidade Avenida Coriolano Jucá, 456 - Centro CEP 68900-101 Macapá (AP) - Fone: 96-3223-7690 www.diariodoamapa.com.br COMPROMISSOCOMANOTÍCIA A lguém ainda surpreende com o que o dinheiro público pode comprar? Surpreende. Contrata palco, luz, cantor em evidência — e não compra sequer um leito extra. Em cidades que não têm hospital, prefeitos e vereadores batem palmas para o sertanejo, o funk e músicos velhos que ainda lotam exposições e festas de aniversário de cidades falidas. Tudo é festa. Transferem verbas, celebram “turismo”, apertam o botão do PIX e, voilà: multidão, hashtag e cliques. Quem precisava de UTI, de aten- dimento digno, de remédio na prateleira, que espere o próximo show — ou que vá para a cidade vizinha. Não é ilegal, é escandaloso. É um desvio de prioridades com rosto bem-pintado, som alto e dois minutos de dis- curso no palco sobre “desenvolvimento local”. Enquanto isso, o Hospital Municipal fecha leitos por falta de dinheiro, o pronto-atendi- mento acumula filas e a ambulância percorre estradas esburacadas para socorrer quem po- deria ter sido atendido mais cedo. Os números falam — e gritariam, se pu- dessem. Municípios sem infraestrutura de saúde investiram somas milionárias em artistas. Em pequenas cidades, quase um milhão de reais foram gastos em shows; em dezenas delas, somas que dariam para bancar material, reformas e até contratação temporária de pes- soal. A pergunta é simples: por que priorizar espetáculo quando falta o essencial? Chamam esta farra de troca de verba por popularidade. A sociedade paga a conta — e paga no sangue, quando o socorro não chega. Fiscalização? Parcial. Transparência? Parcial. Controle? Raro. Em muitos casos, o recurso chega disfarçado, o empenho é cripto- grafado em siglas, e a população só descobre depois, vendo o artista no outdoor e o posto de saúde sem medicamento. Não é questão de ser contracultura ou contra festa. É questão de coerência. Se o orçamento é curto, se a cidade não tem hospital, se faltam ambulâncias e especialistas, que se explique ao eleitor por que se prefere palco a leito. Que se mostre o retorno social do in- vestimento — e não apenas o retorno midiático. Até lá, teremos mais shows, mais stories e mais filas no corredor do hospital. E quando a próxima emergência acontecer, o que vai sobrar para explicar? Um microfone, um discurso e a triste certeza de que a prioridade foi outra. ■ Festa na cidade, fome no pronto-socorro Fiscalização? Parcial. Transparência? Parcial. Controle? Raro. Em muitos casos, o recurso chega disfarçado, o empenho é criptografado em siglas, e a população só descobre depois, vendo o artista no outdoor e o posto de saúde sem medicamento. J á parou para pensar se você está se preparando para liderar o futuro ou apenas esperando que ele chegue? A diferença pode parecer sutil, mas é exatamente ela que separa quem se antecipa de quem fica para trás. Vivemos em um tempo em que as transformações acontecem mais rápido do que muitas empresas conseguem acompanhar. Ainda assim, muitos profissionais acreditam ter “todo o tempo do mundo” para evoluir. O problema é que o relógio do mercado não para — e quem demora a agir acaba ficando para trás. Estudos sobre comportamento profissional indicam que cerca de 90% das pessoas não investem de forma con- sistente no próprio desenvolvimento. Daí surgem as perguntas inevitáveis: você tem buscado novos aprendizados? Fez algum curso recente- mente? Está lendo algo que amplie sua visão de mundo? Participa de eventos, feiras ou encontros do seu setor? E, mais importante: está atento às tendências que estão redesenhando a sua área de atuação? Se a maioria das respostas for “não”, talvez seja hora de repensar sua jornada. Afinal, por que você seria a próxima pessoa a ser promovida se não estiver se preparando? O mercado não espera. Ele busca protago- nistas, não espectadores. Crescer na carreira não é responsabilidade da empresa, mas sim um ato de protagonismo pessoal. Sair da zona de conforto e assumir as rédeas da própria tra- jetória é o primeiro passo para liderar com propósito. No passado, os planos de carreira tinham ciclos de quatro anos. Hoje, essa lógica se tornou obsoleta. Desde o início da Quarta Revolução Indus- trial, em 2012, o ritmo das mudanças se acelerou como nunca, comparável à virada trazida pela globalização e pela internet nos anos 1990. Antes, bastava dominar habilidades técnicas. Agora, o mercado busca profissionais com CHA — conhecimento, habilidades e atitudes —, e, principalmente, pessoas capazes de aprender, desaprender e reaprender continuamente. As chamadas soft skills deixaram de ser diferenciais para se tornarem essenciais. Não é coincidência que nove em cada dez demissões acon- teçam por falta de habilidades comportamentais, e não técnicas. Falta de inteligência emocional, de comunicação genuína e de capacidade de adaptação são os verdadeiros gargalos do crescimento. Ser líder hoje é ser capaz de inspirar pelo exemplo, navegar na in- certeza e se reinventar constantemente. O cargo que você deseja amanhã depende das escolhas que você faz hoje. Então, fica a reflexão: você está se preparando para ser um líder de futuro ou o líder que o futuro precisa agora? ■ Liderar o futuro é parar de esperar por ele E-mail: jaqueline.mata@linkcomunicacao.com.br Diretora da Career Advisor & Headhunter da Prime Talent As chamadas soft skills deixaram de ser diferenciais para se tornarem essenciais. Não é coincidência que nove em cada dez demissões aconteçam por falta de habilidades comportamentais, e não técnicas. Falta de inteligência emocional, de comunicação genuína e de capacidade de adaptação são os verdadeiros gargalos do crescimento. BÁRBARANOGUEIRA GREGÓRIOJ.L. SIMÃO E-mail: gregogiojsimao@yahoo.com.br Radialista e estudante de Filosofia
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