Diário do Amapá - 31/10/2025

Mocotó para Ciro O ex-governador Ciro Gomes, agora de volta ao PSDB após 30 anos e potencial nome do partido na disputa de 2026, veio a Brasília ontem para participar do Fórum O Otimista Brasil, na Câmara Legislativa do DF. Lá, foi recebido no gabinete da deputada distrital Paula Belmonte, que mandou providenciar uma iguaria da Feira da Ceilândia, um caldo de mocotó, para alegria geral da turma. Desaprovação de Lula O Governo do Presidente Lula da Silva está com 48% de aprovação dos brasileiros, enquanto 49,2% desaprovam a gestão, segundo levantamento divulgado pelo Instituto Paraná Pesquisa. Na avaliação da administração federal, 35,3% classificaram o governo como ótimo ou bom, 22,3% como regular e 41% como ruim ou péssimo. Outros 1,3% não souberam ou preferiram não opinar. Só no blindado Uma senhora brasileira, moradora do Rio, que desembarcou vinda de Roma ontem no Aeroporto do Galeão chegou tão traumatizada com as notícias da guerra no Complexo do Alemão que alugou um carro blindado com motorista treinado para situações de risco. Só para retornar para casa, da Ilha do Governador até a Zona Sul. Pagou uma fortuna, mas foi tranquila. Dois na mira O rapper Oruam, o jovem encrenqueiro filho do traficante preso Marcinho VP, um dos chefões do CV no Rio, quer se candidatar a deputado estadual ano que vem. É a forma que encontrou para se blindar contra a Polícia. Suspeito de lavar dinheiro do pai, ele está na mira. Há quem aponte que nem vai fazer campanha. E a Polícia está de olho no outro discreto filho de Marcinho. Demorou? A secretária de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro, Maria Rosa Nabel, orientada pela Secretaria de Segurança, teria demorado a agir dentro dos presídios onde estão os líderes do CV durante a operação no Complexo do Alemão. Os chefões presos enviaram ordem para tumultuar a cidade. Na operação no Jacarezinho, chefes foram isolados e alertados que seriam responsabilizados em casos de envio de recados. Caçada nacional A Inteligência da Polícia Civil do Rio de Janeiro descobriu nas investigações que o Complexo do Alemão se tornou Quartel General do Comando Vermelho (CV). A comunidade recebia faccionados do Norte (Amazonas e Pará) e Nordeste (Ceará e Bahia) com hospedagem para treinamentos teóricos e práticos sobre armamento pesado e tática de guerrilha. Ao retornarem para seus Estados “treinados”, praticam ataques, expansão de territórios e invasão de favelas, em confronto ao Primeiro Comando da Capital (PCC), a facção rival. Esses confrontos são financiados pelo CV do Alemão. O Complexo virou um celeiro de bandidos. Inclusive, muitos dos mortos na operação no Rio seriam de outros Estados – oficialmente foram 33 de outros Estados, mas com o aparecimento de 74 corpos ainda não identificados, o número vai crescer. O Governo da Bahia, por exemplo, perdeu o controle da segurança pública, principalmente no paradisíaco litoral sul. A região enfrenta guerras toda semana, e até o carro de um diretor de presídio em Eunápolis foi metralhado. Essa operação foi crucial para estancar o esquema nacional do CV, que assola todo o País. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a utilização de duas substâncias que podem estar presentes em produtos usados para fazer unhas ou esmaltação em gel, que precisam ser expostos à luz ultravioleta ou LED. As substâncias são o TPO (óxido de difenil [2,4,6-trimetilbenzol] fosfina) e o DMPT (N,N- dimetil-p-toluidina), também conhecido como dimetilto- lilamina (DMTA). A resolução foi aprovada nesta quarta- feira (29). O objetivo é proteger a saúde das pessoas que utilizam esses produtos e principalmente dos profissionais que tra- balham com eles. Segundo a Anvisa, o DMPT pode causar câncer em humanos e o TPO é tóxico para a reprodução e pode prejudicar a fertilidade. “Com a decisão, o Brasil se alinha aos padrões de segu- rança da União Europeia, que também baniu recentemente esses ingredientes. A medida impede que produtos consi- derados inseguros em outros países sejam comercializados aqui. A proibição das duas substâncias se aplica a qualquer produto cosmético”, diz a agência em nota. Segundo a resolução, a fabricação, a importação e a concessão de novos registros ou notificações para produtos que contenham TPO ou DMPT estão proibidas imediata- mente. No comércio, as empresas e estabelecimentos têm 90 dias para parar de vender ou utilizar os produtos que já estão no mercado. Após esse prazo, todos os registros e notificações desses produtos serão cancelados pela Anvisa. As empresas res- ponsáveis deverão realizar o recolhimento daqueles que ainda estiverem em lojas e distribuidoras. "Ainda que o risco ocupacional seja mais intenso, usuárias e usuários também estão sujeitos aos efeitos nocivos decorrentes da exposição, reforçando sua dimensão social. Diante desse cenário, é dever do Estado atuar pre- ventivamente, evitando a perpetuação de risco sabidamente evitável”, afirmou a relatora da norma, a diretora Daniela Marreco. ■ TÓXICO Anvisa proíbe duas substâncias utilizadas em unhas em gel O desmatamento na Amazônia e no Cerrado diminuiu no período de agosto de 2024 a julho de 2025, segundo dados do Projeto de Mo- nitoramento do Desmatamento na Ama- zônia Legal por Satélite (Prodes), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Na Amazônia, a queda foi de 11,08% em relação ao período anterior, de agosto de 2023 a julho de 2024. Já no Cerrado, a queda foi de 11,49%. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (30), pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança Climática (MMA). Na Amazônia, os dados mostram que foram desmatados 5.796 km². Esta é a terceira menor taxa da série histórica, que começou a ser medida em 1988, e o terceiro ano consecutivo de redução. Os estados que mais contribuíram com o desmatamento foram o Pará, Mato Grosso e Amazonas, que respon- deram, juntos, por 80% de todo o des- matamento na Amazônia Legal. O Tocantins registrou a maior queda proporcional, com 62%. A queda pode ser explicada porque o estado possui uma área de floresta menor que os outros integrantes da Amazônia Legal. O Amapá teve uma queda de 42%; Ro- raima apresentou queda de 37%. Em Rondônia, a redução foi de 33%. O Acre registrou queda de 27%, conso- lidando uma tendência na região desde 2021. Já no Maranhão, a queda foi de 26%; e no Amazonas o percentual foi de 16,93%. “Ainda que exista uma queda do desmatamento, uma coisa que chama atenção é o incremento da área desma- tada por degradação progressiva, com grandes incêndios florestais que chegam a levar a floresta ao colapso”, afirmou o coordenador do Programa BiomasBR do Inpe, Cláudio Almeida. Ele destaca o aumento de 25,05% no desmatamento emMato Grosso, es- tado bastante afetado por incêndios. Cerrado Em relação ao Cerrado, o desmata- mento atingiu a taxa oficial de 7.235,27 km², o que equivale a uma queda de 11,49% em relação ao período de agosto de 2023 a julho de 2024. É o segundo ano consecutivo de redução, após cinco de alta. Os dados do Prodes mostram que o maior percentual de desmatamento ocorreu na área do Matopiba – região de fronteira do agronegócio que abrange os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Juntos, eles responderam por 78% de toda a área desmatada no bioma. Os maiores desmatadores foram o Maranhão, que registrou 28% de toda a área desmatada; Tocantins, com 21%; Piauí, com 19% e a Bahia, com 11%. ■ COMPROMISSO AMAZÔNIA E CERRADO REGISTRAM QUEDA DE 11% NO DESMATAMENTO V Foto/ Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil ESPLANADA |OPINIÃO | DIÁRIO DO AMAPÁ SEXTA-FEIRA | 31 DE OUTUBRO DE 2025 5 ComWalmor Parente (DF), BethPaiva (RJ) eHenrique Barbosa (PE) E-mail: reportagem@colunaesplanada.com.br LEANDRO MAZZINI PODER , POLÍTICAEMERCADO

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