Diário do Amapá - 29/10/2025
Recesso adiantado Hugo Motta, presidente da Câmara, não quer as 30 comissões permanentes funcionando nesta semana para priorizar sua pauta no Plenário. No entanto, temendo a opinião pública, não oficializou a decisão – sobrou para os presidentes das comissões. Com foco nas eleições de 2026, muitos deputados preferem votar pelo Infoleg. Para atender a todos, Motta terá de liberar a votação presencial, obrigatória nas terças e quintas. Coleta seletiva Os moradores da região Sul são os que mais realizam a separação de lixo para a reciclagem no País. Juntos, os Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul somam 73%. Em 2º lugar vem a região Sudeste com 63%. Norte, Nordeste e Centro- Oeste aparecem empatados com 60%. Os dados, repassados à Coluna, são de uma pesquisa da Nexus em parceria com a Sindiplast. Vem coisa aí O ex-chefe da inteligência de Hugo Chávez Hugo Carvajal irá depor em Nova York, em novembro, após firmar um acordo de colaboração – ele espera ser absolvido. Suas revelações preocupam autoridades, inclusive no Brasil. O secretário de Estado, Marco Rubio, é o mais interessado no desfecho. Para Carvajal, Lula teria sido beneficiado por esquemas ligados ao Foro de São Paulo. Ratinho no Paraguai O apresentador Ratinho acaba de conseguir a cidadania paraguaia. Centenas de empresários estão seguindo o mesmo caminho, já que o modelo é oferecido pelo Governo do Paraguai como uma forma de atrair investidores. O comunicado causou estranheza e até boatos de uma candidatura ao parlamento paraguaio. Abalo na estratégia A oposição foi abalada pelo encontro amistoso entre os presidentes Lula da Silva e Donald Trump, que enfraqueceu a estratégia liderada pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL) de obter concessões por meio da pressão de Washington DC. Os elogios de Trump a Lula, apesar da simpatia por Bolsonaro, causaram desconforto. Agora, a esperança da oposição se concentra em Marco Rubio, considerado menos receptivo ao petista. Operação “Tudo de Casa” Carlos Orlando Enrique da Silva deixou a Agência Nacional do Petróleo (ANP) e assumiu a Diretoria de Downstream do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), que representa grandes companhias de combustíveis. Embora dentro das regras, o movimento gerou desconforto no setor. Enquanto isso, sua esposa, Renata Bona, continuou na ANP como principal assessora da diretora Symone Araújo, uma das vozes mais influentes da agência. Sob orientação de Carlos, o IBP produziu relatórios críticos à empresa Refit. Essa ação aconteceu justamente quando a diretora Symone Araújo e sua equipe conduziram uma fiscalização sigilosa contra a refinaria. Marido e esposa teriam atuado em lados interligados do mesmo caso. E apesar de nada parecer fora da legalidade, o arranjo soou incômodo e levantou suspeita de conflito de interesse. Procurada, a ANP respondeu que a transição do ex-diretor para o mercado privado ocorreu dentro da legalidade e não vê conflito de interesses com a esposa na agência. A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) vai julgar, de modo virtual, entre os dias 7 e 14 de novembro, o recurso do ex-presidente Jair Bolsonaro contra a decisão que o condenou a 27 anos e três meses de prisão por crimes contra a democracia. Na mesma sessão virtual deverão ser julgados os recursos de outros seis réus, todos antigos aliados do ex- presidente e que foram considerados o núcleo principal de uma tentativa de golpe de Estado que tentou manter Bol- sonaro no poder mesmo após derrota eleitoral em 2022. A ação penal na qual todos foram condenados entrou na pauta de julgamentos nesta terça-feira (28), um após ter se encerrado o prazo para apresentação dos recursos. Dentre os condenados, apenas não recorreu: o tenen- te-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator da trama golpista. Pela sentença, ele manteve os benef ícios da delação premiada, recebendo uma pena mais branda de dois anos, e por isso não deve ser preso em regime fechado. Em recurso apresentado na segunda (27), os advogados de Bolsonaro disseram ter havido cerceamento de defesa no julgamento. Entre outros ponto, um dos motivos foi não o curto espaço de tempo dado aos réus para a análise de uma quantidade imensa de informações anexadas ao processo pela Polícia Federal (PF), que somaria mais de 70 terabytes de dados. “A defesa não pôde sequer acessar a integralidade da prova antes do encerramento da instrução; não teve tempo mínimo para conhecer essa prova”, diz o embargo de de- claração assinado pela equipe de defesa de Bolsonaro, que é liderada pelos criminalistas Celso Vilardi e Paulo Cunha Bueno. Os demais réus que também apresentaram recurso sustentaram argumentos semelhantes. A defesa do general Walter Braga Netto - ex-ministro da Casa Civil e da Defesa e vice na chapa de Bolsonaro em 2022 -, por exemplo, acusou o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, de parcialidade, além do cerceamento de defesa. ■ AÇÃO PENAL Recurso de Bolsonaro será julgado em plenário virtual em novembro A s atualizações das metas de emis- são de gases do efeito estufa apre- sentadas por 64 países partici- pantes do Acordo de Paris, juntas, são capazes de diminuir em 17% os impactos na mudança do clima, na comparação com as emissões em 2019. Na projeção para 2030, a redução é de 6%, em relação ao que havia sido proposto nas metas anteriores. As informações foram divulgadas nesta terça-feira (28) no Relatório Síntese das Contribuição Nacionalmente De- terminada (NDC na sigla em inglês), publicado pelo secretariado da Conven- ção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês). O documento é uma das ferramentas de avaliação do Acordo de Paris sobre o avanço das ações climáticas nas 198 na- ções que integramo tratado internacional, mas foi elaborado com base nas metas atualizadas por menos de um terço (64) dos países entre janeiro de 2024 e se- tembro de 2025. De acordo com o relatório, se as novas NDCs forem plenamente cum- pridas até 2035, serão capazes de reduzir as emissões em 13 bilhões de toneladas de gás carbônico equivalente (CO2e). O documento destaca também que as ambições apresentadas mostram eta- pas claras para trajetórias de redução em longo prazo e objetivo de alcançar neutralidade nas emissões, “embora ainda seja necessária uma aceleração das ações”, destaca. O relatório aponta ainda que as NDCs estão mais completas, indo além de ambições para mitigação ao incluírem elementos sobre adaptação, financia- mento, transferência de tecnologia, ca- pacitação e abordagemde perdas e danos e, ainda, refletindo de forma mais abran- gente sobre o Acordo de Paris. “As novas NDCs mostram uma pro- gressão em termos de qualidade, credi- bilidade e cobertura econômica, com 89% das Partes comunicando metas para toda a economia”, destaca o relatório. Na avaliação da presidente do Insti- tuto Talanoa, Natalie Unterstell, as metas ficarammais sofisticadas, mas o principal problema permanecerá. “Estamos gerindo uma crise sem a urgência de uma crise. Há algo de pro- fundamente equivocado em celebrar uma queda de 17% nas emissões quando a ciência diz que precisamos de 60%”, critica. Para o líder de mudanças climáticas doWWF-Brasil, Alexandre Prado, o ce- nário é preocupante e indica que as ações climáticas continuam sendo adiadas e empurradas para as gerações futuras. Por outro lado, a integração de medidas de adaptação das cidades aos planos de redução das emissões pode ser consi- derada uma decisão promissora. ■ PROJEÇÃO CLIMÁTICA NOVAS METAS DE EMISSÃO REDUZEM EM 17% IMPACTO NO CLIMA V Foto/ Rovena Rosa/Agência Brasil ESPLANADA |OPINIÃO | DIÁRIO DO AMAPÁ QUARTA-FEIRA | 29 DE OUTUBRO DE 2025 5 ComWalmor Parente (DF), BethPaiva (RJ) eHenrique Barbosa (PE) E-mail: reportagem@colunaesplanada.com.br LEANDRO MAZZINI PODER , POLÍTICAEMERCADO
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