Diário do Amapá - 31/10/2025

| OPINIÃO | DIÁRIO DO AMAPÁ SEXTA-FEIRA | 31 DE OUTUBRO DE 2025 2 LUIZ MELO Diretor Superintendente ZIULANA MELO Diretora de Jornalismo Circulação simultânea em Macapá, Belém, Brasília e em todos os municípios do Amapá. Os conceitos emitidos em artigos e colunas são de responsabilidade dos seus autores e nem sempre refletem a opinião deste Jornal. Suas publicações são com o propósito de estimular o debate dos problemas amapaenses e do país. O Diário do Amapá busca levantar e fomentar debates que visem a solução dos problemas amapaenses e brasileiros, e também refletir as diversas tendências do pensamento das sociedades nacional e internacional. MÁRLIO MELO Diretor Administrativo DIÁRIODECOMUNICAÇÕES LTDA. C.N.P.J: 02.401.125/0001-59 Administração, Redação e Publicidade Avenida Coriolano Jucá, 456 - Centro CEP 68900-101 Macapá (AP) - Fone: 96-3223-7690 www.diariodoamapa.com.br COMPROMISSOCOMANOTÍCIA A o longo da vida – que não é uma estrada tranquila e cheia de rosas e flores perfumadas–, vamos caminhando e encontrando as pessoas. Muitas pessoas. A maioria desaparece como aquelas nuvens esparsas e nós nunca mais as visualizamos. Outras, bempoucas, caminham conosco, às vezes pela vida inteira. Assim foi meu Amigo Fernando Pimentel Canto, meu Confrade e companheiro dos sonhos e utopias literárias que acalentamos nos nossos livros, poemas – e ele também na música e nas pesquisas culturais que tanto o fascinavam e servem de referência a quem deseja conhecer o Amapá e sua rica diver- sidade cultural. Fernando era um homem de cultura, sensível como todo excelente poeta, e tinha uma percepção abrangente sobre a história do Amapá e a magnitude do universo amazônico que ele estudou com interesse e de- fendia com ardor quando alguémqueria criticar demaneira depreciativa. Foi o primeiro intelectual que me apoiou nos anos 80 quando publiquei meu livro número um, escrevendo o parecer no Conselho Territorial de Cultura e falando durante o lançamento ao lado de Alcy Araújo, Isnard Lima e Obdias Araújo. Acompanhei junto comnossos confrades sua agonia final, sofrendo com ele e seus familiares, apreensivos, mas sempre cultivando a esperança de sua recuperação, orando ao Pai Eterno que o mantivesse conosco, pois tinhamuito a contribuir com a cultura e estar junto aos seus familiares, sua amada esposa Sônia Canto e de uns tempos pra cá os seus netos, que ele sempre falava com alegria. Não é fácil receber a notícia de sua morte, ocorrida no Dia Nacional do Livro, quando o país comemora a fundação da Biblioteca Nacional nos idos de 1810. Fernando amava Macapá, o rio Amazonas, o bairro do Laguinho e a sua Escola de Samba, o batuque e o marabaixo e as belezas exuberantes deste recanto belíssimo da Amazônia Brasileira, que ele exaltou e cantou em versos e prosas através de sua vasta obra literária e das letras de músicas que escreveu e foram imortalizadas pelo Grupo Pilão (que ele foi um dos criadores) e por parceiros como Osmar Júnior, Zé Miguel, Amadeu Cavalcante e tantos outros artistas. Fernando parte ocupando o cargo de presidente da Academia Ama- paense de Letras, entidade que ele fazia parte desde 1989, e como vice- presidente da Academia Maçônica (da qual já foi presidente também um dos fundadores), honrarias que ele recebeu de seus amigos e confrades que tanto o admiravam e confiavam. Hoje, para mim, é um dia triste e sombrio, pois perco uma das minhas maiores referências literárias e uma pessoa a quem eu devotava enorme afeto e carinho, mas tendo a certeza de que sua obra vai continuar entre nós de maneira indelével. Sua lembrança ficará muito bem acalentada emminha memória e no meu coração. ■ Fernando, companheiro de sonhos e utopias literárias Fernando parte ocupando o cargo de presidente da Academia Amapaense de Letras, entidade que ele fazia parte desde 1989, e como vice-presidente da Academia Maçônica (da qual já foi presidente também um dos fundadores), honrarias que ele recebeu de seus amigos e confrades que tanto o admiravam e confiavam. O sol deste verão está muito forte e tem chovido pouco onde é preciso que chova muito para encher reservatórios de água que abastecem muitas cidades. Mas temos tido tempestades e en- chentes, emmuitos lugares, depois de um Janeiro muito seco. As tem- peraturas têm passado de trinta e se aproximado dos quarenta. E a sensação térmica já superou os quarenta. No sol, termómetros já medira mais de cinquenta graus. Isto me faz pensar na estiagem em tantos lugares pelo Brasil, que faz secar os reservatórios e desaparecer a água tão necessária nas torneiras dos brasileiros. Sem água não há vida e, ao mesmo tempo que falta água potável, temos tempestades de verão que fazemcomquemuitas pessoas percam tudo nas enchentes, deslizamentos, etc. Na verdade é irônico, pois temos enchentes quando falta água na torneira, mas de há muito tempo falta planejamento na gestão da coisa pública, pois deveríamos ter pensado há décadas no que está acontecendo hoje, para prevenir. E deveríamos ter feito melhor manutenção, re- novação e ampliação das nossas redes de dis- tribuição de água, assimcomo fazer planejamento para o aumento na captação e no tratamento. Os rios estão secando, os reservatórios, poucos para o consumo atual, também. Os encanamentos envelhecem e ficam ob- soletos, com vazamentos que não podem ser tolerados hoje em dia e a população, por sua vez, vai aumentando dia a dia, sem que a pro- dução de água seja pensada para acompanhar esse crescimento. A falta de água na minha casa, nestes últimos tempos, chegaram a três dias continuados, por causa da chuva, das tempestades e das enchentes, que inviabilizam o tratamento de água que é precário e insuficiente, vejam que contraponto: muita água lá fora e nada de água nas torneiras. Será que todo esse descontrole do clima tem a ver com o nosso cuidado com o meio ambiente? Dúvida cruel, não? Alguns gestores da coisa pública, ao invés de planejarem a longo prazo as providências para que a água não falte, querem cobrar mais caro a água que os cidadãos consomem! Só que esse dinheiro, todos sabemos, não vai ser usado para prevenir a falta d´água. Infelizmente. Há que os conscientizarmos que a natureza não aceita o pouco caso de nós, seres humanos. Ela está cobrando o preço do descaso, do des- respeito, do deboche. Precisamos acordar, será que há tempo? ■ A água e nós: o calor que sentimos A falta de água na minha casa, nestes últimos tempos, chegaram a três dias continuados, por causa da chuva, das tempestades e das enchentes, que inviabilizam o tratamento de água que é precário e insuficiente, vejam que contraponto: muita água lá fora e nada de água nas torneiras. E-mail: lcaescritor@gmail.com Presidente do Grupo Literário A ILHA/SC E-mail: escritoresap.blogspot.com.br Escritor e Secretário da Academia Amapaense de Letras LUIZCARLOSAMORIM PAULOTARSOBARROS

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