Diário do Amapá - 30/10/2025
| OPINIÃO | DIÁRIO DO AMAPÁ QUINTA-FEIRA | 30 DE OUTUBRO DE 2025 2 LUIZ MELO Diretor Superintendente ZIULANA MELO Diretora de Jornalismo Circulação simultânea em Macapá, Belém, Brasília e em todos os municípios do Amapá. Os conceitos emitidos em artigos e colunas são de responsabilidade dos seus autores e nem sempre refletem a opinião deste Jornal. Suas publicações são com o propósito de estimular o debate dos problemas amapaenses e do país. O Diário do Amapá busca levantar e fomentar debates que visem a solução dos problemas amapaenses e brasileiros, e também refletir as diversas tendências do pensamento das sociedades nacional e internacional. MÁRLIO MELO Diretor Administrativo DIÁRIODECOMUNICAÇÕES LTDA. C.N.P.J: 02.401.125/0001-59 Administração, Redação e Publicidade Avenida Coriolano Jucá, 456 - Centro CEP 68900-101 Macapá (AP) - Fone: 96-3223-7690 www.diariodoamapa.com.br COMPROMISSOCOMANOTÍCIA A s mudanças do clima têm provocado longos períodos de es- tiagem em contrapartida com momentos de fortes chuvas. Os extremos vêm exigindo cada vez mais uma melhor gestão dos recursos hídricos brasileiros. Apesar de contar com mais de 10% da água doce de todo o mundo, o Brasil precisa avançar na gestão dos recursos hídricos, já que esse volume está concentrado em 80% na bacia do Rio Amazonas, região com menos de 10% da população. ONovo Marco Legal do Saneamento é um importante instrumento para que os municípios se preparem adequadamente para os desafios que têm pela frente, principalmente diante das possibilidades de es- tiagem nas regiões metropolitanas brasileiras. Um dos avanços da nova legislação é a possibilidade de uma nova estruturação da política de saneamento baseada na gestão associada, permitindo o agrupamento de entes federativos, por meio de consórcios públicos ou convênio de cooperação, para a busca de soluções comuns aos participantes. O incentivo aos agrupamentos municipais abre as portas para a prestação integrada de obras e serviços de saneamento básico. O novo modelo potencializa as operações regionalizadas por meio da união das cidades de uma mesma região, bacia hidrográfica ou região administrativa. Assim, municípios me- nores podem usufruir de serviços de ponta si- milares aos das grandes cidades, que dispõem de melhores condições financeiras e maiores atrativos para a iniciativa privada, em um sis- tema de subsídio cruzado. Esses agrupamentos podem, por exemplo, contar com empreendimentos para a troca de tubulações antigas, que em parte significativa das cidades brasileiras já ultrapassam meio século de uso. As perdas de água são um dos problemas comuns desses antigos sistemas, e os municípios não poderão se furtar de re- solvê-lo para alcançar uma boa gestão dos recursos hídricos. Na média brasileira, as perdas alcançam quase 40% da água tratada. Isso representa jogar dinheiro fora e está na contramão da eficiência esperada por essa nova fase do saneamento brasileiro. O planejamento é outro pilar para garantir o atendimento das metas de 100% de abastecimento de água tratada e 90% no esgotamento sanitário até 2033. Sem planos de pequeno, médio e curto prazo, pouco avançaremos. A redução das perdas de água é um dos assuntos prioritários para os municípios com o novo marco legal. O uso de novas técnicas deve ampliar as opções de troca de tubulações e reduzir significativamente o desperdício de recursos hídricos nos municípios, com preços competitivos. ■ Esses agrupamentos podem, por exemplo, contar com empreendiment os para a troca de tubulações antigas, que em parte significativa das cidades brasileiras já ultrapassam meio século de uso. Eficiência ajuda a reduzir as perdas de água E-mail: edmir@libris.com.br Presidente da Apecs RICARDO LAZZARI M arco Antonio Villa é um historiador aposentado da Universidade Federal de São Carlos, onde eu me formei, e comentarista político. Temos o noroeste paulista como local de nascimento, ele em Rio Preto e eu em Pindorama. Compartilhamos ainda a oposição a Lula desde 2.002 e a Bolsonaro (eu desde a pandemia). Para Villa, Bolsonaro é um traidor da Pátria e ummandrião (indivíduo não afeito ao trabalho). E mostra a agenda presidencial como prova irre- futável e os excessos recreativos pagos com cartão corporativo (R$ 29,6 milhões no ano passado). De fato, vejo o prefeito de São Sebastião, onde resido, trabalhar muito mais, recebendo a equipe de trabalho, vereadores e os cidadãos, visitando obras, empresas, igrejas, etc. Durante a pandemia, reuniões com comitê de crise para traçar estratégias e acompanhar os fatos. Um país gigante como o nosso, mesmo que eternamente em berço esplêndido, necessita de liderança que una governo e povo na mesma direção, ainda mais enfrentando crises econô- micas, climáticas e pandêmicas. Ao invés de liderar e trabalhar cedo, tarde e noite, e fazer deste país, uma grande nação, passa o tempo preocupado em "lacrar" na internet. Ao menos, é o que aparenta. Se o presidente tivesse uma agenda lotada de lideranças civis, industriais, agrícolas, comerciais, cientistas e tecnologistas, neste último ano de governo ele já saberia o que fazer para a Pátria. A começar por eleger as prioridades do Brasil. Vê-se, pelo corte do orçamento das cisternas do Nordeste, que o presidente não entendeu que água é a maior prioridade. De nada adianta a Transposição do Rio São Francisco sem um pro- grama sério de proteção das nascentes. Quantos bilhões de árvores o gabinete de crise planejou plantar? Ah, o presidente não criou um gabinete de crise, nem um plano de contingência... E nem sabe o que seja o rio aéreo do Brasil... A segunda prioridade deveria ser um conjunto de tecnologias de pontas, como a impressora 3D, que tem potencial gigantesco em todas as áreas produtivas e de bem-estar social e individual. É essa prioridade que traz à nação as necessidades de educação de boa qualidade visando a profis- sionalização e a cidadania e os empregos altamente qualificados e criativos e mais bem remunerados. E destes, as necessidades de energia, nutrição, saúde, segurança, recreação e turismo. Se os eventos climáticos extremos já mereciam um gabinete de crise, afinal, apesar de não termos vulcões, nem terremotos, temos secas per- sistentes, inundações, enchentes e deslizamentos, imagine agora com uma guerra na Europa que pode evoluir para uma guerra nuclear (não radiológica, como pensa o presidente)? Por exemplo, até quando a detentora do monopólio estatal do petróleo auferirá lucros astronômicos a um punhado de acionistas bancados pelos donos autênticos, o povo brasileiro? Por que não fixar o lucro e distribuir o excesso como redução de preço? Será que só o presidente não enxerga isso? E por que não estimular medidas de eficiência energética como os motores híbridos e elétricos? Esta é a hora para exigir dos candidatos um compromisso a essas prioridades. ■ A segunda prioridade deveria ser um conjunto de tecnologias de pontas, como a impressora 3D, que tem potencial gigantesco em todas as áreas produtivas e de bem-estar social e individual. E-mail: mariosaturno@uol.com.br Tecnologista Sêniordo INPE Prioridades para o Brasil MARIO EUGENIO
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